O palito é pouco
eficaz na higienização bucal e pode danificar dentes e gengiva
O uso de palitos para fazer a limpeza dos dentes e
retirar restos de alimentos ainda é um hábito bastante comum para muitas
pessoas. O objeto, geralmente feito de madeira ou plástico, está presente na
maioria dos lares brasileiros, sendo disponibilizado também em restaurantes e
lanchonetes. Contudo, a higiene oral feita com a utilização desse acessório é
mais prejudicial do que benéfica à saúde.
O palito não substitui o uso da escova e do fio
dental, que foram desenvolvidos especialmente para fazer a limpeza
dos dentes e alcançar as regiões onde o palito não seria suficiente
para eliminar a placa bacteriana. Ao contrário do que se imagina, o
manuseio do objeto pode machucar a gengiva e danificar o dente.
Marcelo Cavenague, cirurgião-dentista e membro da
Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP) explica que o palito não consegue se adaptar ao formato dos dentes, nem
penetrar onde as bactérias se alojam. “O objetivo da higiene bucal é a remoção
da placa bacteriana (ou biofilme) que tem uma aderência bastante firme à
superfície dental e nada disso é possível com um palito.”
Ao colocar o palito entre os dentes, pressionando-o
na tentativa de remover um resíduo de alimento, a ação pode gerar lesões,
causando inflamação (gengivite) e até retração gengival, isto é, o
recuo da gengiva em relação ao dente. Essa retração faz com que parte da raiz
do dente fique exposta, o que pode causar sensibilidade. O uso
constante do palito também aumenta as chances de abrasão, que é o desgaste
da raiz do dente.
No caso de ausência do fio dental, se a pessoa
recorrer ao uso do palito, o seu manuseio deve ser feito de forma delicada.
“Uma vez entendido que o palito só serve para remover pedaços de comida que
ficaram presos entre os dentes em último caso, quando for usado, deve ser feito
com cuidado para não machucar. Após removido o resto de alimento, a função do
palito acabou e não adianta ficar esfregando nos dentes, pois ele não se adapta
corretamente às superfícies, nem alcança os locais necessários”, reforça o
cirurgião-dentista.
Uma higiene eficaz e saudável só é possível com a
utilização do material apropriado para a limpeza da cavidade bucal. O emprego
de escovas com cerdas macias e fio dental, junto às orientações do cirurgião-dentista
são indispensáveis.
“Fazer a limpeza de forma adequada é um processo de
aprendizado que deve acontecer com a ajuda de um profissional. A maioria das
pessoas faz sua higiene de forma automática e com pouca eficiência e, por isso,
a avaliação de um profissional é fundamental para ajustar a necessidade de cada
paciente à rotina de higiene”, comenta o doutor.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo -
CROSP
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