Exames
oftalmológicos podem apontar possíveis doenças sistêmicas. Conheça os sinaisDivulgação
Marcado pelo Mundial do Coração (29/9), setembro é
o mês dedicado ao alerta sobre doenças cardiovasculares, que estão
entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo. No chamado
Setembro Vermelho, oftalmologistas também se unem à campanha de conscientização
para mostrar a importância do acompanhamento médico e oftalmológico, para
prevenir o comprometimento da visão.
“Problemas cardiovasculares podem ocasionar lesões
no globo ocular. Os danos causados podem gerar perda visual grave e
irreversível. As lesões mais comuns afetam a retina e o nervo óptico”, afirma o
Dr. Vinicius da Silveira Saraiva, oftalmologista da Visclin, empresa do Grupo
Opty, e especialista em doenças e cirurgia de Retina. Os principais sintomas
apontados pelo médico são: visão turva, distorção das imagens e mancha escura
no campo de visão.
Esclerose dos vasos sanguíneos da retina,
sangramentos e inchaço na retina e nervo óptico podem ser detectados no exame
de fundo do olho dos pacientes afetados por doenças cardiovasculares e indicar
que o paciente tem algum problema sistêmico que merece atenção. Estudos
populacionais já mostraram que cerca de 50% dos portadores de pressão alta
não sabiam que tinham a doença. Uma ida ao oftalmologista, portanto, também
pode ajudar no diagnóstico.
Corpo e olhos – Após
avaliação do oftalmologista, podem ser recomendados tratamentos específicos,
como aplicações de laser e de medicações intraoculares. Contudo, o especialista
reforça que o controle da doença cardiovascular de base é fundamental. “A
melhor forma de prevenção é cuidar da saúde cardiovascular. Recomenda-se aferir
regularmente a pressão arterial e fazer check-up periódico com o cardiologista
para diagnóstico e tratamento adequado de doenças cardiovasculares, como
pressão alta, aterosclerose e arritmias cardíacas”, comenta o Dr. Vinícius
Saraiva, que aponta que os problemas oculares causados por doenças
cardiovasculares são mais comuns após os 50 anos de idade.
Dados
do Estudo Global Burden of Desease – GBD 2017 revelam que, embora as taxas
de mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil tenham diminuído significativamente
nos últimos anos, o número total de mortes aumentou, provavelmente como
resultado do crescimento e envelhecimento da população.
Pressão Alta – Conforme esclarece o Dr.
Vinícius Saraiva, a pressão alta descontrolada é um fator de risco e pode causar
alterações nos vasos sanguíneos dentro do olho, que levam a redução do fluxo de
sangue e consequente dano ao globo ocular. “Vale distinguir que a pressão alta
sistêmica não causa aumento da pressão ocular. Entretanto, a pressão alta
sistêmica pode causar dano direto ao nervo óptico e isso pode agravar lesões
pré-existentes do nervo óptico em pacientes portadores de glaucoma”, explica.
De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial de 2020,
considera-se pressão arterial ótima aquela abaixo de 120 por 80 mm Hg.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde,
aproximadamente 35% da população é hipertensa, mas praticamente metade não sabe
disso. Entre os que têm conhecimento, 50% fazem uso de medicação, e, desses,
apenas 45% têm a pressão controlada.
Infarto ocular – Os
infartos oculares ocorrem por obstrução do fluxo das artérias ou veias da
retina. Um dos principais fatores de risco para sua ocorrência também é a
pressão alta. Como acontece nos infartos cardiovasculares, são mais frequentes,
ainda, em pessoas com diabetes e fumantes. Por isso, o acompanhamento
multidisciplinar do paciente é fundamental. Enquanto realiza o tratamento
ocular, na maioria das vezes com aplicação de laser e medicação intraocular,
deve-se também controlar a doença sistêmica causadora do problema, por meio de
alimentação e vida saudável, além de medicamentos, de acordo com avaliação
médica.
“O bloqueio de fluxo sanguíneo ocular não apresenta
dor ou sangramento visível. Com isso, quando o paciente sente alguma alteração
visual, geralmente já há perda parcial ou total da visão. Além disso, o
problema pode ser recorrente, o que só corrobora para a importância de visitas
regulares ao oftalmologista”, diz o Dr. Vinícius Saraiva.
Opty
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