Não podemos negar
que a internet facilitou muito o acesso à informação, mas encontrar um conteúdo
de qualidade e verdadeiro é bastante desafiador. E com os aplicativos de mensagens,
a informação chega de maneira instantânea e, muitas vezes, trazendo
inverdades. Com a aproximação do Dia da Nacional da Mamografia (5 de
fevereiro), para evitar as chamadas fake news (notícias falsas, em
tradução livre do inglês), a doutora em oncologia mamária do Grupo SOnHe,
Susana Ramalho, reuniu alguns mitos e verdades sobre o exame que auxilia no
diagnóstico do câncer de mama, um tumor que se descoberto em
estágio inicial tem chances de cura que chegam a 95%. Confira:
Mito: A radiação durante a mamografia pode causar câncer.
Verdade: A mamografia necessita de pouca radiação para ser executada O risco da
exposição à esta radiação é baixo e o benefício em muito se superpõe ao risco.
Além disso, nunca houve um caso de câncer de mama comprovadamente induzido por
radiação da mamografia.
Mito: Mamografia é um exame sem eficácia comprovada.
Verdade: A
mamografia é o único exame que, quando realizado rotineiramente pela mulher a
partir dos 40 anos, na ausência de quaisquer sintomas nas mamas, diminui o
risco de morrer por um câncer de mama. Isso foi comprovado em grandes estudos
realizados em mais de 500 mil mulheres, com redução da mortalidade entre 10% e
35% no grupo de mulheres que faziam mamografias regularmente comparado com as
mulheres que não faziam. No Brasil, as sociedades médicas recomendam o
rastreamento mamográfico anual para as mulheres entre 40 a 75 anos.
Mito: O autoexame é suficiente para detectar um câncer de mama.
Verdade: O autoexame só detecta um câncer de mama quando a doença está em uma
fase adiantada, geralmente maior que 1-2 cm, enquanto exames de rastreamento
detectam tumores em mulheres assintomáticas, nas quais a chance de cura é
significativamente maior. Não há nenhum estudo que comprove que o autoexame pode
substituir a mamografia, não devendo ser adotado como método de rastreamento.
Mito: É necessário rastreamento para câncer de mama em mulheres antes dos 40
anos.
Verdade: Exames de rastreamento rotineiros não são recomendados para mulheres
com menos de 40 anos, já que o risco é considerado baixo. Além disso a
mamografia é menos efetiva em mulheres jovens pelo fato do tecido mamário ser
mais denso, o que diminui a capacidade do exame detectar anormalidades
Mito: Todos os cânceres de mama podem ser detectados na mamografia.
Verdade: Nenhum teste de rastreamento é perfeito e a mamografia não é exceção.
Fatores como a densidade mamária e a idade influenciam a efetividade da mamografia,
dificultando a detecção dos tumores. O rastreamento mamográfico tende a ser
menos efetivo em mulheres mais jovens por possuírem mamas mais densas. Em torno
de 25% dos cânceres de mama em mulheres entre 40 a 49 anos não são detectados
pela mamografia e em torno de 10% não são detectados pela mamografia na faixa
etária após 50 anos.
Mito: Não se pode realizar mamografia se tem implante mamário.
Verdade: Mulheres com próteses mamárias podem e devem fazer mamografias
rotineiramente, sem risco de diminuição na sensibilidade do exame ou risco de
rompimento ou deslocamento da prótese mamária.
Susana Ramalho - oncologista do Grupo SOnHe, com
foco de atuação em tumores femininos, é especialista em oncologia clínica pela
Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Oncologia. É doutora em
Oncologia Mamária e em Oncologia Ginecológica pelo CAISM/Unicamp. Susana também
é preceptora dos residentes de oncologia clínica do CAISM/Unicamp.
Grupo SOnHe -
Sasse Oncologia e Hematologia
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