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Em 2018 (até 10/12) Brasil
registrou 247.393 casos prováveis contra 239.389
contabilizados em todo o ano de 2017
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De 2008 a 2017, doença custou R$
12,7 bilhões ao Brasil
Após um período de baixa nos casos de dengue
registrados na América Latina, a Organização Pan-Americana da Saúde alerta
sobre um novo aumento de ocorrências em alguns países da região. Até o dia 10
de novembro, o ano de 2018 havia contabilizado 446.150 relatos (incidência de
45,9 por 100.000 habitantes), incluíndo 240 mortes. Especificamente no Brasil,
até a 49ª semana epidemiológica (10/12/2018), foram registrados 247.393 casos
prováveis de dengue no país, com uma incidência de 118,7 casos/100 mil hab,
contra 239.389 contabilizados durante todo o ano de 2017[i].
Apesar de o número de casos na América Latina até
agora ser semelhante ao de 2017 (581.207), o valor registrado poderá ser
superado se essa tendência se mantiver. Em relação aos períodos anteriores, o
total de ocorrências no ano passado foi menor do que em 2016 (2.178.929) e o
mais baixo nos últimos 10 anos. No entanto, a proporção de casos de dengue
grave relatados em 2017 é maior do que nos dois anos anteriores. A dengue é uma
doença cíclica, nos anos de 2004 e 2005, que tiveram baixa circulação, foram
registrados 70 mil e 147 mil casos, respectivamente, e na sequência em 2007
foram registrados quase 500 mil casos, um aumento de 7 vezes frente a 2004. Existe
uma clara tendência de aumento de acasos no longo prazo, em 2015 e 2016 foram
registrados 1,7 milhão e 1,5 milhão de casos, respectivamente.
Atualmente, quatro sorotipos de vírus da dengue
estão circulando simultaneamente em alguns países, o que aumenta o risco de
doença mais grave e sobrecarrega os serviços de saúde. De 2008 a 2017, a dengue
custou ao Brasil R$ 12,7 bilhões, levando-se em consideração a perspectiva da
sociedade e do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta é a
conclusão de uma análise de longo prazo que avaliou o impacto econômico da doença no país[ii].
Para chegar a esse valor, os
pesquisadores usaram como base um estudo multicêntrico realizado entre agosto
de 2012 e setembro de 2013, em seis capitais brasileiras – Belo Horizonte, Rio
de Janeiro, Goiânia, Recife, Teresina e Belém. Como essa análise inicial foi
realizada em um período de um ano, índices inflacionários foram empregados para
estimar o montante empregado nos anos anteriores e subsequentes. Considerando
que não houve grandes diferenças nos recursos utilizados para tratar casos de
dengue nos últimos 10 anos.
A pesquisa concluiu ainda que cada paciente
ambulatorial custa para a sociedade R$ 392, enquanto que, o paciente
hospitalizado, custa R$ 1016 - valores referentes ao ano de 2013, ou seja, sem
correção pela inflação. Nos anos de maior incidência da doença, entre
2014 e 2016, o custo chegou a R$3,7 bilhões[iii].
Por
isso, é muito importante que as ações implementadas para controlar a
proliferação do vetor, o Aedes Aegypti, sejam eficazes e tenham como
objetivo a prevenção e o controle. A expectativa do aumento no número de casos
da forma mais severa da doença também é um fator de preocupação, a medida em
que contribui para a multiplicação de internações.
Além das práticas de combate ao mosquito, atualmente a
vacina contra a dengue é uma maneira eficaz e segura de evitar a doença, sendo
recomendada para áreas endêmicas, como é o caso do Estado do Paraná, que teve a
iniciativa de conduzir uma campanha de vacinação contra a doença em municípios
de maior endemicidade.
[ii] Custos
totais nos anos 2008-2017, considerando a perspectiva da sociedade e os fatores
de correção para sub-notificação
[ii] Fonte:
SINAN/SUS (base extraída em 01/10/2018)
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