Com a pandemia do Covid-19, o número de casos de depressão, ansiedade, e síndrome do pânico, aumentou consideravelmente, atingindo índices alarmantes. Especialistas apontam que a COVID-19 compromete o organismo em relação a: inflamação, estresse oxidativo,hiperativação do sistema imunológico, síndrome do desconforto respiratório agudo (SARS), e disfunção renal.
Normalmente o que ‘equilibra’ o bem-estar do ser
humano é hormônio da felicidade e do amor - ocitocina. A maior parte da
produção deste hormônio é gerada, basicamente, por meio de contato social,
afeto, abraços e, logo, com o isolamento social provocado pela pandemia,
fomos obrigados a abrir disso tudo para nos mantermos longe do vírus. Sendo
assim, tivemos uma baixa muito grande deste hormônio e, nesses quase dois anos
de reclusão social, foi necessário aprendermos a ‘sentir o sorriso das pessoas’
por meio dos olhos.
Estudada há muitos anos, inicialmente por Sir Henry
Dale, em 1906, a ocitocina foi o primeiro hormônio peptídico a ser sequenciado
e sintetizado por Vincent du Vigneaud - por essa conquista, ele recebeu o
Prêmio Nobel de Química em 1955. Ao longo dos anos, vários estudiosos chegaram
à conclusão de que tanto o amor quanto as ligações sociais servem para
facilitar a reprodução, nos dar um senso de segurança e reduzir a ansiedade e o
estresse. A compreensão é de um simples peptídeo perito em induzir contrações
uterinas e ejeção de leite a um neuromodulador complexo com capacidade de
moldar o comportamento social humano, justamente por isso, leva o título de
“hormônio do amor e felicidade”.
A ocitocina, hoje em dia, é mais conhecida por sua
atuação como terapia auxiliar do abortamento incompleto, inevitável ou retido,
além dos benefícios pós parto, promovendo a contração uterina e, assim,
prevenindo o sangramento excessivo pós parto, mas além disso, pode ajudar o ser
humano com a reposição de um hormônio no controle das emoções, afetividade e da
empatia.
O hormônio tem como função modular e prevenir
doenças cardíaca e vascular, acelerar a cicatrização da ferida, aumentar o
prazer no orgasmo e aumentar o apego entre os amantes, além de estimular o
impulso sexual, comportamento e sentimentos afetuosos. Também é responsável por
relaxar os músculos, reduzindo a dor e estimular anabolismo e catabolismo.
Já a baixa quantidade de ocitocina costuma causar:
Palidez; Olhar infeliz; Olhos secos; Corpo pobre em expressões emocionais;
Diminuição de Libido; Estresse; Diminuição da função cognitiva; Distúrbios do
sono; Falta de lubrificação da glande durante o sexo; Diminuição da capacidade
de ejacular; Ausência de sorrisos; Diminuição da capacidade de orgasmo da
mulher; Obesidade; Dores musculares; Incapacidade de amamentar; Ansiedade
excessiva/medo.
A atividade da ocitocina diminui com o avançar da
idade nas áreas centrais do cérebro que são importantes para as emoções,
tornando a necessidade de suplementação de oxitocina progressivamente. Os
níveis em idosos precisam ser muito maiores para saturação compensatória não
espontânea dos receptores. Para essa suplementação existem algumas opções:
Injetáveis, Nasais, Implante e Oral.
Com o tempo em que vivemos, a ponto da necessidade
de repor amor nas pessoas porque precisamos de afetividade, chegamos ao ponto
de nos questionarmos: O que realmente vale a pena?
Juntos somos mais generosos, gentis e humanos. É
isso que gera multiplicação.
Dr Fabiane Berta - Médica há 10 anos, com
especialização pela Santa Casa -SP em ginecologia endócrina e pós
graduanda em Endocrinologia clínica, Longevidade saudável aplicada ao
antienvelhecimento genético, Bioquímica e fisiologia hormonal metabólica,
Neurociência e comportamento. Idealizadora do movimento #OCITOCINE-SE,
que tem por objetivo compartilhar amor por meio da ciência, restaurando a saúde
física e mental do ser humano. Apoiada pelo centro de Genoma e células tronco
na USP, em desenvolvimento de pesquisas e análises clínicas, laboratoriais e
genética como prova terapêutica dos protocolos embasados na ação hormonal.
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