Pesquisa da Fiocruz chama atenção para o aumento no consumo de bebida alcoólica na pandemia
Amanhã, dia 26 de junho, é celebrado o Dia Internacional de Combate às Drogas, uma data importante que chama a atenção da população para os problemas que a venda e o consumo de drogas acarretam, a exemplo da dependência química, uma questão de saúde pública.
Quando o assunto é drogas, devem ser levadas em
conta tanto as substâncias como maconha, crack e cocaína quanto o cigarro e o
álcool. Todos eles podem resultar em vício! Falando especificamente das
bebidas, na população em geral, houve um aumento de 18% no consumo durante a
pandemia.
O pico significativo de maior ingestão alcoólica
se deu entre as pessoas de 30 a 39 anos de idade, representando 25%, e logo
atrás vem os mais jovens, de 18 a 29 anos, em que 19% deles apontaram também
maior consumo de bebida.
Esses são dados da Convid - Pesquisa de Comportamentos,
promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade
Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas.
A análise destaca ainda que esse aumento está
associado à frequência do aparecimento de sentimentos de tristeza e depressão
neste cenário pandêmico. Ou seja, segundo a pesquisa, quanto mais a pessoa se
sente triste e depressiva, mais ela consome bebida, o que é um perigo.
"A pandemia pode acarretar uma sobrecarga
emocional intensa, ou seja, provocando estresse, ansiedade, medo, angústia,
tristeza e desamparo. Conforme o desconforto gerado por esses sintomas vai se
intensificando, as pessoas acabam buscando meios de ‘medicar’ esses sinais
através de substâncias que estimulem a sensação de entorpecimento",
explica o psiquiatra da Clínica Maia, Dr. Fábio Cantinelli.
Segundo ele, o perigo está no fato de que conforme se aprofunde esse hábito,
podem entrar em cena fatores genéticos de predisposição ao vício em álcool e
outras drogas, podendo resultar no desenvolvimento da dependência química.
Vale
ressaltar que a bebida alcoólica, por exemplo, afeta o Sistema Nervoso Central,
agindo como agente depressor, sendo assim, ela pode desencadear ou acentuar
crises de pânico, ansiedade, e pode favorecer transtornos como depressão.
O especialista
afirma que a perda da rotina de antes, ocasionada por este momento complicado
que ainda estamos vivendo, também tem como consequência a mudança de hábitos e comportamentos,
o que pode ser uma porta de entrada para o uso de drogas.
"Devemos ter
ciência de nossas fraquezas e vigiar nossos comportamentos. Mesmo estando mais
em casa, manter uma rotina com horários para se alimentar, dormir e se
exercitar é primordial, assim como para o lazer. Além disso, pessoas próximas
podem nos servir de advertência ou freio a um determinado comportamento. Mas é
importante olhar pra si mesmo, se conhecer, e pedir ajuda, se necessário",
completa o médico.
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