Quando
pensamos em organizar nossas finanças, normalmente começamos com a frase “Eu
não quero mais ser inadimplente". Acredito que em algum momento de nossas
vidas já ouvimos alguém dizer que o cérebro não registra a palavra
"não". Partindo desta premissa, ao dizermos, ou pensarmos, que
"não queremos ser mais ser inadimplentes”, nosso cérebro pode ter mais
dificuldade em mudar a conduta.
- Mudança na postura: o primeiro
fator é mudar nossa postura, afirmando "Eu vou ser cada vez mais
Adimplente". A pessoa que cumpre seus acordos e/ou obrigações. O
aspecto mental é pouco levado em consideração, sempre que se fala sobre
organização financeira e pessoal. Quando mudamos nossa conduta e afirmamos
que queremos ser adimplentes, estamos dando o primeiro passo em direção à
nossa organização financeira. Estamos assumindo um compromisso com nós
mesmos. Querer ser adimplente é determinar que queremos sair da situação
atual de dívidas. E para isso, temos que saber o que nos torna devedores,
quem são nossos credores e quanto estamos devendo.
- Levantamento: Fazer o
levantamento dessa situação financeira atual é nosso segundo passo.
Separar as dívidas, verificar o tamanho de cada uma delas e quais tem mais
possibilidades de serem cumpridas, ou sanadas de acordo com nossa situação
atual de receita/ganho. Desta forma, será possível saber qual nossa real
situação de compromissos ou dívidas até o momento. Diante disso, saber
nossa real receita. E lembrando que Crédito não é receita.
- Ganho x Receita: o quanto eu
ganho e qual é minha receita? Nossa realidade é que, além de nossas
dívidas, temos nossos compromissos e nossas despesas mensais. Estas,
inevitavelmente, precisam ser cumpridas, como alimentação, aluguel, luz,
escola, academia ou plano de saúde.
- Despesas e Decisões: o quarto
passo é apurar minhas despesas mensais. Despesas que são prioritárias para
que eu me mantenha em equilíbrio. Com essas respostas, chegou a hora de
tomar decisões e escolher o caminho para quitar/negociar as dívidas. Como
reduzir consumo de luz e água? Como evitar desperdício de comida? Quais os
mercados mais baratos para consumir? Como gastar menos com transporte?
Tudo isso deve ser analisado sempre.
- Neste momento, vale à pena
analisar a possibilidade de verificar onde podemos obter créditos que
sejam mais baratos, ou menos onerosos que os que tenho atualmente. Pode
ser migrar de um banco para outro, ou conseguir empréstimo com um familiar
ou amigo. Lembrando que esta negociação, precisa se encaixar na minha
realidade financeira. Ou seja, não posso me comprometer além da minha
capacidade financeira atual, deixando por exemplo de cumprir meus
compromissos fixos. Para quem é empregado, uma possibilidade é usar as
férias, ou quem sabe conseguir um empréstimo junto ao empregador.
Estes
são apenas alguns pontos a serem adotados para se iniciar uma mudança mais
ampla na sua vida financeira. Não existe uma receita pronta que sirva para
todos. O caminho é saber qual sua realidade e, dentro dela, encontrar a melhor
alternativa. O mais importante é que você se mantenha firme no propósito, mesmo
que, inicialmente, seu cenário pareça sem solução.
Dora Ramos - contadora e orientadora financeira com
mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos
Contabilidade e Gestão Empresarial.
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