Com a pandemia e a
enorme baixa no volume de voluntários, os bancos de doações de sangue, buscam
por inovações para tentar manter os estoques em dia, enquanto os médicos
orientam para o ato solidário
Junho Vermelho é o mês dedicado a doação de sangue
no Brasil, que desde o início da pandemia apresentou uma queda de
aproximadamente 20%.
E embora essa porcentagem não tenha refletido no desabastecimento do estoque,
já que o isolamento e a Covid-19, fizeram que muitas cirurgias eletivas fossem
canceladas, hemocentros de todo o país sempre precisam de doações. Por
isso, muitos buscaram a tecnologia não só para se reinventar como também para
acolher os novos doadores.
Em São Paulo, por exemplo, a Fundação Pro - Sangue
é a principal rede de coleta e processamento de doações, e apesar de não ser a
única, sozinha é responsável pelo abastecimento de cerca de 100 instituições
públicas da rede estadual de saúde. Com a baixa nos estoques, foi criado um
sistema de agendamento online o Hubglobe para que os interessados escolhessem o
melhor horário e dia para realizar a doação. Foram registrados 72.779
candidatos, e destes 47.520 efetivaram as doações. Quando uma bolsa de sangue é
coletada significa que 3 ou 4 vidas podem ser salvas.
Já o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de
Siqueira Cavalcanti, o HemoRio, conta com a ajuda da assistente virtual
Livia.bot que além de tirar dúvidas, podem fazer o agendamento também. No
entanto, ainda com o uso da tecnologia, nenhum dos Estados alcançaram os
números de doações esperados.
O ponto é que estoques baixos podem causar riscos enormes ao sistema de saúde. Lucas Campos médico, plantonista em banco de sangue no RJ e diretor de conteúdo do Jaleko fala do panorama de isolamento e os riscos que isso pode gerar.
Não é preciso ter medo de doar. As agulhas são
todas esterilizadas, obviamente não reutilizáveis, a sala de espera conta com o
distanciamento para evitar aglomerações na recepção, os profissionais estão
todos protegidos e o uso de máscara é obrigatório. O risco de estar no elevador
do seu prédio no qual passaram diversas pessoas recentemente e não possui bom
arejamento, além de raramente limparem as teclas dos andares, é maior do que
doar.
Mas em tempo de pandemia, o que é preciso?
O Vita Hemoterapia, empresa 100% brasileira, que
atua em todas as fases do ciclo produtivo do sangue, preparou, em seu site, uma
jornada didática e completa para que o voluntário entenda que o ato de doar é
altruísta, bem como fácil.
Primeiramente vamos falar dos quesitos básicos, o
doador deve estar em boas condições de saúde, estar bem descansado, e ter entre
16 e 69 anos, e pesar entre 50kg e 125kg. No caso de não ter atingido a
maioridade é preciso autorização dos pais, e se for da terceira idade, já ter
doado antes dos 60 anos. É necessária alimentação balanceada, sem comidas
gordurosas. Não deve esquecer de levar documento recente com foto. É necessário
que esteja atento aos impedimentos temporários e definitivos, disponíveis no
site da instituição.
Dito isso, é necessário proporcionar ao público
algumas explicações sobre o momento em que vivemos. O doutor alerta: “não há
riscos de contrair COVID-19 durante as doações e, principalmente, em épocas
como esta, a doação é imprescindível. Precisamos lembrar que pessoas morrem
todos os dias por conta disso e um simples ato pode salvar diversas vidas! Não
só de pacientes agudos, que acabaram de perder sangue, mas principalmente de
doentes crônicos, que contam com perdas contínuas e dependem de transfusões repetidas”.
Em caso de o candidato contrair o COVID-19, deve
ficar inapto por 30 dias. E como qualquer outra atividade, aqueles que tiveram
contato direto com infectados, deverão aguardar os 14 dias em isolamento.
Já no caso das vacinas, só podem doar: 48 horas
após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan); 7 dias após cada dose
(vacina Oxford, da AstraZeneca/Fiocruz); e 7 dias após cada dose (vacina da
Pfizer/BioNtec).
Todas as dúvidas ou informações podem ser
verificadas no site da Vita Hemoterapia,
que também conta com a Livia.Bot.
Lucas Campos - médico, plantonista em banco de
sangue no RJ e diretor de conteúdo do Jaleko.
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