Especialista em reprodução humana
esclarece uma dúvida comum entre homens que fizeram o procedimento e decidiram
voltar atrás
Os hospitais brasileiros registram uma vasectomia a cada
15 minutos. A cirurgia é realizada em pacientes do
sexo masculino para evitar que eles possam ter filhos. É um procedimento
previsto na lei do planejamento familiar para ajudar no controle da natalidade.
O problema é que a dinâmica das relações conjugais no Brasil faz com que haja
muitos casos de homens que desejam reverter o procedimento, principalmente
entre aqueles que iniciaram uma nova relação e desejam ter filhos com a nova
parceira.
Assim como a laqueadura, que impede que mulheres engravidem,
a vasectomia previne que o homem tenha novos filhos, em função de uma
intervenção em que o ducto deferente é ligado e seccionado. Trata-se do local
no corpo masculino por onde os espermatozoides vão do testículo para a vagina,
durante a ejaculação. Praticamente não se altera a quantidade de
espermatozoides produzidos. Porém, estes não são mais liberados após o
procedimento.
Após a realização do procedimento é necessário saber que uma
gravidez só será possível caso haja reversão da vasectomia ou se o
casal recorrer a métodos alternativos para ter o tão esperado filho. O Dr.
Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e diretor responsável
pela clínica Mãe, explica como é possível que uma pessoa vasectomizada
volte a ter filhos. "Em caso de vasectomia há duas opções. Ou se
tenta reverter o canal que foi cortado e amarrado, corrigindo
essa vasectomia através de uma cirurgia e aí buscando uma gravidez
natural. Ou se faz uma fertilização in vitro. Por meio de
uma agulha, uma mínima cirurgia, o médico tenta tirar o
sêmen direto da bolsa escrotal”, informa o ginecologista. Segundo ele, em
laboratório esse sêmen é injetado num óvulo para tentar desenvolver a
gestação, e a decisão entre um e outro procedimento depende do tempo em que o
homem foi vasectomizado e se a mulher tem uma trompa e óvulo saudáveis.
Ainda existem homens que não fizeram vasectomia e mesmo
assim tem problemas com infertilidade. De acordo com o Dr. Alfonso, a
infertilidade masculina é um problema que afeta milhões de homens ao redor do
mundo e esse tipo de distúrbio representa quase 50% dos casos de casais que tem
dificuldades em ter filhos. “Graças aos avanços da medicina, hoje
existem vários tratamentos para homens que sofrem de infertilidade masculina”, acrescenta
o médico. O ginecologista informa os fatores que podem gerar a infertilidade:
De
pré-disposição genética, até hábitos nocivos, várias coisas podem gerar esse
problema. Entre os mais comuns estão:
- Dificuldade nas relações sexuais;
- Tabagismo e alcoolismo;
- DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis);
- Trauma testicular;
- Uso de drogas;
- Baixa produção de espermatozoides;
- Alteração na produção de sêmen entre outros.
Ainda existem outros fatores que podem influenciar na
infertilidade masculina. Segundo o obstetra, a melhor maneira de evitar esse
problema é prevenindo e consultando o médico regularmente. “Muitos
homens acabam sofrendo por anos com a infertilidade masculina pois tem receio
de consultar um especialista. Entretanto, quanto antes o diagnóstico ser feito,
mais chances de tratamento o paciente tem”, alerta o Dr. Alfonso.
Dr. Alfonso
Araújo Massaguer - CRM 97.335 - Médico pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, Ginecologista e Obstetra pelo Hospital
das Clínicas e Especialista em Reprodução Humana pelo Instituto
Universitário Dexeus – Barcelona. Dr. Alfonso é diretor clínico da
MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução
assistida. É professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU e
membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia
(FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de
Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida e
autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em
livros de medicina.
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