Sal rosa é
saudável? É preciso cortar o sal da dieta? Especialista responde as principais
dúvidas sobre o tempero
Conhecido por reter líquidos, ocasionar doenças
cardiovasculares e problemas renais, o sal se tornou o vilão para muitas
pessoas, ainda assim o brasileiro chega a consumir o dobro da quantidade
recomendada pela Organização Mundial da Saúde. O cardiologista Diego Garcia
explica que o sal por si só não é prejudicial, mas sim o seu consumo excessivo.
"O sódio contido no sal é importante no metabolismo celular, além de dar
sabor aos alimentos. Porém, quando consumido em exagero, traz malefícios",
aponta.
Apesar de muitas pessoas acreditarem que são
sinônimos, o sódio é um dos componentes do sal de cozinha. Esse mineral ajuda a
distribuir os líquidos corporais e permite um bom funcionamento do organismo. A
falta dele pode resultar em fraqueza e hipotensão e o consumo abusivo pode
aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Assim como outros alimentos, como
o ovo ou o café, que hora entram na lista de "saudáveis" ou de
"inimigos", há também muitos mitos e dúvidas acerca do consumo do
sal.
Quem tem hipertensão deve cortar o sal da dieta?
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Hipertensão, atualmente 40% dos infartos e 80% dos acidentes vasculares
cerebrais (AVC) estão associados a hipertensão. A doença pode ter influência do
fator genético, mas evitar o sedentarismo e controlar o consumo de sódio na
alimentação são fundamentais para evitar o quadro.
Porém, isso não significa que seja necessário
cortar o sal da dieta, mas sim reduzir o seu consumo. De acordo com Diego
Garcia, o sódio é fundamental para a manutenção do "equilíbrio"
(homeostase) no organismo, mas ressalta que é importante tomar cuidado ao
adicionar mais sal à comida, considerando que muitos alimentos já contém sódio
em sua composição. "Além de reduzir o consumo do sal de cozinha, é preciso
diminuir o consumo de alimentos industrializados, que são ricos em sódio",
comenta.
O quanto de sal pode consumir por dia?
O sal de cozinha é composto por cloreto e sódio e
cada grama contém cerca de 400 miligramas de sódio, fator importante associado
a pressão alta. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o consumo diário
de sal deve ser limitado a 5g (2g de sódio), o que equivale a uma colher de chá
de sal.
Quais alimentos contém mais sal?
O exagero no consumo de sal na rotina não ocorre
apenas na adição de sal a comida, mas também dos alimentos industrializados e
processados, que utilizam o sódio como conservante. Um pacote de macarrão instantâneo
de galinha de 85g pode chegar a conter aproximadamente 4g de sal, praticamente
o consumo diário total recomendado em apenas uma refeição. Lasanha congelada,
temperos e caldos prontos, carnes processadas e fast food também
estão no topo da lista dos alimentos industrializados que mais contém sódio.
"Os alimentos industrializados podem conter
uma grande quantidade de sódio, açúcar, além de poucos nutrientes. Para não se
exceder no consumo, é interessante ler o rótulo com atenção", salienta o
cardiologista.
O sal negro ou sal rosa do Himalaia não fazem mal a
saúde?
Popularizou-se a ideia de que outros tipos de sal,
como o sal negro ou o sal rosa do Himalaia não afetam a saúde como o sal
refinado, contudo ainda não existem muitos estudos randomizados que comprovem
isso. Alguns tipos de sal realmente apresentam menor quantidade de sódio na
composição, como o sal líquido e o sal light. O sal rosa do Himalaia possui
230 miligramas de sódio a cada um grama, o que não é uma grande diferença em
comparação com o sal de cozinha.
"A maior diferença é que
o sal de cozinha, por passar pelo processo industrial de refinamento e perde
seus minerais. De qualquer forma, o recomendado é reduzir o consumo de
alimentos industrializados, optando por alimentos naturais e adicionar pouco
sal a comida no dia a dia", finaliza Diego.
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