– Diagnóstico é uma das barreiras
enfrentadas pelos pacientes que serão lembrados neste 29 de fevereiro, Dia
Mundial das Doenças Raras –
Imagine se toda a
população da cidade de São Paulo fosse composta apenas por pessoas que sofrem
de doenças raras. Isso seria realidade caso os 13 milhões de brasileiros
acometidos por doenças raras morassem na capital paulista, segundo pesquisa da
Interfarma1.
Para ser considerada
rara, uma doença deve ter uma prevalência de até 65 casos por 100.000
habitantes2, sendo que de 50% a 70% das pessoas afetadas pela doença
são crianças3. Atualmente, existem de 5.000 a 7.000 tipos destas
doenças3. Estes números, no entanto, seguem aumentando regularmente,
já que, com frequência, são descritas novas doenças raras na literatura médica4.
A grande maioria das
doenças raras - um número em torno de 80% - tem origem genética5. O
restante decorre de infecções bacterianas e virais, alergias, ou mesmo causas
degenerativas. Cerca de 75% delas se manifestam ainda no início da vida, por
volta dos cinco anos de idade – e são elas as responsáveis por grande parte da
morbimortalidade nos primeiros 18 anos de vida5.
Diagnóstico
O diagnóstico é um dos
principais desafios enfrentados na jornada do paciente com doenças raras,
principalmente aquelas de origem genética. Os sintomas em sua maioria podem ser
confundidos com os de outras patologias, dificultando e retardando o diagnóstico.
Isso gera um impacto em toda a jornada do paciente, no início do tratamento
adequado e na evolução da doença. Em todo o mundo, pacientes consultam mais de
7 médicos (7,3 em média) antes de receber um diagnóstico preciso, de acordo com
pesquisa do Journal of Rare Disorders (JRD)6. Além disso, os sinais
podem ser inespecíficos ou de gravidade variável.
“Nesse cenário, é de
extrema importância uma conscientização a respeito dos sinais e sintomas das
doenças e tratamentos, além da capacitação dos médicos sobre a relevância de
perceber os sintomas para diagnóstico precoce”, avalia Daniela Carlini,
diretora médica de doenças raras da Sanofi Genzyme.
Doença
de Gaucher
Pacientes da Doença de
Gaucher, por exemplo, podem ver seus sintomas surgirem a qualquer momento ao
longo da vida, seja na infância ou mesmo na idade adulta – a maioria dos casos,
no entanto, aparece até a adolescência5. O diagnóstico de Gaucher
pode demorar até 10 anos7. Por apresentar sintomas semelhantes a
outras doenças (por exemplo aumento do baço e/ou fígado, diminuição de
plaquetas, entre outros), aproximadamente 25% dos pacientes não têm acesso ao
tratamento adequado por conta do diagnóstico tardio5.
Doença
de Fabry
A Doença de Fabry, uma
doença genética rara da família das DDLs (doenças de depósito lisossômico), é
crônica, progressiva e, como as outras da sua família, hereditária. Isso porque
seus pacientes herdam um gene da alfa-galactosidase A (α-Gal A) com uma mutação
que o torna incapaz de produzir quantidade suficiente de uma enzima. Esta
enzima quebra a substância gordurosa globotriaosilceramida (GL-3) para que seja
removida do corpo, e a deficiência enzimática leva, portanto, ao acúmulo dessa
substância8. Os estudos mostram que costumam passar aproximadamente
15 anos desde o início dos sintomas até o diagnóstico da doença9.
MPS
Sintomas e sinais como
baixa estatura, contraturas articulares, opacidade de córneas, aumento da
língua, baço e fígado costumam aparecer durante a primeira infância. Aumento
dos lábios, dificuldade respiratória, infecções de repetição, dor de cabeça,
vômitos, irritabilidade e sonolência podem estar presentes ao longo de toda a
vida9. Em função da variedade de sintomas, há dificuldade no
diagnóstico de MPS e muitos pacientes passam por mais de 10 consultas médicas
até serem encaminhados para o especialista correto10,11.
Doença
de Pompe
Também é uma doença
genética progressiva rara que, quando não tratada, se agrava com o tempo12.
Em média, o diagnóstico demora de 7 a 9 anos13. É causada pela
deficiência na atividade da enzima alfaglicosidade ácida (GAA), que gera o
acúmulo gradativo de glicogênio em células musculares e interfere na função
celular. Consequentemente, o indivíduo apresenta fraqueza muscular que afeta a
movimentação, a respiração e a função cardíaca. Os músculos respiratórios,
glúteos, do abdome e das coxas costumam ser os primeiros a apresentarem
alterações no seu funcionamento e fraqueza11.
Tratamento
Para aprofundar-se e entender
estas doenças e suas respectivas terapias inovadoras, a Sanofi Genzyme
investiga, descobre e proporciona terapias transformadoras a pacientes com
necessidades médicas especiais e não atendidas, dentre elas as doenças raras e
neurológicas.
“Ainda que as terapias
oferecidas não proporcionem a cura destas doenças, elas conseguem conferir aos
pacientes mais qualidade de vida e minimizar os impactos dos sintomas no dia a
dia”, reforça Daniela Carlini. Desde 1981, a companhia pesquisa e desenvolve
produtos biológicos para enfermidades raras, como as doenças de depósito
lisossômico, por exemplo.
Sanofi
Genzyme
Sanofi
Referências bibliográficas
2. Ministério da Saúde. Portaria Nº 199, DE 30 de Janeiro de 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ gm/2014/prt0199_30_01_2014.html. Acessado em 26/06/2014.
3. Derayeh S, Kazemi A,
Rabiei R, Hosseini A, Moghaddasi H. National information system for rare
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Intractable Rare Dis Res. 2018;7(3):156–163.
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Disponível em: http://www.orpha.net/national/PT-PT/index/sobre-doen%C3%A7as-raras/.
Acessado em 26/06/2014.
5. EURORDIS Rare Diseases Europe. Disponível
em www.eurordis.org/about-rare-diseases.
Acesso em 14/02/2020.
6. Engel PA, Gabal S, Broback M, Boice N. Physician and patient perceptions
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educational initiatives for physicians. J Rare Dis. 2013;1(2):1-15.
7. Mistry PK, Sadan S, Yang R, Yee J, Yang M.
Consequences of diagnostic delays in type 1 Gaucher disease: the need for
greater awareness among hematologists-oncologists and an opportunity for early
diagnosis and intervention.
8. Site da Associação
Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH)
ttp://www.abhh.org.br/pensegaucher/. Acessado em novembro de 2016.
9. Wilcox WR et al.
(2008) Mol. Genet. Metab.93(2):112-128.
9. Instituto de Genética
e Erros Inatos do Metabolismo – IGEIM (www.igeim.org.br)
10. MPS Society. MPS I. 2017.
Available at: http://mpssociety.org/mps/mps-I/.
Accessed November 2018.
11. Bruni S. et al.
(2016) Mol. Geneti. Metab. The diagnostic journey of patients with
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12. Alpha-Glucosidase
deficiency in generalized glycogenstorage disease (Pompe's disease). HERS HG.
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13. van Capelle C. I. et al, Orphanet J Rare Dis.
Childhood Pompe disease: clinical spectrum and genotype in 31 patients. May
2016; 11: 65.
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