Cirurgia
metabólica usa a mesma técnica da bariátrica, porém é indicada para pacientes
com a doença descontrolada
A obesidade e o diabetes estão entre os principais
vilões da saúde dos brasileiros. A relação entre o excesso de peso e o diabetes
é muito próxima, enquanto aproximadamente 14,3 milhões de brasileiros são
diabéticos, estima-se que entre 80 e 90% deles têm sobrepeso ou obesidade.
O descontrole do diabetes acarreta outros problemas
sérios de saúde, entre eles doenças cardiovasculares, acidente vascular
cerebral (AVC), doença renal crônica dialítica, perda da visão, disfunção
erétil. Hoje, além das opções de tratamentos medicamentosos, alguns pacientes
com diabetes tipo 2 podem recorrer à cirurgia metabólica. Ainda pouco conhecido
no Brasil, o procedimento foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina em
dezembro de 2017.
Embora não possa ser considerada uma cura para o
diabetes tipo 2, os resultados clínicos comprovam os benefícios da cirurgia
metabólica para a qualidade de vida desses pacientes. O estudo STAMPEDE (Surgical Therapy And Medications Potentially Eradicate Diabetes
Efficiently) realizado pela Cleveland Clinic, com o apoio da
Johnson & Johnson Medical Devices, mostrou que o procedimento foi capaz de
melhorar continuamente o controle glicêmico e reduzir a quantidade de
medicações ao longo do tempo.
Como é realizado o tratamento cirúrgico do diabetes
tipo 2?
Trata-se da mesma técnica usada na cirurgia
bariátrica - para tratamento da obesidade por meio da redução do estômago -
realizada majoritariamente por videolaparoscopia – procedimento minimamente
invasivo, feito por pequenas incisões no abdômen. A diferença é a indicação
para pacientes com diabetes tipo 2, que têm um IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m²,
consideradas acima do peso, não necessariamente obesos mórbidos, que não
apresentam resposta ao tratamento clínico convencional e têm a doença há mais
de dois anos.
A indicação cirúrgica é feita obrigatoriamente por
dois médicos endocrinologistas, mediante parecer fundamentado com histórico do
paciente, exames clínicos e laboratoriais.
Antes da cirurgia, o paciente é acompanhado por uma
equipe multidisciplinar que conta com psicólogo, nutricionista, cardiologista e
o cirurgião bariátrico, que o ajudará a se preparar para as mudanças que virão
com a redução de estômago, além de avaliar suas condições gerais e liberá-lo
para o procedimento.
A técnica cirúrgica no tratamento da diabetes é um
procedimento seguro, com baixas taxas de complicações, comparáveis a outras
cirurgias abdominais. O acompanhamento nutricional com um profissional é
fundamental para prevenir anemia e repor as vitaminas e minerais. Para manter
os benefícios, é necessário fazer modificações no estilo de vida, como criar
hábitos alimentares saudáveis e inserir a prática de atividade física na
rotina.
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