A craniossinostose não sindrômica pode ser corrigida com cirurgia coberta pelo SUS
Craniossinostose
ou cranioestenose é uma deformidade craniana causada pelo fechamento precoce de
uma ou mais suturas cranianas, que servem para determinar o crescimento e
remodelamento do crânio. “As suturas não têm nada a ver com a moleira
popularmente conhecida. A moleira, chamada de fontanela, são
espaços amolecidos que existem no crânio do bebê cuja função é acomodar os
ossos do crânio durante a passagem da cabeça pelo canal do parto”, explica o Dr. Ricardo
Santos de Oliveira, neurocirurgião pediátrico, explicando que a ‘moleira
fechada’ é um mito. A craniossinostose pode causar compressão
cerebral, deformidade estética e está relacionada a aspectos psicossociais
(rendimento escolar, convívio social, comportamento).
As
suturas - O crânio é uma caixa composta por
diversos ossos e tem como função principal proteger o cérebro, além de vários
outros órgãos que ocupam essa região do corpo. Essa “caixa” de ossos precisa
crescer para que, dentro dela caiba o cérebro da criança, que também está se
desenvolvendo e precisa de espaço. O crescimento do crânio depende do
desenvolvimento cerebral e das chamadas suturas cranianas, que são como
“rachaduras” compostas por uma membrana especial e que permitem que o osso
cresça naquela região. Uma vez que o osso cresce, essas rachaduras se fecham e
se fundem com os ossos em volta.
Numa
situação normal, as suturas começam a se fechar por volta dos 2 meses e o
fechamento total de completa por volta dos 35-39 meses.
Causas
e incidência - Algumas mutações genéticas podem
estar relacionadas a casos de craniossinostose, mas quando a relação é não
sindrômica (sem fator genético), essa deformidade craniana pode ser
classificada em escafocefalia, trigonocefalia, plagiocefalia ou braquicefalia,
e isso varia de acordo com o tipo de fechamento da sutura craniana. A
craniossinostose tem incidência de 1 a cada 2.000-3.000 nascimentos.
As causas não sindrômicas correspondem a 90% das
craniossinostoses.
Coberto pelo SUS, o tratamento é cirúrgico e visa corrigir a deformidade craniana, promovendo o crescimento do encéfalo sem restrições, e melhorar as condições funcionais.
“Para a cirurgia, considero ideal que a criança tenha pelo menos 6kg de peso e idade acima de 3 meses. Quanto mais tarde operar, mais difícil será a maleabilidade óssea”, explica o neurocirurgião com vasta experiência em deformidades craniofaciais.
Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(FMRP-USP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com
pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris na França e pela
FMRPUSP. É orientador pleno do programa de pós-graduação do Departamento de
Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é
docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia na pós-graduação e
tem experiência na área de Medicina com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em
Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa:
neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais
pediátricos e trauma crânio-encefálico. É presidente da Sociedade Brasileira de
Neurocirurgia Pediátrica (2019/2021). Foi o neurocirurgião pediátrico principal
do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto e
em São Paulo no Instituto Amato.
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