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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Síndrome de Boreout: como o tédio no trabalho pode afetar a saúde mental

Falta de demandas está entre as causas de ansiedade e frustração nos profissionais, apontam especialistas


O excesso de trabalho pode levar os profissionais a um estado de extrema exaustão, estresse e esgotamento físico, fatores capazes de desencadear a conhecida Síndrome de Burnout. Em um cenário oposto, a falta de demandas pode levar a uma condição de tédio no trabalho, a chamada Síndrome de Boreout .

A expressão vem da palavra inglesa "boring", que significa monótono, entediante. Nas empresas, pode ser aplicada a uma situação de baixo volume de tarefas cotidianas. Também é relacionada a funções que exigem do colaborador alguns dias de atuação intensa, fazendo com que no restante do tempo ele fique ocioso. Essa combinação perigosa pode afetar a saúde mental de um profissional.

Para Ricardo Basaglia, diretor geral da Michael Page, referência mundial em recrutamento especializado de executivos para posições de alta e média gerência, a prática do home office durante a pandemia pode ter contribuído para gerar apatia em alguns profissionais.

"Com as pessoas trabalhando de casa, sem o convívio social com os demais colegas e com o ambiente da empresa, é possível que surjam reflexões e, até mesmo, questionamentos sobre a produtividade e relevância de sua função dentro da organização. Ter dias menos demandados é normal. O perigo está na sensação de tédio constante", comenta.

Muitos associam essa condição de tédio à preguiça ou má vontade, mas, para o especialista em recrutamento, há muito mais a que se observar: "Nem sempre a falta de demandas é uma questão natural, do dia a dia daquela função. Podemos nos deparar com situações de superiores centralizadores ou que praticam microgerenciamento. A falta de planejamento e de organização das tarefas da equipe também pode contribuir para esse cenário", diz.

Na visão de Basaglia, é necessário que haja uma comunicação clara e direta entre os líderes e seus subordinados para que casos de ociosidade no trabalho sejam reduzidos. "Especialmente nesse momento de trabalho remoto, os gestores devem estar ainda mais atentos a seus colaboradores e procurarem formas de ampliar seus espaços de comunicação. Reuniões de feedback podem ajudar nesse processo de escuta sobre as dúvidas, anseios e questionamentos dos profissionais", afirma.

Para Basaglia, mais do que apenas pensar nos resultados da empresa, é importante que empresas e lideranças se preocupem também com o desenvolvimento de seus colaboradores. "Uma condição de tédio pode levar o profissional à frustração, fazendo com que ele desista de seu emprego e da carreira que tanto se dedicou a exercer. Como líderes, precisamos olhar para essas situações com empatia, a fim de ajudar quem está ao nosso redor", conclui.


Impactos na saúde mental

De acordo com o Dr. Lúcio Costa, superintendente médico da It’sSeg, terceira maior corretora de seguros do país especializada em gestão de benefícios, além do sentimento de frustração, o tédio pode causar transtornos mentais, como a ansiedade.

"Acredito que quando a pessoa enfrenta o tédio no trabalho, ela de fato perde comprometimento e motivação. E isso pode gerar esgotamento mental, ocasionando aumento de estresse e transtornos como a ansiedade e a depressão, por exemplo. Consequências físicas também podem surgir como fadiga, dor de cabeça e insônia, formando um grande ciclo danoso ao profissional", explica.



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