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segunda-feira, 21 de junho de 2021

Junho (no) vermelho: saiba como ajudar

Com a pandemia e a enorme baixa no volume de voluntários, os bancos de doações de sangue, buscam por inovações para tentar manter os estoques em dia, enquanto os médicos orientam para o ato solidário

Junho Vermelho é o mês dedicado a doação de sangue no Brasil, que desde o início da pandemia apresentou uma queda de aproximadamente 20%.  E embora essa porcentagem não tenha refletido no desabastecimento do estoque, já que o isolamento e a Covid-19, fizeram que muitas cirurgias eletivas fossem canceladas, hemocentros de todo o país sempre precisam de doações. Por isso, muitos buscaram a tecnologia não só para se reinventar como também para acolher os novos doadores.

Em São Paulo, por exemplo, a Fundação Pro - Sangue é a principal rede de coleta e processamento de doações, e apesar de não ser a única, sozinha é responsável pelo abastecimento de cerca de 100 instituições públicas da rede estadual de saúde. Com a baixa nos estoques, foi criado um sistema de agendamento online o Hubglobe para que os interessados escolhessem o melhor horário e dia para realizar a doação. Foram registrados 72.779 candidatos, e destes 47.520 efetivaram as doações. Quando uma bolsa de sangue é coletada significa que 3 ou 4 vidas podem ser salvas.

Já o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti, o HemoRio, conta com a ajuda da assistente virtual Livia.bot que além de tirar dúvidas, podem fazer o agendamento também. No entanto, ainda com o uso da tecnologia, nenhum dos Estados alcançaram os números de doações esperados.

O ponto é que estoques baixos podem causar riscos enormes ao sistema de saúde. Lucas Campos médico, plantonista em banco de sangue no RJ e diretor de conteúdo do Jaleko fala do panorama de isolamento e os riscos que isso pode gerar. 

Não é preciso ter medo de doar. As agulhas são todas esterilizadas, obviamente não reutilizáveis, a sala de espera conta com o distanciamento para evitar aglomerações na recepção, os profissionais estão todos protegidos e o uso de máscara é obrigatório. O risco de estar no elevador do seu prédio no qual passaram diversas pessoas recentemente e não possui bom arejamento, além de raramente limparem as teclas dos andares, é maior do que doar.

 

Mas em tempo de pandemia, o que é preciso?

O Vita Hemoterapia, empresa 100% brasileira, que atua em todas as fases do ciclo produtivo do sangue, preparou, em seu site, uma jornada didática e completa para que o voluntário entenda que o ato de doar é altruísta, bem como fácil.

Primeiramente vamos falar dos quesitos básicos, o doador deve estar em boas condições de saúde, estar bem descansado, e ter entre 16 e 69 anos, e pesar entre 50kg e 125kg. No caso de não ter atingido a maioridade é preciso autorização dos pais, e se for da terceira idade, já ter doado antes dos 60 anos. É necessária alimentação balanceada, sem comidas gordurosas. Não deve esquecer de levar documento recente com foto. É necessário que esteja atento aos impedimentos temporários e definitivos, disponíveis no site da instituição.

Dito isso, é necessário proporcionar ao público algumas explicações sobre o momento em que vivemos. O doutor alerta: “não há riscos de contrair COVID-19 durante as doações e, principalmente, em épocas como esta, a doação é imprescindível. Precisamos lembrar que pessoas morrem todos os dias por conta disso e um simples ato pode salvar diversas vidas! Não só de pacientes agudos, que acabaram de perder sangue, mas principalmente de doentes crônicos, que contam com perdas contínuas e dependem de transfusões repetidas”.

Em caso de o candidato contrair o COVID-19, deve ficar inapto por 30 dias. E como qualquer outra atividade, aqueles que tiveram contato direto com infectados, deverão aguardar os 14 dias em isolamento.

Já no caso das vacinas, só podem doar: 48 horas após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan); 7 dias após cada dose (vacina Oxford, da AstraZeneca/Fiocruz); e 7 dias após cada dose (vacina da Pfizer/BioNtec).

Todas as dúvidas ou informações podem ser verificadas no site da Vita Hemoterapia, que também conta com a Livia.Bot.

 


Lucas Campos - médico, plantonista em banco de sangue no RJ e diretor de conteúdo do Jaleko.

 

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