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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Declínio cognitivo que afeta os idosos pode ser causado pela perda de audição não tratada


Além de não ouvir bem, quem precisa mas não usa aparelho auditivo corre riscos de perda de memória, falta de atenção e dificuldades no raciocínio lógico


Com o avançar da idade é muito comum que perda auditiva ocasione no idoso não apenas a dificuldade de ouvir, mas também um declínio cognitivo caracterizado pela perda de memória, falta de atenção e dificuldades relacionadas ao raciocínio lógico. Uma pesquisa englobando onze estudos e artigos científicos, publicada no banco de dados da PubMed e Embase, comprova: existe um risco crescente de declínio cognitivo.

De acordo com o estudo, mesmo com perda auditiva leve, em torno de 25 decibéis, os idosos que fizeram parte da pesquisa já apresentavam disfunção cognitiva de 30% quando comparados às pessoas com audição normal. Quando a perda de audição atingia níveis acima de 40 decibéis, na avaliação de tom puro - o que caracteriza uma deficiência moderada a severa - o risco de disfunção cognitiva aumentava de 29% a 57%. E, ao passarem por avaliações de rotina seis anos depois, o grupo de idosos com perda auditiva leve apresentou um aumento do risco de declínio cognitivo de 60%. Já o grupo com perda de audição severa contava com um risco 320% maior em relação aos que tinham disfunção auditiva normal para a idade.

Esse risco de declínio cognitivo acontece devido à redução das atividades sociais decorrentes da dificuldade de conversar com outras pessoas e de ouvir os sons ao redor. Com isso, os estímulos cerebrais ficam escassos, levando a uma aceleração de perda de memória e da falta de atenção, entre outras dificuldades. O uso de aparelho auditivo, ao fornecer mais sons que antes não estavam sendo ouvidos,  impede essa aceleração, quase que eliminando o declínio cognitivo.

“Ao ouvir os sons com o uso de aparelho auditivo ou implante coclear, os efeitos mentais negativos gerados pela perda de audição são minimizados, uma vez que o indivíduo melhora a habilidade de se comunicar e passa a interagir mais em sociedade”, afirma a fonoaudióloga Isabela Papera, da Telex Soluções Auditivas.

Porém, mesmo sendo uma ferramenta imprescindível para proporcionar o acesso às informações sonoras, o aparelho auditivo ainda é visto como tabu por muitos idosos, que ainda não conhecem as atuais próteses auditivas, com tanta tecnologia e, por preconceito ou vergonha, demoram até oito anos para procurar a ajuda de um profissional especializado, seja o médico otorrinolaringologista ou o fonoaudiólogo.

“A falta de tratamento pode agravar o déficit de audição. É preciso agir logo que surgirem os primeiros sintomas de dificuldades para ouvir. Por meio de um teste auditivo simples, chamado audiometria, o médico ou o fonoaudiólogo consegue detectar o grau de perda auditiva e orientar o paciente, a fim de evitar a piora do quadro”, ressalta a fonoaudióloga da Telex.

Entre todas as dificuldades que afetam a vida de um idoso, uma das piores é a falta de audição. Segundo dados do IBGE, o número de idosos ultrapassou os 30 milhões, em 2017, no Brasil; um crescimento de 18% nos últimos cinco anos. Na última década, também aumentou a expectativa de vida média do brasileiro, que hoje já passa de 73 anos.

É preciso estar alerta para ter uma velhice saudável e, para isso, é fundamental ouvir bem!


Conheça dez sintomas que podem ser indicativos de perda auditiva:


-   Ouvir as pessoas falando como se elas estivessem sussurrando

-  Assistir televisão em volume mais alto do que as outras pessoas da casa, pedindo com frequência para aumentar o som

- Não ouvir quando é chamado por uma pessoa que não está à sua frente ou que se encontra em outro cômodo

- Comunicar-se com dificuldade quando está em grupo ou em uma reunião

- Pedir frequentemente que as pessoas repitam o que foi falado

- Ouvir com dificuldade o toque de campainha ou telefone; ou mesmo ficar embaraçado ao não entender o que o outro diz pelo telefone

- Dificuldade em comunicar-se em ambientes ruidosos, como no carro, no ônibus ou em uma festa

- Fazer uso de leitura labial durante uma conversa.

- Família e amigos comentam que você não está ouvindo bem.

- Se concentrar muito para entender o que as pessoas falam.



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