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terça-feira, 12 de maio de 2020

Epidemia de Mentiras: 7 em cada dez brasileiros acreditaram em 1 notícia falsa sobre o coronavírus



Especialista em Direito na Sociedade da informação explica como as relações sociais tem contribuído para a disseminação das fake news durante a pandemia


 

Desde o início da maior crise sanitária da época, circulam informações e vídeos quase sempre retratando as formas de contágio do novo coronavírus, medicamentos para combater a doença, como se prevenir e, até mesmo, fórmulas caseiras para curar a doença. Muitas dessas informações eram falsas. De lá pra cá, segundo levantamento da Avaaz, 100 milhões de brasileiros que corresponde a sete em cada dez, acreditaram em pelo menos 1 notícia falsa sobre o coronavírus. 

De acordo com o advogado e escritor André Faustino, a disseminação das fake news durante a pandemia é fruto de dois comportamentos: a constância de conformidade e a relativização da ciência. “Se compartilharam comigo, deve ser verdadeiro. É dessa forma que os disseminadores das fake news pensam. É esse mesmo indivíduo que vai legitimar a ‘verdade’ da ciência ou não, de acordo com suas crenças e ideologias” afirma o especialista.  

Atualmente, o Whatsapp e o Facebook lideram o ranking dos canais onde há uma maior disseminação das fake news. Tanto é que ambas decidiram adotar medidas que possam diminuir a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia. Para o especialista existem dois pontos fundamentais que estimulam as pessoas  compartilharem notícias falsas nas redes sociais.

 “O primeiro é uma sensação de anonimato e a segunda é a falta de relação dos indivíduos com uma consequência, as relações dentro das redes sociais são efêmeras e voláteis, dessa forma a própria pessoa que compartilha a desinformação não tem uma noção da consequência daquilo, pois isso é fruto do próprio momento que o homem passa vivendo em sociedade. Vivemos o tempo do pós, a pós-modernidade, a pós-verdade, o pós-humano, o pós-deus e assim por diante” afirma Faustino.  

 

Livro explica os detalhes do fenômeno

Para uma avaliação mais detalhada sobre os fenômenos sociológicos que fazem dos brasileiros grandes fomentadores de notícias falsas, o advogado André Faustino, mestre em Direito na Sociedade da Informação lançou a obra  ‘Fake News - A liberdade de expressão nas redes sociais na Sociedade da informação’, publicada pela editora Lura. 


O livro é fruto de sua dissertação de mestrado e aponta as razões pelas quais as fake news se consolidaram na seara de conteúdos disponíveis na  internet. “Há um protagonismo do indivíduo que no contexto social é indiferente à verdade. Cada qual se apega ao apelo emocional. Embora saiba que se trata de uma mentira, o indivíduo prefere acreditar nela porque é mais conveniente com as suas percepções e ideologia”, explica Faustino. 

 

André Faustino - Consultor e Advogado. Doutorando em Direito pela FADISP. Mestre em Direito na Sociedade da Informação pela FMU. Especialista em Direito Imobiliário pela FMU. Especialista em Direito Civil pela FMU. Especialista em Direito Digital Aplicado pela FGV/ SP. Extensão em Compliance e Lei Anticorrupção pela FAAP. Extensão em Compliance pela AASP. Extensão em Direito Digital pela FAAP. Bacharel em Direito pela FMU. Bacharel em Música pela FAMOSP. Desenvolve pesquisa na área do Direito e da Sociologia voltadas para a liberdade de expressão, redes sociais e uso dos algoritmos.
http://bit.ly/33S6rdS



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