No mês marcado
pelo Dia Mundial do Coração (29), especialistas do Hospital São Camilo SP
reforçam a importância de retomar os cuidados com a saúde cardiovascular
A pandemia da Covid-19 elevou os riscos à saúde
geral da população em diversos âmbitos. Seja pela falta de acompanhamento aos
tratamentos para inúmeras doenças, seja pelas sequelas provocadas pela doença,
a queda na realização de exames de rotina impede que doenças graves sejam
diagnosticadas precocemente, impactando o sucesso dos tratamentos e a qualidade
de vida das pessoas.
O cenário provoca uma reação em cadeia, conforme explica a Dra. Sueli Vieiras,
cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “Não sabemos o
curso que a pandemia terá no futuro, mas cuidar da saúde do coração neste
momento é mais importante do que nunca.”
A preocupação da médica reflete uma realidade no Brasil. Segundo o Ministério
da Saúde, as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte
entre os brasileiros. Dados apontam que cerca de 300 mil indivíduos sofrem
anualmente de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), levando a óbito 30% destes
casos.
Além disso, um estudo promovido pela International Atomic Energy Agency
(IAEA, em português Agência Internacional de Energia Atômica) sobre o impacto
da Covid-19 no diagnóstico de doenças cardíacas aponta para uma estimativa de
que mais de 700 mil exames de diagnóstico por imagem para detecção de doenças
cardiovasculares deixaram de ser realizados em todo o mundo entre março e abril
de 2020, uma redução de 42% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Quando considerado apenas o mês de abril, a queda na realização deste tipo de
exame foi ainda maior, de 64% em relação a abril de 2019.
Para a cardio-oncologista da Rede São Camilo Dra. Marina Bond, a saúde do
coração merece ainda mais atenção no caso de pacientes com câncer. Essa
subespecialidade da cardiologia tem como objetivo prevenir, diagnosticar e
tratar as complicações cardiovasculares (cardiotoxicidade) relacionadas a
cirurgias, quimio, imuno, radio e endocrinoterapia, que são realizadas no combate
ao tumor.
“O tratamento para o câncer de mama, linfomas e sarcomas, por exemplo, pode
causar insuficiência cardíaca, uma doença grave que requer acompanhamento,
sobretudo porque trata-se de uma complicação que pode ocorrer muitos anos
depois”, destaca a especialista.
Em reforço ao apelo das entidades de saúde para que a população retome os
cuidados com a saúde geral, as especialistas frisam a importância do papel do
check-up cardiovascular para detectar possíveis anormalidades o mais cedo
possível.
Antes da pandemia, a orientação para realização dos exames cardiovasculares
periódicos era, em geral, direcionada aos homens com mais de 45 anos ou
mulheres após início da menopausa, além de pessoas com quadro de diabetes,
obesidade, colesterol e triglicérides altos, fumantes e pacientes com histórico
familiar ou que já fossem portadores de doenças cardíacas.
“Essa recomendação não mudou. No entanto, a falta de acompanhamento médico
durante o longo período de isolamento social, somada aos riscos de sequela da
Covid-19 àqueles que contraíram a infecção e ao aumento do sedentarismo,
resulta em um cenário diferente, que nunca vivenciamos antes. Por isso, a
atenção agora é maior”, alerta a Dra. Sueli.
Com o objetivo de promover a conscientização da população sobre os cuidados com
a saúde cardiovascular, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo adere à
campanha Setembro Vermelho, no mês marcado pelo Dia Mundial do Coração (29),
iluminando as fachadas das unidades Santana, Ipiranga e Pompeia.
A Instituição também abordará o tema no decorrer de setembro, divulgando
conteúdos em suas redes sociais e canais de comunicação interna, promovendo o
debate e a informação a todos os seus públicos.
Exames importantes do check-up cardiológico
Falta de ar, fraqueza, tontura, pernas inchadas, dor no peito e pontas dos
dedos azuladas estão entre os principais sinais que indicam a possibilidade de
algum comprometimento das funções cardíacas.
Além disso, caso a pessoa não tenha sintomas como estes, mas deixou de fazer exames
durante a pandemia, reduziu a prática de atividades físicas e/ou percebeu
aumento significativo de peso neste período, é recomendado realizar avaliação
médica.
Confira abaixo quais são os exames que fazem parte do check-up:
Eletrocardiograma – verifica
alterações no funcionamento do coração, identificando problemas como arritmias
ou princípio de infarto.
Ecocardiograma – ultrassom que ajuda a diagnosticar patologias como sopros cardíacos, pericardites, endocardite infecciosa, cardiopatias congênitas e doenças valvulares, entre outras.
Exames de sangue – para
acompanhamento das taxas de glicemia, colesterol, triglicérides, troponina,
creatinina, sódio, potássio, ureia, CPK e CK-MB.
Teste de esteira – avalia
como o coração responde ao esforço físico.
Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial
(MAPA) – fornece dados precisos com o monitoramento da
pressão arterial por 24 horas.
Holter – checa alterações no ritmo cardíaco por meio de
eletrodos, durante 24 horas.
A cardio-oncologista da Rede São Camilo ressalta que os exames são os mesmos
para pacientes que têm câncer ou estão em remissão. “O importante é não deixar
de fazer os exames de rotina, bem como o de rastreamento oncológico, uma vez
que tanto o câncer quanto os problemas cardiovasculares têm muito mais chances
de cura com o diagnóstico precoce”, finaliza.
Hospital São Camilo
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