Em 4 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial do Câncer, que busca mobilizar a população e organizações mundiais sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença. A data criada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) procura ainda alertar sobre a relevância da adoção de hábitos saudáveis para se precaver e curar tumores cancerígenos, que atualmente apresentam 600 mil novos casos por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – José Alencar Gomes da Silva (INCA).
Outro dado
bastante revelador é o de que a alimentação e a nutrição impróprias são
classificadas como o segundo fator que influi no surgimento do câncer, mas que
pode ser prevenido. As negligências alimentares são responsáveis por 20% dos
casos de câncer nos países em desenvolvimento e de cerca de 35% das mortes pela
doença.
Com tudo isso,
o médico generalista e diretor da Clínica Penchel, Lucas Penchel, aponta que
apesar do câncer, na maioria das vezes, estar relacionado a fatores como a
genética, maus hábitos de vida e condições externas – como a exposição
constante à radiação solar e produtos químicos; alcoolismo; tabagismo e
sedentarismo –, a alimentação ainda possui um papel de grande peso tanto na proteção
quanto na origem do tumor maligno.
Uma prova
clara da relação entre a alimentação e o câncer é uma ação recente do governo
brasileiro, que assinou um acordo com a indústria alimentícia para eliminar até
o ano de 2022, a quantidade de 144 mil toneladas de açúcar presentes em 23
categorias de produtos como as bebidas adoçadas, bolos, biscoitos, produtos
lácteos e achocolatados em pó.
O médico
ressalta que é preciso deixar claro, que o açúcar por si só não provoca o
aparecimento de tumores malignos, mas o excesso de sua ingestão pode colaborar
para a eclosão de quadros de obesidade, que é uma das principais causas de 13
tipos de cânceres. “Sendo assim, não é aconselhável suspender por completo o
consumo do açúcar para impedir a origem ou a manifestação de um câncer, mas sim
adotar bons costumes alimentares”, recomenda.
Segundo Lucas
Penchel, assim como o açúcar, outros alimentos também aumentam o risco de se
ter câncer, como são os casos das comidas ultraprocessadas e com altos níveis
de conservantes artificiais ou prazo de validade extenso, como os produtos
vendidos em caixinha ou saquinho. “Enquanto alguns alimentos podem aumentar as
probabilidades de incidência do câncer, outros podem ajudar na proteção do
corpo contra a doença. O ideal é que as pessoas adotem uma dieta rica em
alimentos in natura ou minimamente processados, frutas,
legumes, verduras e cereais integrais. Esse tipo de atitude pode prevenir de 3
a 4 milhões de novos casos de câncer a cada ano no mundo, segundo o Inca”,
orienta.
Penchel sugere
que é importante dar preferência para os alimentos que venham da terra, pois,
aquilo que é plantado e colhido é sempre a melhor alternativa para uma boa
nutrição. “No entanto, é indispensável lembrar, que nenhum alimento é
milagroso, sendo assim, para se prevenir ou tratar a doença, também é essencial
procurar pelo acompanhamento profissional e aderir a uma rotina de hábitos
saudáveis”, aconselha.
Por fim, o
médico também adverte que o excesso de gordura corporal, principalmente na
região abdominal, também é um fator que merece grande atenção. “Geralmente, as
pessoas nessa condição têm seus níveis hormonais alterados e isso provoca um
estado inflamatório, que pode estimular a propagação celular e inibir a morte
programada das células. Com este contexto, o risco de desenvolvimento do câncer
se torna acentuado. Entretanto, para afastar este fator complicador, é preciso
aliar alimentação saudável e a prática de exercícios físicos regulares”,
comenta.
Dr. Lucas Penchel – CRM 56.625 - Graduado em medicina pela UNIFENAS –
BH; Diretor técnico da Clínica Penchel;
Nutrição – Faculdade Universo;
Mestrando em Biotecnologia da Saúde.
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