Evitar a ingestão de açúcares industrializados e exames de rotina são necessários para controle |
Especialista
ressalta importância de exames e acompanhamento periódico
De acordo com o Atlas da Diabetes, uma em cada onze
pessoas entre 20 e 79 anos tem diabetes. No Brasil, são mais de 16 milhões e a
estimativa é que metade dessa população não saiba que tem a doença. Quando
corretamente diagnosticada e tratada, a pessoa com diabetes pode ter menos
complicações e assumir um estilo de vida mais saudável e adequado à sua
condição.
O clínico geral do HSANP, Renan Conde, explica que a diabetes é uma doença que se caracteriza pelo
desequilíbrio do açúcar no sangue e que pessoas nessa condição podem ter
complicações como diminuição da visão e neuropatia, por exemplo. Por isso, é
preciso ter o acompanhamento periódico multidisciplinar desde o diagnóstico.
“Algumas complicações da diabetes são a longo
prazo, mas se a pessoa tiver um estilo de vida saudável e acompanhamento
adequados, ela poderá prolongar sua saúde por mais tempo e evitar o
aparecimento dessas dificuldades logo no início”, ressaltou.
Para minimizar os riscos de desenvolvimento do
diabetes, um estilo de vida saudável com exercícios regulares e uma dieta balanceada, rica em verduras, frutas, legumes e proteína é
importante, evitando o consumo constante de produtos industrializados ou ricos
em açúcares.
Exames de rotina
Exames de rotina podem identificar tanto o diabetes
quanto a condição de pré-diabetes, quando os níveis de glicose são considerados
fora da normalidade, porém ainda não são tão altos para se diagnosticar o
diabetes. O diabetes pode ser tipo 1 ou 2, cada um com características
específicas. No entanto, o mais comum é o de tipo 2, que acomete 90% das
pessoas com diabetes.
A glicemia de jejum é o exame mais utilizado para
acompanhar os níveis de açúcar no sangue. Quando seu resultado está entre 100 e 125 mg/dl, a glicemia está alterada, o que pode
ser um indício do pré-diabetes. A partir desse resultado, a pessoa deve ser
acompanhada por um médico que solicitará exames complementares, como o de
glicose pós-prandial ou da hemoglobina glicada, para verificar melhor a curva
glicêmica.
Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é mais raro, acometendo apenas
10% das pessoas que têm a doença. É considerada autoimune, pois o sistema
imunológico destrói as células pancreáticas tipo beta, que produzem insulina.
Uma das características mais comuns do diabetes
tipo 1 é a perda de peso. Além disso, pessoas com diabetes tipo 1 podem ter uma
complicação grave chamada cetoacidose diabética. Muitas vezes esse é o primeiro
sinal da doença. Diabéticos que apresentam cetoacidose podem apresentar
sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental, prostração e
dificuldade respiratória.
Diabetes tipo 2
Nesse tipo de diabetes, os sintomas podem ser
leves, por isso o diagnóstico frequentemente é realizado durante exames de rotina,
quando alguma anormalidade é identificada. “A doença pode ficar silenciosa por
anos, por isso é importante fazer check-ups de saúde anuais, para ver se está
tudo normal”, recomenda o dr. Renan Conde, clínico geral do HSANP.
Alguns dos sintomas mais comuns do diabetes são inespecíficos, por isso, ao
identificá-los, é preciso ter atenção e buscar exames complementares. A
excessiva sensação de sede, visão embaçada, mau hálito frequente e cansaço
causado pela desidratação do organismo são alguns sintomas que necessitam de
acompanhamento.
O cansaço constante, por exemplo, acontece porque o
organismo diabético não assimila glicose suficiente e, por isso, é como se
estivesse constantemente em jejum. Já a visão embaçada, por outro lado, pode
ser causada pelo excesso de glicose no sangue. “Tanto o cansaço, que pode
indicar a baixa glicose no sangue, quanto a visão embaçada, que pode significar aumento dessa glicose, são indicativos de
desequilíbrio do corpo. Por isso esses sinais precisam ser verificados”, complementa o médico.
Em relação ao mau hálito, ocorre quando há
deficiência de insulina e o corpo começa a usar a gordura para suprir essa
carência. Ao gerar energia por meio da gordura, o corpo produz cetonas
eliminadas na respiração e, responsáveis pelo hálito ruim.
Além desses sintomas, a pessoa com diabetes pode
ter infecções frequentes na bexiga, na pele ou em outros órgãos, além de
dificuldade na cicatrização de feridas, causada pela dificuldade na coagulação
do sangue.
Primeiros casos da diabetes
Apesar de ser considerada uma doença da
modernidade, associada a hábitos alimentares irregulares e de produtos
industrializados ricos em açúcar, frituras e dietas ricas em gorduras,
aumentando o peso corporal e aumentando o risco de desenvolvê-la, o diabetes
não é novidade. Desde o Egito antigo, há mais de 3 mil anos, existem registros
de doenças com sintomas semelhantes. Na Índia, documentos
antigo apresentaram inclusive os dois tipos de diabetes.
HSANP
Nenhum comentário:
Postar um comentário