Até 30 de abril, pessoas físicas podem doar até 3% do
imposto para manter trabalhos como o do Hospital Pequeno Príncipe
Até o próximo dia 30 de abril, pessoas físicas que fazem
declaração do Imposto de Renda (IR) via formulário completo podem destinar até
3% do imposto – a pagar ou a restituir – e fazer a diferença na rotina de
instituições filantrópicas como o Pequeno Príncipe, maior hospital pediátrico
do Brasil, com sede em Curitiba (PR). Em 2020, primeiro ano da pandemia, a
instituição registrou uma queda de 20% na receita proveniente dos convênios,
uma de suas principais fontes de recurso. Esse cenário, somado ao déficit
histórico causado pela defasagem na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), com
valor médio anual de R$ 30 milhões, pode comprometer o orçamento do Hospital
que tem 70% de sua capacidade destinada a pacientes oriundos do SUS e mesmo com
a crise sanitária manteve os atendimentos de alta complexidade.
Para o contribuinte, na prática, a doação via renúncia fiscal não
oferece despesa alguma. Isso porque, no caso de quem tem imposto a pagar, o
valor doado é descontado da quantia devida à Receita Federal. No caso de quem
tem IR a restituir, o valor doado é somado à restituição, corrigido pela Taxa
Selic. Mas mesmo com condições favoráveis, apenas 2,05% do potencial de doação
é alcançado todos os anos. Isso significa que mais de R$ 7,5 bilhões deixam de
impactar o cenário da saúde no país. “O processo é simples e permite ao
doador acompanhar como o recurso é utilizado. E, para nós, as doações pelo
Imposto de Renda são de fundamental importância”, comenta a diretora-executiva
do Hospital Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro.
No Pequeno Príncipe, as doações se traduzem nos investimentos em
pesquisas, em tecnologia, na capacitação de profissionais e no suporte de
pacientes oriundos de todo o Brasil que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde.
Um exemplo é a história da capixaba Mariane
dos Anjos Amorim, hoje com 12 anos. Em 2019, ela e sua mãe, Marcilene Ribeiro
dos Anjos Amorim, vieram de Linhares (ES) para tratamento de uma anemia
aplásica – doença que causa queda na contagem das células sanguíneas –, sendo
necessário transplante de medula óssea. Ambas passaram quatro meses e 15 dias
no Pequeno Príncipe para realizar o procedimento. “No Espírito Santo não tem
onde fazer. Minhas duas outras filhas eram compatíveis, e a mais nova foi a doadora
da medula. O tratamento todo foi pelo SUS, não pagamos nada. Chegamos no
Hospital e parecia que já conheciam a gente, de tão bem recebidos que fomos”,
conta a mãe.
Longe
de casa e sem familiares na capital paranaense, mãe e filha tiveram o suporte
do programa Família Participante, que oferece toda estrutura necessária para
permanência no ambiente hospitalar, como refeições diárias e um espaço para que
o acompanhante faça sua higiene pessoal, guarde seus pertences, descanse e
receba orientações para uma participação positiva no processo de tratamento da
criança. Mensalmente, mil pessoas são atendidas pelo programa. Criado na década
de 1980, foi precursor de políticas públicas que valorizam o vínculo dos
pacientes com sua família e colocou o Pequeno Príncipe como referência no
acolhimento integral durante o período de hospitalização.
Crise sanitária
Referência nacional em procedimentos de média e alta complexidade
em 32 especialidades, o Pequeno Príncipe, há 15 anos, usa a modalidade de
restituição fiscal como uma de suas principais fontes de recursos. A
instituição tem vários projetos aprovados no Fundo para Infância e
Adolescência. Todos são monitorados pelos Conselhos de Direitos e pelo Tribunal
de Contas, que acompanham a utilização de recursos e fiscalizam a prestação de
contas.
Com
378 leitos, sendo 68 em UTIs, o Pequeno Príncipe destina 70% da sua capacidade
para o Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo a diretriz de oferecer tratamento
integral e humanizado, independentemente se são pacientes provenientes do
sistema público ou de convênios.
Em 2020, o cancelamento de procedimentos eletivos e a diminuição
na taxa de ocupação de leitos e na procura pelo atendimento nas emergências
provocaram uma queda nos recursos do Pequeno Príncipe. Já as despesas
aumentaram, principalmente por conta da necessidade de investimento em
equipamentos de proteção individual – o crescimento na compra desses materiais
chegou a 400%, sendo que a alta no preço de alguns itens superou 1.000%.
Ainda assim, procedimentos de alta complexidade foram mantidos e
247 transplantes foram realizados – 61 de medula óssea. Além disso, o Pequeno
Príncipe retomou em 2020 o serviço de transplante de fígado. Foram 15 cirurgias
feitas no ano passado, priorizando crianças de até 10 anos. Além, de outras
12.233 cirurgias e 12.510 internações.
“Contamos
com a sensibilidade do contribuinte, que além de cumprir a sua obrigação com o
governo federal tem a oportunidade de ajudar a viabilizar as nossas atividades
de assistência e pesquisa”, reforça a diretora.
Serviço
Pessoas físicas podem entrar
em contato, para fazer sua doação de Imposto de Renda, pelo e-mail doepequenoprincipe@hpp.org.br
ou pelos telefones (41) 21013-3886 e (41) 99962-4461.
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