Professor da FGV dá 9 dicas para ter sucesso em
novos cargos
Uma das grandes queixas de profissionais é a falta de
resultados depois de muitos anos de empresa. Mas como mudar essa realidade? O
professor Luciano Salamacha, do MBA da Fundação Getúlio Vargas conta que, após
uma palestra, um engenheiro o procurou dizendo que estava desestimulado porque
não tinha os mesmos resultados de quando começou na empresa como estagiário e
seguiu na companhia até se tornar gerente. Salamacha faz uma analogia a
carreira de qualquer pessoa a um copo d’água. “Ao ser estagiário o copo está
vazio, o líquido que será utilizado para enchê-lo será o mérito alcançado em
cada atividade. O profissional fez algo bom, alguém reconheceu, o copo começa a
encher. Claro, quando uma pessoa entra numa função básica em uma
empresa qualquer feito se torna reconhecimento. O tempo passa o
estagiário é promovido o copo enche. Uma nova função é um novo copo, que
vai enchendo segundo o desempenho, só que com mais cobranças.”
O professor explica que a cada novo cargo,
obrigatoriamente, se espera outra performance. Logo, quando o profissional não
entende esse novo ciclo em sua vida, tende a continuar com comportamento de
estagiário, mas querendo reconhecimento como engenheiro, por exemplo.
Cada promoção é um novo ciclo, um novo copo para encher. E,
a partir das promoções, aumentam as responsabilidades e a exigência de
performance. O que antes era motivo de elogios como a coordenação de um
trabalho em equipe, agora é uma questão de responsabilidade inerente ao cargo.
È nesse momento em que muitas pessoas, de maneira inconsciente, tentam voltar
ao desempenho que antes enchia o copo mais rápido, ou seja, deixam de se comportar
como gestores para voltar a executar a tarefas que antes rendiam alta
performance. Entretanto, os copos não são os mesmos.
Salamacha é enfático: não adianta a carreira evoluir
se a mente não acompanhar. Uma mente atrasada no
ciclo pode levar o profissional a querer se comportar, no novo cargo,
como no anterior. “Temos que nos preparar para os saltos na profissão.” O
professor diz que neurocientificamente, cada vez que uma pessoa se sente
insegura, tende a correr em busca de um porto seguro que, neste caso, seria
tentar voltar a atuar tal qual agia quando recebia mérito. Na carreira isso é
um erro fatal.
O professor lista 9 dicas de como fazer para a sua mente
seguir sua carreira:
1 – Cuidado com a autocrítica, quando se conquista um
novo cargo não se tem obrigação de saber tudo sobre aquela função logo no
primeiro dia. Diminua sua exigência a respeito da qualidade de sua performance
no início.
2 – Seja aprendiz em qualquer cargo. Toda vez
que chegamos em uma nova função temos que nos colocar na posição daquele
que ainda tem o que aprender, aquele que ainda não sabe de tudo. Todo mundo
precisa de tempo para aprender uma nova função, seja ela qual for.
3 - Aprenda a conquistar a autoridade do seu cargo. Quando
uma pessoa é promovida pode ganhar poder, mas não necessariamente autoridade. A
autoridade é quando as pessoas reconhecem em você o conhecimento da área,
alguém que deve ser seguido, ouvido, ponderado e considerado. Autoridade se
conquista na equipe com mais compartilhamento.
4- Entenda que você não é mais o mesmo. Ao ser promovido
foi excluído de um bando e passa a participar de outro. Não é mais igual aos
outros do antigo grupo. Entenda o que o novo bando espera de você.
5 – Seja humilde. Entenda porquê pessoas na mesma posição
que você está agora agem da forma que agem. Veja com o olhar do outro que já
esteve na mesma posição que você. Aprenda recalibrar o olhar para a nova
função.
6- Entenda o que a empresa espera de você e da função. Não
fique no automático È tudo novo, novos desafios, corra atrás.
7 – Sinta-se seguro para fazer o follow up. Promoção exige
acompanhamento. É como um jogo de videogame, a cada fase a
dificuldade aumenta, o número de pontos é conquistado mais devagar.
8 – Não volte casas nesse jogo. Quando a pessoa vai
percebendo que não performa como antes, ela tenta resgatar a forma que evoluiu
na empresa. Mas nem a pessoa, nem o cargo, nem a empresa são os mesmos. A
mente tem que evoluir.
9- Não abandone
seu cargo de gestor para retomar a operação, a menos que seja crucial.
Você já fez isso e agora o papel é outro. Entenda-o e o assuma.
Luciano Salamacha - doutor em
Administração e mestre em Engenharia de Produção. Preside e integra conselhos
de administração de empresas brasileiras e de multinacionais, atuando como
consultor e palestrante internacional. É professor da Fundação Getúlio Vargas
em programas de pós-graduação, também é professor de mestrado e doutorado no
Brasil, na Argentina e nos EUA. Recebeu da Fundação Getúlio Vargas o prêmio de
melhor professor em Estratégia de Empresas nos MBA’s, por sete anos seguidos. É
um dos raros professores que fazem parte do “Quadro de Honra de Docentes”, da
FGV Management. Luciano Salamacha é autor de livros e artigos científicos
publicados no Brasil e no exterior. Foi pioneiro na América Latina em pesquisas
sobre neuroestratégia e neurociência aplicada ao mundo empresarial.
Curso
“FOI SEM QUERER / Como ser um bom chefe.“ http://foisemquerer.com.br/
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