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sábado, 3 de agosto de 2019

LEISHMANIOSE CHEGA A SÃO PAULO


Doença com potencial letal e de difícil cura requer cuidados especiais com os cães

Em tempos de dengue, zika vírus e chikungunya, temos uma nova doença transmitida pela picada de insetos para nos preocupar: a Leishmaniose. De difícil cura, ela chega à grande São Paulo e à capital paulista e requer atenção não apenas com os humanos, mas também a nossos cães, que servem de reservatório natural do parasita Leishmania. A busca por um veterinário especialista e um diagnóstico precoce podem significar vidas salvas.

A Leishmaniose é causada pelo protozoário chamado Leishmania. O mais comum no Brasil é a Leishmania braziliensis, que causa a Leishmaniose tegumentar. Ou seja, que acomete a pele. Também temos a Leishmania infantum, que causa a Leishmaniose visceral, responsável por comprometer os órgãos (fígado, rim, baço e medula óssea). Trata-se de uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito em até 90% dos casos.

O mosquito palha, ou tatuquira, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, entre outros a depender de sua ocorrência geográfica, é um minúsculo inseto de cor amarelada que se mantém com as asas levantadas durante o pouso. Esse flebótomo desenvolve-se em locais úmidos, sombreados e ricos em matéria orgânica (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo). Como a fêmea precisa de sangue para sobreviver, ela é quem faz a transmissão da doença através da picada.

Os principais sinais e sintomas de um animal infectado são: caquexia, crostas pelo corpo (principalmente em região de face), lesões ulceradas, crescimento e deformação das unhas, aumento de gânglios (linfonodos).

"Se o mosquito pica o cão infectado com esses protozoários e picar o homem, pode transmiti-lo a doença. Assim como pode transmitir também para outros cães e outros animais", explica Eloísa Carvalho, dermatologista do Hospital Veterinário Santa Inês. "É uma doença de difícil cura, porém com controle se houver um diagnóstico precoce. E o que nós mais queremos nesse momento, sabendo que ela está chegando em São Paulo, é fazer a prevenção correta nesses pacientes para eles não adquirirem a doença. E assim também estaremos nos protegendo, pensando em uma forma de saúde pública," explica a veterinária.

Antes restrita às áreas de mata e mais úmidas do país, a Leishmaniose se alastra às grandes capitais por causa das mudanças no meio ambiente. E sugerem avaliações veterinárias em todos os cães. Sobretudo os que viajaram com seus tutores para áreas endêmicas: Minas Gerais, Araçatuba, Bauru, Tocantins, Rio Grande do Norte entre outras, e no litoral, como o Guarujá. "O médico veterinário indicará a melhor forma de prevenção para cada paciente, de qualquer maneira esses pacientes devem utilizar coleiras ou pipetas repelentes associadas ao inseticida ambiental. Se o seu pet frequentou alguma região endêmica, você deve ficar atento a algumas alterações desde pele, que podem ser de descamações e crostas em região de ponta de orelha, ao redor dos olhos, focinhos..."

Porém, qualquer lesão com nódulo, ou uma alteração no quadro sistêmico, já sugerem a procura de um veterinário. "Vômito, diarreia, inapetência, perda de peso progressivo, são sinais e sintomas inespecíficos, mas que podemos confundir com qualquer outra doença", alerta a dermatologista. "Com simples alteração, já busque um médico veterinário para investigar."

Dados do Ministério da Saúde de 2017 registraram 4.103 casos da doença no país. Na época, o Nordeste era a região mais afetada, com 44,5% dos casos. Estados como Amazonas, Acre, Pará, Mato Grosso e Bahia eram os mais afetados. Hoje a epidemia se alastrou e afeta, em sua maioria, os homens: 64,8% dos afetados, sendo 40,9% de registros em crianças até nove anos. Os profissionais do Hospital Santa Inês receberam palestra da doutora Eloísa Carvalho para ficarem atentos e prontos para diagnosticarem casos de Leishmaniose. E estão preparados para esclarecer todas as dúvidas dos tutores.





HOSPITAL VETERINÁRIO SANTA INÊS
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Fones: (11) 2265-6911 | (11) 94507-3240 | (11) 94507-2974
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