Sintoma pode ser
causado por diversas enfermidades; diagnóstico deve ser feito por
otorrinolaringologista após exames complementares
Uma sensação que gera muito desconforto e pode
ocasionar acidentes mais graves se for manifestada em um ambiente externo, por
exemplo. Assim é definida a vertigem, um sintoma que pode ser causado por diferentes
doenças, mas que pode estar associado também a outras ocorrências.
“De acordo com a classificação internacional de
sintomas vestibulares, descrita pela Bárány Society, o termo vertigem deve ser
utilizado quando o paciente descreve uma sensação ilusória ou distorcida
durante o movimento normal da cabeça. Há uma falsa sensação de rotação,
denominada vertigem rotatória, e também quaisquer outras sensações errôneas de
movimento, como balanço, inclinação, oscilação ou deslizamento, agora
denominados vertigem não rotatória”, explica o otorrinolaringologista Ricardo
Schaffeln Dorigueto, do Hospital Paulista.
De acordo com a Dra. Rafaela Maia,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista, a vertigem pode acometer de forma
significativa pacientes idosos, embora não seja exclusiva desta faixa etária.
“É notório que o envelhecimento provoca maior incidência de doenças
degenerativas ou acometimentos secundários a doenças crônicas, como diabetes e
hipertensão. Todos esses fatores, que são mais prevalentes entre os idosos,
podem estar associados a causas de vertigem”, explica.
No corpo humano, são vários os sistemas
responsáveis por prover equilíbrio às pessoas. São eles: neurológico, labirinto,
muscular, articular, visual e cardiovascular. É justamente a deterioração
progressiva desses sistemas, provocada pelo envelhecimento, que faz com que as
queixas de vertigem sejam mais frequentes em idosos.
“Nestes casos, o médico especialista sempre deve
investigar todos os sistemas envolvidos, indo muito além do labirinto apenas,
principalmente nas alterações cardiovasculares que são tão frequentes nesta
faixa etária”, completa.
Outros sintomas
Enquanto as doenças do labirinto são geralmente acompanhadas
por sintomas auditivos, náuseas e vômitos, a vertigem de origem neurológica é
acompanhada por sinais que se relacionam ao sistema nervoso central.
“Por exemplo, alterações na audição, como sensação
de ouvido tampado ou zumbido, podem indicar um problema intrínseco do ouvido.
Dores de cabeça muito fortes e perda da capacidade de articular palavras ou
movimentos chamam a atenção para acometimentos do sistema nervoso central, como
o AVC (derrame). Quando a vertigem é acompanhada de sensação de desmaio, nosso
sistema cardíaco deve ser investigado de imediato”, afirma o Dr. Dorigueto, que
faz uma ressalva aos pacientes.
“Nunca deixe que a queixa de vertigem e tontura
seja considerada apenas uma ‘labirintite’, pois ela pode indicar, de fato,
alguma alteração importante no seu organismo”, completa.
Diagnóstico
Como a vertigem pode ter diversas origens, seu
diagnóstico envolve a avaliação, por um médico especialista, dos sintomas
associados, doenças pré-existentes e descrição do problema. Duração e fatores
desencadeantes também são fundamentais para entender e estabelecer a possível
origem da vertigem.
Para auxiliar no diagnóstico e tratamento, conforme
os especialistas, diversos exames aparecem como opção ao paciente. O
importante, no entanto, é sempre procurar um especialista diante da
manifestação da vertigem, para evitar que o problema piore.
Confira abaixo alguns dos exames oferecidos para o
diagnóstico da vertigem:
Exame Otoneurológico: feito com
eletrodos (chamado de Vectonistagmografia) ou por vídeo (Videonistagmografia),
avalia a função vestibular e neurológica por meio da interpretação dos
movimentos oculares.
V-hit: exame relativamente moderno na
Otorrinolaringologia, que testa a capacidade do labirinto para responder
corretamente a movimentos rotacionais da cabeça. Ele é feito com um óculos, que
consegue racionalizar a velocidade da cabeça e a resposta que o labirinto manda
(através dos olhos). É recomendado para pacientes em crise aguda de vertigem ou
para acompanhamento e investigação de sequelas, além de conseguir separar
algumas localidades específicas do labirinto. Sua grande vantagem ao paciente é
não provocar a vertigem, além de poder ser realizado mesmo durante uma crise do
sintoma.
VEMP: juntamente com o V-hit, analisa todos os sensores
do labirinto. É feito com alguns eletrodos (que não dão choque), na região do
pescoço e dos olhos, e alguns movimentos são requisitados enquanto se ouve um
som. O VEMP consegue identificar alterações na parte do labirinto que é
responsável pelo senso de estabilidade do paciente, além de também ser muito
sensível a alterações progressivas. Sua vantagem é também não provocar vertigem
durante a realização do exame.
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
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