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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Dia Mundial de SQF: campanha promove prato com pouca gordura assinado pelo chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó, para alertar sobre doença rara

Iniciativa da Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar chama atenção para a doença e incentiva a dieta hiperrestritiva que precisa ser adotada pelos pacientes


Com o intuito de promover o conhecimento sobre a Síndrome de Quilomicronemia Familiar (SQF) e estimular o diagnóstico correto e precoce a Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (AHF) desenvolveu o Desafio Pouca Gordura. Durante o mês de novembro, serão desenvolvidas ações que darão visibilidade sobre a doença, seus sinais e sintomas, e para quem convive com a doença.

A SQF se origina a partir de uma falha no gene responsável pela produção da enzima lipoproteína lipase (LPL) ou por falhas em outros genes associados à LPL¹. Isso provoca um acúmulo de partículas de gordura que transportam os triglicérides pelo sistema sanguíneo e que se chamam quilomícrons. O excesso de quilomícrons eleva muito as taxas de triglicérides o que pode gerar dores abdominais, pancreatite e até mesmo levar à morte.

Considerando que os pacientes com essa condição têm que fazer uma dieta bastante restritiva, o projeto prevê que o profissional de educação física e comentarista da rádio CBN, Márcio Atalla, desafie o chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó, um dos mais renomados restaurantes de comida nordestina da cidade de São Paulo, a criar um prato com apenas 5g de gordura. Posteriormente, a nutricionista Fernanda Scheer e os ex-participantes do Master Chef Brasil, Brissa Loselli e Hugo Merchan, serão desafiados a reproduzirem o prato do chef.

A SQF é uma doença hereditária rara e pode se manifestar desde a infância até a fase adulta, entretanto, ainda é bastante desconhecida entre os médicos, o que consequentemente pode resultar em um diagnóstico errôneo e tardio². Além das altas taxas de triglicerídeos no sangue também pode desencadear alterações nos vasos da retina, chamadas de lipemia retinalis e lesões cutâneas ou xantomas eruptivos³.

Estima-se que a doença afete entre uma e duas a cada 1 milhão de pessoas no mundo[1,2] e ainda não há dados oficiais de prevalência no Brasil. O tratamento é multidisciplinar e tem como base uma dieta extremamente sem gorduras, com acompanhamento nutricional².

Para conferir a receita do prato com pouca gordura do chef Rodrigo Oliveira e saber mais sobre o Desafio, acesse o Instagram @papopoucagordura.


Sobre a deficiência de SQF
A SQF é uma doença genética de herança recessiva, ou seja, é necessário que tanto o pai quanto a mãe de um indivíduo afetado, tenham um gene alterado; portanto, o risco de recorrência para a prole (os filhos) de pais portadores (do gene alterado) é de 25% para cada gestação do casal. Além disso, estima-se que a prevalência seja entre uma e duas em cada um milhão de pessoas[1,2]. Para o diagnóstico, a pessoa pode procurar por especialistas como geneticista, cardiologista, pediatras, gastroenterologistas, endocrinologistas e oftalmologistas². O diagnóstico da síndrome pode ser feito através do exame clínico, laboratorial e confirmado por teste genético. Em um exame de sangue é possível avaliar a ausência ou deficiência da enzima LPL, assim como os níveis de triglicérides.



Sobre a Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar
A Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma doença genética hereditária, na maioria quase absoluta dos casos, autossômica dominante. A alteração genética provoca altos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade, o LDL. Apesar de possuir tratamento, seu diagnóstico tardio, dificulta sobremaneira a prevenção da DCV, sendo uma das causas genéticas mais comuns na doença cardiovascular prematura.

Para mudar este cenário, em 21 de maio de 2014 foi fundada a AHF - Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar, formada por pessoas com HF, familiares e profissionais interessados em HF. A AHF conta com o apoio de médicos especialistas em seu Conselho Científico. Por toda sua expertise em dislipidemias genéticas e empatia, não poderia deixar de lado esta doença rara, também relacionada com o metabolismo de lipídeos. Assim, a AHF abarca este desafio para acolher as pessoas com SQF e aumentar a conscientização sobre o tema.


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