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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Pandemia aumenta casos de transtornos alimentares como anorexia e bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar

Planejar as compras, construir uma rotina básica de alimentação, buscar o bem-estar emocional e praticar de atividades físicas são algumas dicas para o equilíbrio

 

Durante a pandemia, houve um aumento de casos de transtornos alimentares. Foi a conclusão do estudo da Universidade de Minnesota, Estados Unidos, que coletou os dados entre abril e maio de 2020 e publicou em março deste ano. As doenças relacionadas à alimentação atingem 9% da população mundial e podem repercutir de forma negativa na saúde psiquiátrica. “Em uma situação tão absurda de mortes, incertezas e uma realidade totalmente nova e alheia à antiga, é difícil manter o bem-estar emocional. E quando o bem-estar emocional se abala, ele pode desencadear diferentes reações dependendo do caso e da pessoa, algumas positivas e outras nocivas ao corpo, como os transtornos alimentares, que são doenças psiquiátricas graves em que existe uma preocupação excessiva e persistente em relação à alimentação e ao peso”, explica a psicóloga clínica Karin Kenzler.

A influência da pandemia nos distúrbios alimentares se dá uma vez que os pensamentos e ações características se potencializam com a maior disponibilidade de comida em casa, a menor intensidade de atividades físicas e o aumento do tempo livre. Coisas que se tornaram comuns para algumas pessoas nesse período. Além disso, a preocupação e a ansiedade que a pandemia desencadeia pode se tornar um gatilho para esses transtornos e também colaborar para esse aumento.

Bruno Germany_para Pixabay_imagem free
Os distúrbios mais comuns são: anorexia nervosa. que se caracteriza como a distorção da imagem corporal, medo excessivo de engordar e consumo demasiado baixo de alimentos, comprometendo a saúde; Bulimia nervosa, caracterizada por comer em excesso e realizar atividades compensatórias após, como provocar vômitos, usar laxantes e diuréticos, fazer lavagem intestinal ou praticar exercício físico em excesso; Transtorno de compulsão alimentar

 periódico, que são episódios de ingestão exagerada de alimentos com presença forte de sofrimento psicológico, porém, nesta, não há as atitudes compensatórias da bulimia.

A comparação que existe entre corpos “comuns” e os corpos “padrões” existentes na sociedade também podem se tornar grandes gatilhos para o desenvolvimento dos distúrbios alimentares. “Na maioria das vezes, os fatores que moldaram aquele corpo padrão exibido por blogueiras, atrizes e influencers não são considerados, como: cirurgias, uma dieta muito restritiva, uma rotina pesada de treinos, biotipo diferente, entre outros”, ressalta Karin. Além disso, também existem muitos filtros que mudam a fisionomia da pessoa e aplicativos que conseguem modificar todo o corpo. “É importante lembrar que nem tudo que é mostrado na internet é real. E que um corpo esbelto não é sinônimo de saúde, assim como um corpo gordo não é sinônimo de doença. São somente corpos diferentes que pertencem a pessoas que têm rotinas e vidas distintas”, completa.


O essencial é ter equilíbrio nutricional para manter a saúde em dia, independentemente de ter ou não distúrbios alimentares. As dicas da psicóloga são: planejar as compras de alimentos; atenção aos sinais corporais, como honrar a fome e respeitar a saciedade; construir uma rotina básica de alimentação fracionada, que contemple todos os grupos de nutrientes; criar uma rotina de busca ativa pelo bem-estar emocional; investir em atividades amenas e agradáveis, como jogos, artesanato e música; prática de atividades físicas é imprescindível.

Fazer comparações e viver sempre em busca de um corpo ideal pode causar muitas complicações para além de distúrbios alimentares, como depressão, ansiedade e frustração. “Evite se comparar; busque sempre melhores condições de saúde, tanto mental quanto física; conte com profissionais de saúde na sua rotina e viva o agora aproveitando o seu corpo do jeito que ele é”, orienta Karin.

 


Karin kenzler  -   Formada em psicologia pela PUC SP e pós graduada em psicopedagogia pela Universidade Santo Amaro, Karin tem no currículo experiência profissional na Alemanha, em psiquiatria de jovens e adultos e no Departamento de Desenvolvimento Pessoal. No Brasil, trabalha com psicoterapia para casais, famílias, adultos, adolescentes e crianças. Já atuou em psicóloga escolar, atendimento clínico em Terapia Artística, projeto social com crianças e adolescentes da favela e psicologia do esporte. Tem formação em Psiquiatria e Psicoterapia de criança e adolescentes, Especialização em Psicanálise da Criança, Extensão em testes e dinâmicas de grupo em Orientação Vocacional e Extensão em Terapia de Casal e Família.


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