Pesquisa do Ministério da Saúde revela
que houve um aumento de proporção para ansiedade em até 85%. Especialista do
HCSG explica que ficar em casa por muito tempo e sem contato pessoal com
colegas de trabalho, amigos e familiares também pode causar depressão e
transtornos ansiosos
Segundo uma pesquisa do instituto
Ipsos, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco
ou muito no último ano devido à nova pandemia do coronavírus. Essa porcentagem
só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia
(61%).
Já em uma pesquisa realizada em
setembro de 2020 pelo Ministério da Saúde com 17.491 mil brasileiros mostrou
que:
• 86,5% tiveram uma elevada proporção
de ansiedade;
• 45,5% apresentaram uma moderada
presença de transtorno de estresse pós-traumático;
• 16% tiveram a tendência de depressão
em sua forma mais grave.
"O aumento dos transtornos mentais
nesse momento ocorre porque a pandemia nos trouxe de forma geral o medo, não só
das incertezas, mas principalmente da morte. Se já tínhamos um aumento dos
casos de ansiedade durante e na pré-pandemia, os sentimentos negativos foram
cristalizados, comprometendo assim, o estado emocional de todos", explica
Marli Cunha, psicóloga clínica e hospitalar do HCSG.
Para a especialista, ficar em casa por
muito tempo e sem contato pessoal com colegas de trabalho, amigos e familiares
também pode causar depressão e transtornos ansiosos, assim como outras doenças
psicológicas-psiquiátricas. "O confinamento contribuiu em grande escala
para instalar e ampliar doenças psicológicas de casos leves para severos,
principalmente para episódios depressivos, síndrome do pânico, bipolaridade,
transtornos obsessivos, entre outros", sinaliza.
Nesses casos, as crianças e os
adolescentes também estão mais suscetíveis a adoecerem, principalmente porque não
sabem como lidar com as emoções. "Nossas crianças e jovens foram
bloqueados em seu desenvolvimento normal, longe da escola e do convívio
psicossocial. A maioria deles ficou confinado em casa e em pleno conflito
familiar, sem suporte emocional, interação social, absorvendo problemas dos
adultos e, em alguns casos, sofrendo até mesmo de negligência", alerta.
A depressão e a importância de seu
diagnóstico
A depressão é uma alteração do humor e
do afeto e ela pode causar transtornos psiquiátricos de maior relevância.
"A depressão pode desencadear outras doenças como o AVC (acidente vascular
cerebral), a LES (Lúpus Eritematoso Sistêmico) pós-parto, o Parkinson, o
hipotireoidismo ou o hipertireoidismo, as doenças degenerativas, o câncer,
entre outras. Diante dessas circunstâncias, é preciso ressignificar a
patologia, buscando ajuda psiquiátrica e psicológica", pontua.
Como em qualquer outro diagnóstico, é
necessário ficar atento aos sinais mais comuns das patologias psicológicas,
observando quando há um prolongado período de tristeza, choro sem um motivo
específico, alteração do sono e a perda de energia. "Alguns pacientes em
estágios graves ficam acamados ou não têm motivação para sair da cama, não
cuidam de sua aparência, ficam com pensamentos confusos e suicidas, apresentam
perda ou ganho de peso em excesso, demonstram irritação e nervosismo e têm
muita alteração de humor", afirma.
Como cuidar do seu bem-estar mental
Neste cenário, a atividade física tem
papel fundamental para o bem-estar mental. Praticar exercícios de forma
prazerosa com identidade e pertencimento gera força psíquica e ajuda a lidar
com as emoções. "Para manter a mente saudável, principalmente em tempos de
pandemia, é importante saber respeitar os nossos limites e ter consciência de
nossas escolhas para uma vida mais equilibrada e saudável", finaliza.
Hospital
Casa de Saúde Guarujá
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