A
queda capilar é algo que incomoda muita gente e pode representar tanto um
processo natural do nosso corpo, quanto o sintoma de algum distúrbio ou doença.
Sendo assim, muitas pessoas ficam na dúvida de quando é realmente preciso se
preocupar com a perda dos fios.
De
acordo com a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Dermatológica (SBCD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Ana Rosa
Magaldi, o nosso organismo mantem um ciclo constante de renovação celular e
isso não é diferente para os cabelos, que vivem se renovando. “Em nosso couro
cabeludo existem três tipos de fios, os que estão em fase de crescimento, os
que estão em fase de estagnação, e os que estão em fase de queda. O ser humano
perde de maneira natural cerca de 100 a 120 fios diariamente. A quantidade
também pode variar de acordo com as variações climáticas de cada estação do
ano”, explica.
Dentre
os principais fatores que podem impulsionar a queda dos cabelos estão a
genética, hereditariedade, o processo de envelhecimento, a oscilação constante
de peso (ganho ou perda) e o desequilíbrio hormonal. “O problema também pode surgir
em decorrência de efeitos colaterais de alguns medicamentos ou de tratamentos
agressivos. Ainda pode ser sintoma de doenças como a sífilis, o lúpus,
hipertireoidismo e hipotireoidismo, ou mesmo de condições como a calvície e
alopecias dos tipos areata, traumática e androgenética”, aponta.
Segundo
Ana Rosa, deficiências nutricionais como a baixa de vitaminas e minerais,
anemia infecção por fungos, e o enfraquecimento temporário dos fios devido a
experiências estressantes, também podem ser fatores determinantes para o
desgaste capilar. “Uma das maneiras de perceber se a queda capilar está fora da
normalidade é fazendo a comparação de uma foto realizada de um ano atrás com
uma imagem atual. Dessa forma é possível observar, mesmo que superficialmente,
se houve uma diminuição muito brusca dos cabelos durante esse período de tempo
e também permite que o paciente busque pela ajuda médica antes do agravamento
do caso”, ressalta.
A
dermatologista destaca que as pessoas não devem se alarmar quanto à quantidade
de fios que caem a cada dia, mas sim reparar no volume e densidade dos cabelos
que ainda permanecem no couro cabeludo. “Para identificar se a perda dos
cabelos está ultrapassando os limites do que é considerado habitual, é
importante observar se os fios estão se tornando mais finos, quebradiços e
vulneráveis. Ainda verificar se o couro cabelo está ficando á mostra e
apresentando partes vazias, também é interessante examinar em quais áreas isso
está acontecendo”, recomenda.
O
processo patológico da queda capilar se inicia quando os cabelos expõem um
aspecto mais frágil e perdem grande parte de seu volume, independente das
condições climáticas. Em seguida, caso o paciente não procure por ajuda médica,
a perda dos fios se torna ainda mais acentuada, deixando o couro cabeludo em
evidência. No último estágio, os cabelos já muito fracos, começam a cair de maneira
intensa. “O diagnóstico do que impulsionou o desenvolvimento do problema e a
indicação do tratamento adequado, somente podem ser realizados por um dermatologista
qualificado”, enfatiza.
Conforme
Ana Rosa, não existe uma norma quanto ao tratamento da queda capilar, pois a
terapêutica a ser utilizada é definida de acordo com cada caso. “Sendo assim, é
necessário se fazer uma anamnese do paciente, analisando cada uma das
características de seus sintomas. Quando o diagnóstico ocorre de maneira
precoce, o tratamento pode ser realizado por meio do uso de medicações e
mudanças de comportamentos alimentares, mas tudo isso também depende das
especificidades de cada situação e da capacidade de adaptação do organismo do
paciente. Já em algumas circunstâncias, as pessoas podem optar pelo método de
transplante capilar”, conclui.
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