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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Afastamento por transtornos mentais cresce na pandemia

O desafio das empresas é ajudar a melhorar a saúde física e mental dos trabalhadores


Uma pesquisa do instituto Ipsos revelou que 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou desde o início da quarentena. E o reflexo desse problema afetou diretamente as empresas: a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devido a transtornos mentais bateu recorde no ano passado. Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, foram registrados 576,6 mil afastamentos, uma alta de 26% em relação a 2019. “As empresas são um retrato da sociedade. Os efeitos da pandemia atingem em cheio o mundo corporativo e as companhias têm pela frente o desafio de cuidar da saúde mental dos seus colaboradores”, explica o psicólogo especializado em Crises e Emergências e especialista em RH Alexandre Garrett.

Garrett conta que os profissionais de RH de diversas empresas identificaram um aumento de problemas de saúde dos seus colaboradores em home office e estão implantando programas de qualidade de vida para ajudar a vencer os desafios da quarentena. “Médicos do trabalho estão fazendo alerta aos seus RHs sobre problemas detectados que variam desde um aumento de peso a ansiedade e altos índices de sedentarismo. Eles ressaltam a necessidade de fazer um mutirão para acalmar os ânimos e desânimos das suas equipes”, alerta o especialista.

 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar
mental piorou desde o início da quarentena

Depositphotos


O psicólogo conta que a ansiedade e a depressão atingem muitos trabalhadores em home office. “Não é somente o modelo de trabalho virtual, muitas vezes cansativo e longo, mas a convivência com os familiares em momentos de estresse coletivo pelas notícias das mortes e de pessoas infectadas pela covid. Tudo isso colabora para agravar o problema”, observa.

Para mudar esse quadro, os setores de RH estão investindo em programas virtuais de qualidade de vida. “Muitos contratam empresas que oferecem apoio psicológico a distância, orientação nutricional e professores de educação física para incentivar a prática de exercícios”, comenta. Segundo Garrett, o papel do médico do trabalho também é essencial para orientar os colaboradores sobre bons hábitos alimentares e de saúde. ¨As queixas mais comuns são de irritabilidade, má qualidade do sono e estresse, pois o desejo geral das pessoas é voltar a ter uma rotina normal como antes.

Mas isso só será possível com a vacina, e o processo de vacinação ocorre em um ritmo muito lento. Até que a população esteja vacinada, teremos que aprender a viver nessas condições e redobrar os cuidados com a nossa saúde física e mental”, afirma Garrett.

 



Alexandre Garrett - psicólogo especializado em Crises e Emergências e especialista em RH


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