Dia
12 de novembro, comemora-se o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas
e Morte Súbita. Na maioria dos casos, a doença tem tratamento e o
paciente pode levar uma vida normal
Ao contrário do que se imagina, algumas doenças do coração
podem apresentar sinais ainda na infância. É o caso da arritmia cardíaca, que
pode surgir logo após o nascimento. O diagnóstico nem sempre é fácil. O
recém-nascido, por exemplo, tem um batimento cardíaco normalmente acelerado,
com cerca de 120 a 140 batidas por minuto. Os casos de arritmias em bebês podem
ocorrer por causas congênitas ou por estar associado a uma cirurgia cardíaca
feita para corrigir estes problemas. Existem cardiopediatras que são
especialistas em arritmia, uma subespecialidade que está surgindo. "A
investigação é muito importante”, diz o especialista do Núcleo de Cardiologia
do Hospital Samaritano de São Paulo, Bruno Bueno. Não à toa, no próximo
dia 12 de novembro se comemora o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias
Cardíacas e Morte Súbita. A data foi criada para chamar a atenção das pessoas
sobre o problema.
Segundo Bueno, as arritmias cardíacas se
caracterizam por qualquer descompasso no ritmo do coração, como um batimento
errado, por exemplo. É preciso estar atento para não confundir os sintomas com
o de uma taquicardia. Ele lembra que o sintoma mais frequente da arritmia é a
palpitação, uma sensação de batida rápida do coração. Se bater mais de 120
vezes por minuto, pode ser sinal de uma taquicardia. Mas se a pessoa acabou de
realizar um exercício físico, esse batimento provavelmente é normal e esperado.
Em geral, o paciente se queixa de uma batida muito acelerada, como se o coração
estivesse batendo no pescoço.
Mas tem também aquele que sente um descompasso, como se
estivesse faltando uma batida. Outros sintomas são falta de ar, cansaço físico
anormal, tontura e desmaio. Os casos que chamam a atenção e requerem cuidado
redobrado são os de pacientes que apresentam desmaio durante uma atividade
física aeróbica, como uma partida de futebol, e aqueles que têm desmaios muito
rápidos, sem aviso, causando até mesmo traumas no rosto e fraturas na queda.
“Estes casos podem estar relacionados a arritmias mais graves, inclusive com
risco de morte súbita”, alerta o médico do Núcleo de Cardiologia do
hospital.
AGRAVANTES - Uma série de
fatores influencia para o aparecimento da arritmia, tais como problemas de
diabetes, pressão alta, infarto, colesterol, entre outras doenças. As de origem
genéticas são raras. É mais comum surgir na adolescência ou no adulto jovem. A
fibrilação atrial é um tipo de arritmia que aparece com o avanço da idade. Sua
incidência é maior nos homens. A hipertensão, a obesidade, o tabagismo, o
diabetes, o estresse e a prática excessiva de esportes sem orientação contribuem
para o surgimento da doença. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de
rotina, como o teste ergométrico, o eletrocardiograma e o holter de 24 horas.
Nos atletas que apresentam arritmia, é necessária uma
supervisão da atividade física para não causar uma modificação no coração, o
chamado coração do atleta. “Para estes casos, diminui-se a intensidade das
atividades físicas, porque o seu exagero – na tentativa de ficar saudável -
pode levar a uma doença que não existia”.
CURA - A boa notícia é que a arritmia
pode ter cura. O tratamento é a ablação por um cateter, um procedimento
invasivo não cirúrgico e indolor. O paciente é sedado e o médico introduz um
cateter pela veia da perna até chegar ao coração. No local, são aplicadas ondas
de calor, por meio da radiofrequência, eliminando-se o foco da arritmia.
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