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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Cirurgia para o diabetes tipo 2 funciona?


Cirurgia metabólica usa a mesma técnica da bariátrica, porém é indicada para pacientes com a doença descontrolada


A obesidade e o diabetes estão entre os principais vilões da saúde dos brasileiros. A relação entre o excesso de peso e o diabetes é muito próxima, enquanto aproximadamente 14,3 milhões de brasileiros são diabéticos, estima-se que entre 80 e 90% deles têm sobrepeso ou obesidade.

O descontrole do diabetes acarreta outros problemas sérios de saúde, entre eles doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), doença renal crônica dialítica, perda da visão, disfunção erétil. Hoje, além das opções de tratamentos medicamentosos, alguns pacientes com diabetes tipo 2 podem recorrer à cirurgia metabólica. Ainda pouco conhecido no Brasil, o procedimento foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina em dezembro de 2017.

Embora não possa ser considerada uma cura para o diabetes tipo 2, os resultados clínicos comprovam os benefícios da cirurgia metabólica para a qualidade de vida desses pacientes. O estudo STAMPEDE (Surgical Therapy And Medications Potentially Eradicate Diabetes Efficiently) realizado pela Cleveland Clinic, com o apoio da Johnson & Johnson Medical Devices, mostrou que o procedimento foi capaz de melhorar continuamente o controle glicêmico e reduzir a quantidade de medicações ao longo do tempo.


Como é realizado o tratamento cirúrgico do diabetes tipo 2?

Trata-se da mesma técnica usada na cirurgia bariátrica - para tratamento da obesidade por meio da redução do estômago - realizada majoritariamente por videolaparoscopia – procedimento minimamente invasivo, feito por pequenas incisões no abdômen. A diferença é a indicação para pacientes com diabetes tipo 2, que têm um IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m², consideradas acima do peso, não necessariamente obesos mórbidos, que não apresentam resposta ao tratamento clínico convencional e têm a doença há mais de dois anos.

A indicação cirúrgica é feita obrigatoriamente por dois médicos endocrinologistas, mediante parecer fundamentado com histórico do paciente, exames clínicos e laboratoriais.

Antes da cirurgia, o paciente é acompanhado por uma equipe multidisciplinar que conta com psicólogo, nutricionista, cardiologista e o cirurgião bariátrico, que o ajudará a se preparar para as mudanças que virão com a redução de estômago, além de avaliar suas condições gerais e liberá-lo para o procedimento.

A técnica cirúrgica no tratamento da diabetes é um procedimento seguro, com baixas taxas de complicações, comparáveis a outras cirurgias abdominais. O acompanhamento nutricional com um profissional é fundamental para prevenir anemia e repor as vitaminas e minerais. Para manter os benefícios, é necessário fazer modificações no estilo de vida, como criar hábitos alimentares saudáveis e inserir a prática de atividade física na rotina. 

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