Pediatra responde dúvidas frequentes do consultório sobre o
uso do EPI por crianças
A pandemia mudou a rotina de pessoas em todo o mundo.
Trabalho remoto, distanciamento social, uso de álcool em gel com frequência e
máscara para sair de casa são alguns dos novos hábitos que passaram a ser
adotados na tentativa de prevenir a contaminação pelo novo coronavírus.
Apesar de já terem sido incorporados ao dia a dia, muitos
desses hábitos ainda causam dúvidas em pais e cuidadores, principalmente por
causa da alta disseminação de fake news pelas redes sociais e aplicativos de
trocas de mensagens.
Dr. Paulo Telles, pediatra pela SBP, conta que muitos pais o
procuram para sanar dúvidas porque recebem mensagens sem base científica e
ficam assustados. O uso de máscara por crianças é um dos temas que mais gera
discussões.
"Junto do distanciamento social e higiene das mãos, o
uso de máscara ainda é a maneira mais fácil de evitar a contaminação pelo novo
coronavírus", alerta o médico. Confira a seguir, mitos e verdades sobre o
uso de máscara pela turminha:
Nem toda criança precisa usar máscara.
VERDADE: "Criança tem que
usar máscara, mas é preciso que os pais e cuidadores sigam informações baseadas
em boas evidências. Mas vale o alerta de que crianças com menos de 2 anos não
devem usar máscara porque não são capazes de removê-la sem ajuda. Crianças com
alguns problemas cognitivos também não precisam usar a máscara porque não têm
condição de tolerar o uso e de removê-la também. No entanto, são exceções. E
acima de dois anos, os pais podem começar a treinar a criança para usar a
máscara em casa para que possa usá-la de forma adequada".
Máscara atrapalha a absorção de oxigênio.
MITO: "Uma preocupação
frequente é se a máscara pode reduzir a absorção de oxigênio a ponto de
prejudicar o cérebro e os pulmões e a resposta é não. As máscaras são feitas de
materiais respiráveis e não prejudicam a absorção de oxigênio, nem atrapalha o
foco e a concentração da criança. A partir dos dois anos pode usar o tempo todo
com segurança."
Pode interferir no desenvolvimento.
MITO: "A máscara não
afeta o desenvolvimento neurológico nem pulmonar. A máscara bloqueia as
gotículas de saliva que contêm o vírus, não bloqueia o oxigênio. Além disso, a
criança fica é mais protegida, uma vez que a máscara bloqueia o novo
coronavírus e outros micro-organismos que podem causar infecções
pulmonares."
A máscara faz a criança respirar mais gás carbônico e se
intoxicar.
MITO: "Nenhum estudo
comprova isso. É besteira. As moléculas de gás carbônico são menores do que as
fibras da máscara e passam pelo tecido tranquilamente. É importante lembrar que
há médicos que realizam cirurgias longas de 10, 12 horas direto, com a mesma
máscara. Se fosse assim, eles desmaiariam ou se intoxicariam."
A máscara protege a pessoa de contaminar outras pessoas.
VERDADE: "Se usado de
forma certa, o tecido da máscara cria uma barreira para as gotículas de saliva
contaminadas, evitando que elas atinjam outra pessoa e que o vírus chegue à
mucosa, se prolifere e infecte a pessoa. Não importa se é adulto ou criança, a
máscara é usada para não te contaminar e para não contaminar o outro. É uma
proteção de mão dupla."
Dr. Paulo Nardy Telles - CRM 109556 @paulotelles • Formado pela Faculdade de medicina do ABC • Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP • Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP • Título de Especialista em Pediatria pela SBP • Título de Especialista em Neonatologia pela SBP • Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital israelita Albert Einstein 2008-2012 • 18 anos atuando em sua clínica particular de pediatria, puericultura.
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