Março Azul-Marinho chama atenção para doença que atinge 40 mil brasileiros por ano
Fãs de cinema e filmes de super-heróis foram surpreendidos, no ano passado, com o anúncio da morte do ator Chadwick Boseman, protagonista de Pantera Negra. O artista foi diagnosticado com câncer colorretal, segundo tipo de tumor mais comum entre os brasileiros e que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), só em 2021, deve atingir 41 mil novos casos diagnosticados no país. Assim como ocorre em outros meses ao longo do ano, a campanha “Março Azul-Marinho” faz um alerta à população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
O câncer colorretal é considerado uma doença
silenciosa já que, na maioria dos casos, não apresenta sintomas em seu estágio
inicial. Se detectado precocemente, antes que a doença se espalhe para outras
regiões do corpo, o paciente tem grandes chances de cura. “É importante ter
acompanhamento contínuo e global da saúde de um médico de sua confiança. A
prevenção ainda é a melhor forma de tratar”, orienta Alexandre de Figueiredo
Maciel, oncologista da Vitallis, operadora de saúde pertencente ao grupo
internacional Keralty. Ele explica que a doença atinge o intestino grosso,
podendo se manifestar na região conhecida como cólon ou no reto.
Entre os principais fatores de risco que podem
contribuir para o aparecimento da doença está a má alimentação. “Esse tipo de
câncer está ligado, principalmente, a uma dieta pobre em fibras e com muita
carne vermelha e processada, como salsichas, salame, presunto e defumados, além
do excesso de peso e sedentarismo”, explica Maciel. O histórico familiar também
é um fator de risco para o câncer colorretal, assim como doenças inflamatórias
do intestino e doenças hereditárias, como a síndrome de Lynch. O tratamento
desse câncer envolve várias modalidades como a cirurgia, a radioterapia, a
quimioterapia e a imunoterapia. “A escolha do tipo de tratamento é
individualizada e depende de vários fatores”, explica o médico.
Os principais sintomas, à medida que a doença
progride, são sangramento nas fezes, alteração do ritmo intestinal, como
diarréia ou intestino preso, perda de peso, além de dor ou desconforto no
abdômen. Foi exatamente o que fez com que a dona de casa Maria Lúcia Pires
Silva, de 63 anos, percebesse que havia algo de errado. Ela relata que começou
sentindo fortes cólicas e decidiu procurar um médico. “Descobri o câncer em
2013, justamente porque esse desconforto estava ficando cada vez mais
frequente. Fiz um exame de sangue e depois o médico indicou que eu fizesse a
colonoscopia”, relata. Desde maio, a paciente é atendida no espaço de oncologia
da Vitallis, localizado na unidade Barro Preto. “Foi durante a pandemia que
conheci o trabalho da operadora de saúde”, conta.
Ela, infelizmente, descobriu a doença já em estágio
avançado e hoje segue em tratamento para conter a metástase, quando o tumor se
espalha para outras partes do corpo. Porém, apesar do susto e longo tempo de
tratamento, Maria Lúcia segue otimista e deixa uma mensagem de esperança para
quem também está passando pela mesma situação. “O principal é não deixar a
‘peteca cair’. Confiar em Deus e seguir com o tratamento, porque a equipe
médica sabe o que faz”, avalia. Ao longo do tratamento, Maria já passou por
cirurgias e quimioterapia e, para ela, o apoio da família foi fundamental para
que fosse, aos poucos, vencendo essa batalha contra o câncer. “Foi um grande
susto no início, mas o apoio da minha família foi essencial. Para mim, não
existia alternativa que não fosse enfrentar a doença de cabeça erguida”,
declara.
O especialista Alexandre de Figueiredo Maciel
ressalta a importância do acompanhamento médico. “As pessoas não devem fazer
exames sem indicação médica. É importante ficar atento a qualquer anormalidade
e consultar sempre um profissional qualificado”, afirma. Principalmente depois
dos 50 anos, é indicado a realização de exames de rotina, também conhecidos
como check up, conforme indicação do profissional de saúde.
Além desse rastreamento, a prevenção inclui medidas para diminuir o risco de
desenvolver a doença, como manter uma dieta rica em fibras, com frutas,
verduras e legumes, e praticar exercícios físicos.
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