A Embrapa Algodão, em
parceria com a Universidade Federal de Campina Grande e o Instituto C&A,
desenvolveu um aplicativo denominado SobControle, foi apresentado hoje,
em evento na sede da Embrapa Algodão em Campina Grande, Paraíba. O algodão
orgânico, consorciado com outras culturas agrícolas, tem sido cultivado,
principalmente, no semiárido brasileiro nos estados do Ceará, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. O cultivo de culturas orgânicas está em
crescimento no Brasil e o desenvolvimento de inovações e tecnologias auxiliam
as produtoras(es), além de melhorar a produtividade no campo, reduzindo
impactos socioambientais.
“Os níveis de produtividade
e produção do algodão orgânico ainda são muito baixos, não representa nem 0,01%
da produção do algodão brasileiro. Pensando nisso, desenvolvemos o aplicativo,
já que acreditamos que as tecnologias e inovações aproximam os jovens do manejo
do algodão, além de potencializar melhores práticas na agricultura familiar”,
afirma Fábio de Albuquerque, pesquisador da Embrapa Algodão.
O aplicativo permite uma
troca de conhecimento e experiência entre agricultoras(es) sobre o manejo do
algodão orgânico, reduz a distância entre as produtoras(es) e permite a
identificação, erradicação, controle e monitoramento de pragas nas plantações
do algodão. Além disso, oferece assessoria técnica, já que essa função tem sido
limitante para a expansão da cotonicultura de base agroecológica no semiárido.
“A essência da iniciativa é
empoderar os agricultores(as) naquilo que eles já fazem tão bem, mas com
suporte técnico. De maneira que as argumentações não fiquem no campo da
experiência ou achismo e que seja possível ter uma memória de tudo o que tem
sido realizado dentro das unidades produtivas, nas comunidades e na região”,
completa Cláudio Baptista, professor da UFCG.
Durante o processo de
criação do aplicativo, a Embrapa Algodão e a Universidade Federal de Campina
Grande trabalharam intensamente no desenvolvimento de pesquisas e ferramentas
voltadas às(aos) pequenas(os) produtoras(es) de algodão. Com a ajuda da
Diaconia e do Esplar, parceiros que atuam na região, a Embrapa Algodão
cadastrou uma parte das agricultoras(es) do semiárido e as condições de suas
unidades produtivas.
Essas informações servem de
base para tomada de decisões quanto aos melhores arranjos produtivos em cada
propriedade. Dessa forma, será possível traçar uma geografia mais precisa das
regiões produtoras, suas peculiaridades, seus desafios e, potenciais. O
aplicativo é uma iniciativa complementar ao trabalho realizado pelas
organizações envolvidas, porém com maior amplitude, fluidez e rapidez nas
respostas.
“O Instituto busca
fortalecer iniciativas inovadoras e inclusivas por meio de parcerias com atores
regionais. Para nós, é um motivo de orgulho fazer parte de uma iniciativa
liderada pela Embrapa Algodão e Universidade Federal de Campina Grande. Este
projeto vai além do desenvolvimento de tecnologias voltadas ao cultivo do
algodão sustentável; ele permite uma troca de conhecimento entre as pessoas,
influenciando na melhoria da qualidade de vida das famílias situadas no
semiárido brasileiro”, conclui Luciana Pereira, Gerente de Matérias-Primas
Sustentáveis do Instituto C&A.
Instituto C&A
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