Especialista desmistifica dúvidas de
pacientes
O desconforto e a vergonha ao falar de ‘hemorroidas’ faz
com que a doença tenha um diagnóstico demorado, tornando o tratamento mais
difícil. Pesquisas realizadas nos USA apontam que 10,5 milhões de pessoas
sejam portadores de hemorroidas e que apareçam 1 milhão de casos novos ao ano.
Os números assustam a população e cerca de 10 a 20% dos pacientes recebem a indicação
de tratamento cirúrgico. Para quebrar esse tabu, o Dr. André Augusto, cirurgião
geral do Instituto Endovitta, alerta que a hemorroida atinge cerca de 4,5% da
população mundial e está explicita em situações como sangue no papel higiênico
após a limpeza, dor ao evacuar e inchaço ao redor do ânus.
De acordo com especialistas, cerca de 80% da população
sofrerá de problemas com as varizes do canal do ânus em alguma fase da vida. O
que muitas vezes as pessoas não sabem é que as hemorroidas fazem parte da
anatomia da região anal e são as veias dessa região, que quando estão dilatadas
tornam-se doença hemirrodaria. Resumindo, essa patologia se caracteriza pela
inflamação no tecido que reveste o canal anal, impedindo o sangue de passar
nessa região fazendo com que a veia fique dilatada, inchada, dolorida e
sangrando. Além dos sintomas citados é possível que o paciente sofra com
coceira, dificuldade para defecar e dor anal que pode surgir ao andar ou
sentar.
Há quatro causas consideradas
responsáveis pelo aparecimento da doença, são elas: genética ou
hereditariedade, esforço para evacuar, esforço físico excessivo, infecções
anais, permanecer por longo período sentado, além das dietas pobres em fibras.
Existem alguns fatores facilitadores para
o diagnóstico da hemorroida, entre eles estão idade, gravidez, obesidade,
prática do sexo anal e histórico familiar.
Podemos dividir a hemorroida em dois tipos:
interna (quando as veias ficam dentro do ânus ou na parte inicial do reto) ou
externa (quando o inchaço se projeta para fora, podendo ser identificada
facilmente) e é necessário definir seu grau de complexidade.
Geralmente, o diagnóstico é feito a
partir da análise da região anal do paciente, onde são observadas as
anormalidades no canal anal e no reto. “Em muitos casos solicitamos um exame de
sangue oculto nas fezes. Outros exames como anuscopia, retossigmoidoscopia e
colonoscopia também podem ser solicitados” explica o Dr. André. Cada paciente
tem um caso e deverá ser tratado de forma específica.
Os tratamentos contra hemorroida ajudam a
aliviar os sintomas, prevenindo a trombose. Muitas vezes, são eficazes e
bem-sucedidos. Nessa fase são usados analgésicos, anti-inflamatórios e pomadas
de ação local para combater a dor. Caso os sintomas da doença persistam, é
necessária a intervenção cirúrgica minimamente invasiva. Os pacientes que
apresentarem quadros com grau II precisam de uma intervenção cirúrgica ou
tratamentos alternativos como:
- Coagulação infravermelha: tratamento não-cirurgico que
não causa complicações ao paciente. Uma pequena sonda é introduzida acima da
hemorroida e a luz infravermelha é aplicada, iniciando o processo de coagulação
dos vasos que levam sangue a região, fazendo com que elas encolham. O processo
de diminuição dos tecidos pode levar algumas semanas.
- Ligadura elástica: procedimento ambulatorial realizado
para diminuir o calibre das veias com melhora dos sintomas.
- Cirurgias: indicada em situações extremas ou que não
tiveram sucesso com outros tratamentos, a cirurgia indicada está relacionada à
hemorroidectomia, geralmente utilizada em pacientes com dor ou hemorragia
grave. Durante esse processo, o cirurgião retira veias inflamadas que causam
sangramento e dor. Nela são utilizadas duas técnicas como Milligan Morgan ou
Ferguson, uma cirurgia feita sob anestesia peridural, onde é removido todo o
tecido ao redor da região afetada, além da técnica de Longo, mais moderna e que
utiliza um dispositivo para realizar o grampeamento das hemorroidas.
O dia a dia de um paciente com hemorroida
envolve cuidados, onde podem ser adotados métodos caseiros para ajudar na
recuperação. Entre os métodos estão a utilização de pomadas com corticoides
para redução de dor e inchaço, banhos de assento com água morna de 10 a 15
minutos, uso de roupas íntimas de algodão, evitar segurar a vontade de evacuar,
não fumar, evitar coçar a área e ingerir muitas fibras e água!
Ao tratar desse tema, milhares de perguntas surgem e
muitas não são explanadas corretamente. Com o intuito de ajudar os pacientes, o
proctologista do Instituto Endovitta desmistifica alguns mitos e verdades:
· Sexo anal causa hemorroidas. MITO
Entretanto, alguns cuidados são importantes como usar
sempre a camisinha, uma vez que o ânus é menos preparado para ser distendido e
apresenta microfissuras, podendo causar infecções e ser a porta de entrada para
as doenças sexualmente transmissíveis.
· Evitar a ingestão de alimentos apimentados e picantes ajuda a
amenizar a hemorroida. VERDADE
A pimenta não a causa do problema, mas pode agravar a dor.
Entretanto, quem sofre dessa patologia deve evitar também produtos
industrializados e a ingestão de alimentos crus, pois levam a um desequilíbrio
da flora intestinal.
· Exercícios físicos em excesso podem estar relacionados à
hemorroida. VERDADE
De acordo com o especialista, alterofilismo, andar de
bicicleta, a cavalo e a prática de exercícios intensos podem agravar o quadro.
Os movimentos exercem uma compressão sobre a região promovendo um aumento da
pressão na veia anal.
· Ficar muito tempo sentado no vaso sanitário pode piorar. VERDADE
O ideal é que os pacientes fiquem o tempo necessário. A
dica vale também para quem trabalha sentado o dia todo, a dica é fazer curtas
caminhadas.
· Usar papel higiênico perfumado não
interfere no tratamento da hemorroida. MITO
O paciente deverá evitar o uso de papel higiênico
perfumado ou colorido.
· A hemorroida não dói e sagra. MITO
O sangramento da hemorroida aparece no final da evacuação.
Quem sofre co a doença sente um desconforto grande ao sentar, além de coceira
na região.
Vale lembrar que as grávidas também tem hemorroida
frequentemente devido ao aumento de peso da gestante e a pressão exercida na
região pélvica. Neste caso, o tratamento deve ser usado com muito cuidado e
deverá ter acompanhamento médico.
Instituto Endovitta
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