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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Setembro amarelo: como a pandemia tem ajudado a aumentar os casos de doenças psicológicas?

Pesquisa do Ministério da Saúde revela que houve um aumento de proporção para ansiedade em até 85%. Especialista do HCSG explica que ficar em casa por muito tempo e sem contato pessoal com colegas de trabalho, amigos e familiares também pode causar depressão e transtornos ansiosos

 

Segundo uma pesquisa do instituto Ipsos, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano devido à nova pandemia do coronavírus. Essa porcentagem só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%).

Já em uma pesquisa realizada em setembro de 2020 pelo Ministério da Saúde com 17.491 mil brasileiros mostrou que:

• 86,5% tiveram uma elevada proporção de ansiedade;

• 45,5% apresentaram uma moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático;

• 16% tiveram a tendência de depressão em sua forma mais grave.

"O aumento dos transtornos mentais nesse momento ocorre porque a pandemia nos trouxe de forma geral o medo, não só das incertezas, mas principalmente da morte. Se já tínhamos um aumento dos casos de ansiedade durante e na pré-pandemia, os sentimentos negativos foram cristalizados, comprometendo assim, o estado emocional de todos", explica Marli Cunha, psicóloga clínica e hospitalar do HCSG.

Para a especialista, ficar em casa por muito tempo e sem contato pessoal com colegas de trabalho, amigos e familiares também pode causar depressão e transtornos ansiosos, assim como outras doenças psicológicas-psiquiátricas. "O confinamento contribuiu em grande escala para instalar e ampliar doenças psicológicas de casos leves para severos, principalmente para episódios depressivos, síndrome do pânico, bipolaridade, transtornos obsessivos, entre outros", sinaliza.

Nesses casos, as crianças e os adolescentes também estão mais suscetíveis a adoecerem, principalmente porque não sabem como lidar com as emoções. "Nossas crianças e jovens foram bloqueados em seu desenvolvimento normal, longe da escola e do convívio psicossocial. A maioria deles ficou confinado em casa e em pleno conflito familiar, sem suporte emocional, interação social, absorvendo problemas dos adultos e, em alguns casos, sofrendo até mesmo de negligência", alerta.


A depressão e a importância de seu diagnóstico

A depressão é uma alteração do humor e do afeto e ela pode causar transtornos psiquiátricos de maior relevância. "A depressão pode desencadear outras doenças como o AVC (acidente vascular cerebral), a LES (Lúpus Eritematoso Sistêmico) pós-parto, o Parkinson, o hipotireoidismo ou o hipertireoidismo, as doenças degenerativas, o câncer, entre outras. Diante dessas circunstâncias, é preciso ressignificar a patologia, buscando ajuda psiquiátrica e psicológica", pontua.

Como em qualquer outro diagnóstico, é necessário ficar atento aos sinais mais comuns das patologias psicológicas, observando quando há um prolongado período de tristeza, choro sem um motivo específico, alteração do sono e a perda de energia. "Alguns pacientes em estágios graves ficam acamados ou não têm motivação para sair da cama, não cuidam de sua aparência, ficam com pensamentos confusos e suicidas, apresentam perda ou ganho de peso em excesso, demonstram irritação e nervosismo e têm muita alteração de humor", afirma.


Como cuidar do seu bem-estar mental

Neste cenário, a atividade física tem papel fundamental para o bem-estar mental. Praticar exercícios de forma prazerosa com identidade e pertencimento gera força psíquica e ajuda a lidar com as emoções. "Para manter a mente saudável, principalmente em tempos de pandemia, é importante saber respeitar os nossos limites e ter consciência de nossas escolhas para uma vida mais equilibrada e saudável", finaliza.

 


Hospital Casa de Saúde Guarujá

 

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