Evoluir, constantemente, nas pautas relativas à sustentabilidade é uma das diretrizes de toda empresa responsável. Isso significa respeitar os aspectos socioambientais, zelar pelo bem-estar e desenvolvimento dos colaboradores e das comunidades onde atua, promover a diversidade e a inclusão e – depois do surgimento da pandemia do novo coronavírus – também praticar a solidariedade. Olhando para trás, um ano após o início do período de isolamento social no Brasil, e para o agora, percebe-se que uma das grandes lições para o mundo corporativo foi realmente esta: a relevância da generosidade e do investimento filantrópico como forma de contribuição para a solução de problemas da sociedade. Posicionamento estratégico pelo qual as organizações serão ainda mais cobradas.
Esse movimento já mostrou sua força ao longo de
2020, quando, de maneira emergencial, milhares de companhias realizaram doações
pontuais para minimizar situações críticas. Alguns exemplos são a compra de equipamentos
e insumos médico-hospitalares para hospitais e outras instituições, bem como a
distribuição de alimentos, medicamentos, material de limpeza e higiene, roupas
e calçados a famílias e entidades impactadas pela crise provocada pela
Covid-19, entre outras iniciativas, nem sempre atreladas ao aporte financeiro.
Tudo isso deixou em evidência, dentro e fora das companhias, o quanto o
espírito colaborativo é essencial para enfrentar desafios globais,
especialmente porque as corporações estão inseridas em uma sociedade onde todos
dependem uns dos outros.
É fundamental, portanto, transformar a
solidariedade empresarial em uma cultura organizacional, com legitimidade,
autenticidade, convicção e coerência, em vez de apenas mantê-la como um recurso
momentâneo. Em outras palavras, ampliar o foco, desenvolver um propósito e
estabelecer um novo compromisso, de longo prazo, com as comunidades, de modo a
contribuir efetivamente para um mundo melhor. Neste momento em que tanto se
fala na importância de se construir um legado, nada mais natural do que se
sensibilizar com as dificuldades do outro, valorizar o ser humano e,
consequentemente, aprimorar o apoio social – o que vai muito além de realizar
doações, mesmo que de maneira estruturada.
E, se essa reflexão, por si só, não for suficiente
para garantir empresas sempre preocupadas com a responsabilidade socioambiental
e com a geração de impactos positivos para a população, vale lembrar que os
resultados das companhias não estão mais relacionados somente aos indicadores
financeiros. Existe uma transformação tanto no posicionamento do consumidor –
cada vez mais consciente e preferindo as marcas que prezem pela
sustentabilidade –, quanto dos investidores. Muitos já não se interessam por
negócios que não contemplem a tão comentada sigla, em inglês, ESG
(environmental, social and corporate governance). Outros estão de olho no
engajamento das corporações em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), elaborados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Todo esse panorama indica que atuar com base nessas
estratégias, que agregam, fortemente, o senso de solidariedade, é um caminho
sem volta. A empresa que quiser prosperar e assegurar a perenidade precisa,
também, pensar e desenvolver o seu entorno. Não há mais espaço para buscar
somente metas e resultados, sem dar atenção à consolidação de um propósito mais
amplo. Ou seja, à implementação de uma gestão que tenha a humanização entre os
pilares do negócio e que contribua para uma transformação social verdadeira.
Dênio de Oliveira - presidente da Bem Brasil
Alimentos, fabricante 100% brasileira de batata pré-frita congelada e líder em
vendas no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário