Professor Armando Kolbe Júnior explica o
modelo de negócio que emplacou cinco gigantes no mercado brasileiro
Com
a escassez de empregos formais, os brasileiros estão se tornando cada vez mais
empreendedores. E não é de se espantar que a tecnologia abra muitas portas para
novos negócios.
Recentemente,
cinco startups brasileiras provaram que o mundo digital vale a pena. Elas
entraram na lista de “unicórnios”: startups que valem mais do que US$ 1 bilhão.
São elas: 99, PagSeguro, Nubank, Movile (iFood) e Stone. A cifra não é pequena,
mas o feito é maior ainda. Até o início de 2018, o Brasil não tinha nenhum
unicórnio.
Para
muitos, a notícia apenas levanta a pergunta: afinal, o que é uma startup? Por
que esse modelo de negócios é diferente de uma empresa tradicional? Como se
sustenta financeiramente? E quando um negócio deixa de ser startup e passa a
ser empresa tradicional?
São
dúvidas comuns para quem está começando a se inteirar sobre a cultura dos
negócios digitais. Armando Kolbe Júnior, coordenador do curso Gestão de
Startups e Empreendedorismo Digital do Centro Universitário Internacional
Uninter, garante que o conceito de startup é, na verdade, bem simples de
compreender.
Startups
são negócios, geralmente baseados em tecnologias, que desenvolvem um novo
produto ou serviço para solucionar algum problema. E mais: operam em condições
de incerteza. O professor exemplifica: “O aplicativo Uber, concorrente da
brasileira 99, propôs o transporte de passageiros em carros particulares. Era
algo incerto na época, novo. Mas foi uma solução inovadora para a dificuldade
de encontrar táxis em grandes cidades”.
Há
outras características importantes das startups:
●
Modelo de negócios replicável
●
Escalabilidade
●
Flexibilidade.
Diferentemente
de empresas tradicionais, as startups não desenvolvem um plano de negócios
completo antes de começar a operar. Elas trabalham com um modelo de negócio, estrutura
mais simples que está em constante modificação.
“A
estrutura, geralmente inovadora, deve ser fácil de replicar em outras
organizações e capaz de crescer sem aumentar os seus custos proporcionalmente. Vamos
supor que, em uma empresa tradicional de táxi, um telefonista atende
solicitações para dez taxistas. Para dobrar os rendimentos, é preciso dobrar
também o número de funcionários: dois telefonistas e vinte taxistas. Em um
negócio escalável, é possível dobrar os rendimentos com o mesmo número de
funcionários”, exemplifica.
Para
ampliar rendimentos, a startup geralmente investe em novas funcionalidades,
parcerias e marketing. Isso tornou-se muito mais fácil com a internet. Por esse
motivo, as startups são intensamente relacionadas com as tecnologias.
Por
fim, entende-se que as startups operam em ambientes de incertezas. Para crescer
nesse mundo, é preciso adaptar-se mais rápido do que as empresas tradicionais.
Ser flexível.
“Muitos
produtos ou serviços tecnológicos são lançados com uma ‘mínima versão
possível’. Essa versão vai sendo atualizada com o tempo, a partir do retorno
dos usuários”, explica o coordenador.
Voltando
ao exemplo do Uber, é fácil perceber a evolução do aplicativo desde que foi
lançado no Brasil. A mais recente funcionalidade é o Uber Juntos, que permite
dividir a viagem com outras pessoas que farão aproximadamente o mesmo trajeto.
Startup ou empresa tradicional?
Erro
muito comum é assumir que toda empresa jovem, desenvolvedora de tecnologias, é
uma startup. “Isso não é verdade”, pontua o professor. Uma nova empresa que
desenvolve aplicativos, por exemplo, pode ser considerada tradicional. Se ela
tiver uma formatação mais conservadora, com plano de negócios, não for
escalável e flexível, não é startup.
Como uma startup se sustenta financeiramente?
Os
recursos iniciais de uma startup são chamados de capital semente. Podem vir de
diversas fontes, por exemplo:
·
Do bolso dos
empreendedores (bootstrapping)
·
De
investidores-anjo (mentores do projeto)
·
Aceleradoras
·
Incubadoras
·
Financiamento
coletivo.
“Em
estágios mais avançados, em que a startup já está operacional, pode receber
investimento de capital de risco, conhecido como Venture Capital”, explica.
Esse aporte é feito em troca de ações da empresa emergente.
Quando uma startup deixa de ser startup?
No
momento em que se torna autossustentável financeiramente, a startup deixa de
ser uma startup. É o que defende Joaquim Torres, no Guia da Startup. Isso
acontece porque o empreendimento já resolveu o problema inicial e tem condições
de continuar oferecendo a solução para a população. Sua existência não é mais
dependente de outras organizações.
“Mesmo
assim, o interessante é que as empresas mantenham uma cultura startup. Isso
significa promover um sistema de trabalho coletivo, em que o desenvolvimento do
grupo é priorizado em relação aos lucros individuais. A coerência entre o falar
e o agir também é bastante valorizado por essa nova forma de trabalhar”,
defende Kolbe Júnior.
Como criar uma startup?
“As
startups geralmente iniciam com algum insight para resolver um problema da
população. Mas depois disso é preciso bastante dedicação, uma equipe empenhada,
buscar recursos e estar disposto a adaptar-se. Nem sempre a ideia inicial é
aquela que será colocada em prática. O apego a ‘ideias geniais’ é extremamente
prejudicial para quem está começando na área. Tem que testar e ver se é disso
que o público precisa”, explica.
A
Associação Brasileira de Startups (ABStartups) conta, atualmente, com 10 mil
startups brasileiras cadastradas em seu banco de dados, distribuídas em cerca
de 500 cidades. São prova de que os empreendimentos digitais estão ganhando
força no Brasil.
Para
quem está interessado a investir na nova cultura digital, o curso Gestão de
Startups e Empreendedorismo Digital da Uninter está com inscrições abertas para
o vestibular 2019 em todo o País. As aulas iniciam dia 18 de fevereiro, mas é
possível se inscrever até dia 8 de março.
Grupo UNINTER
Para inscrever-se na modalidade a distância, acesse: https://www.uninter.com/graduacao-ead/curso-gestao-de-startups-e-empreendedorismo-digital/
Já para a modalidade semipresencial, ofertada em Curitiba, acesse: https://www.uninter.com/graduacao-semipresencial/gestao-de-startups-e-empreendedorismo-digital/
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