Vem
aí mais um ano letivo e os professores já se preparam para voltar às escolas e receber
seus alunos com atenção e carinho. No entanto, muitos ainda não perceberam os
estragos que um inimigo invisível pode causar: o barulho em sala de aula!
Pesquisa realizada pela Academy at University of Gothenburg, na Suécia,
revelou que sete em cada dez professores da Educação Infantil já têm
dificuldades de audição. O mal afeta principalmente professoras jovens, entre
18 e 44 anos.
Pode
não parecer, mas as professoras da Educação Infantil correm alto risco de danos
auditivos devido à profissão. Comparadas com mulheres da população em geral, as
professoras dos primeiros anos escolares apresentam sintomas de perda auditiva
precocemente. Isso acontece em razão do elevado barulho com que convivem
diariamente. São gritos, choros, carteiras arrastando, campainhas estridentes,
além de muita agitação das crianças, recheada de brincadeiras, correrias e
muitas conversas em alto volume.
Toda
essa overdose sonora leva os professores à fadiga auditiva induzida por ruídos,
hiperacusia e dificuldade de compreensão de fala. A fadiga auditiva é uma
sensação de pressão no ouvido, de ficar com o ouvido cheio, ou um zumbido.
Dependendo do tempo de exposição ao barulho, as células auditivas podem até
morrer.
Dos
4.718 professores da Educação Infantil entrevistados na pesquisa, 71% tinham
fadiga auditiva causada por ruídos induzidos e 46% dificuldade de compreensão
de fala.
“Este
embaraço para ouvir o que o outro está falando, tendo que pedir para repetir a
toda hora, leva ao estresse e ao cansaço emocional, principalmente quando já
são longos anos neste ambiente barulhento. Isso acontece porque o esforço na
escuta acarreta uma grande pressão sobre o cérebro, deixando o indivíduo
cansado e irritado”, explica Isabela Papera, fonoaudióloga da Telex Soluções
Auditivas.
O
que é mais alarmante é que muitos professores não procuram ajuda médica nos
primeiros sinais de dificuldade auditiva. Por acreditarem ser algo pontual, ou
por preconceito, acabam por não buscar tratamento. A fonoaudióloga da Telex
alerta que a falta de tratamento pode piorar a perda de audição com o passar do
tempo, levando até mesmo a um quadro de surdez severa.
“A
grande preocupação é que a ‘Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão
Sonora Elevados’ (PAINPSE) tem efeito cumulativo. Dependendo do volume e do
tempo de exposição ao barulho, a pessoa pode sofrer danos auditivos cada vez
maiores, de forma contínua e elevada ao longo da vida”, aponta a especialista.
Uma
outra pesquisa americana, que também aponta índices alarmantes de perda
auditiva em professores, feita pela Wakefield Research for EPIC Hearing
Healthcare, revela diversos fatores que levam os Profissionais da Educação
a não procurar ajuda médica para tratar a dificuldade de ouvir. Um deles é o
medo de que o empregador saiba de seu problema auditivo e o dispense.
“Quanto
mais cedo for detectada a perda de audição, maiores são as opções de tratamento
disponíveis, até mesmo a indicação de soluções auditivas. Hoje, graças à
tecnologia, as próteses auditivas são mais eficientes e muito tecnológicas, com
tamanhos e modelos variados. Com isso, é possível levar uma vida absolutamente
normal e ativa profissionalmente e em sociedade”, explica a fonoaudióloga da
Telex.
Ao
perceber que há dificuldades para ouvir, consulte um médico
otorrinolaringologista para obter um diagnóstico preciso. A partir de
avaliações como a audiometria, é indicado o tratamento mais adequado.
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