Conheça
o tratamento para depressão quase sem efeitos colaterais - Quando o paciente
não responde bem aos remédios, a EMTR pode ajudar a melhorar os sintomas
Técnica
não invasiva e quase isenta de efeitos adversos, a Estimulação Magnética
Transcraniana Repetitiva (EMTR) é regulamentada para uso clínico desde 2008 nos
EUA, há pouco no Brasil, e tem eficácia comprovada para casos em que pacientes
depressivos não respondem bem aos remédios. Mas o tratamento — aprovado também
para o alívio de alucinações auditivas causados por esquizofrenia — ainda é
desconhecido da maioria dos pacientes.
Em
geral, é indicada (a EMTR) para aquelas depressões que não respondem bem a pelo
menos dois ciclos de tratamentos com fármacos. São os casos que a gente chama
de depressão resistente ou refratária — afirma o psiquiatra Leonard Verea, que
aplica a técnica em seu consultório.
A
EMTR é diferente de outra já existente, mais antiga e também aprovada para uso
clínico no Brasil: a eletroconvulsoterapia (ECT). As duas se baseiam em
estimulação cerebral, mas a ECT costuma levar consigo o preconceito de "tratamento
de choque". Vale ressaltar que há um certo estigma em torno da ECT, e de
fato pode trazer alguns efeitos colaterais, alterações cognitivas e de memória
no longo prazo. E a preparação é mais trabalhosa (o paciente deve ser
anestesiado). Já na EMTR, o trabalho é praticamente indolor, sem anestesia, e o
paciente fica acordado durante as sessões.
Na
EMTR, a primeira sessão é de avaliação, quando se busca descobrir se o paciente
apresenta contraindicações. Os parâmetros são medidos, assim como o cérebro,
para localizar a região específica a ser estimulada, que fica marcada em uma
touca. Então, são marcadas as sessões. O paciente chega e veste a touca que vai
usar do início ao fim do tratamento. Com isso, é possível posicionar a bobina
sempre no mesmo lugar. Tem de estimular sempre o mesmo ponto — conta Verea.
Cada
sessão pode variar de 15 a 30 minutos. E não há contraindicação para atividades
posteriores da pessoa em tratamento, como dirigir, por exemplo. Alguns
pacientes podem referir no início do tratamento um pouco de náusea, dor de
cabeça.
O
tratamento leva, em média, 15 ou 20 sessões diárias, depois duas vezes por
semana por mais 10 ou 15 sessões, aí depois se vai reduzindo até cessar, em
torno de seis a nove meses.
Além
da depressão, são pesquisadas mais aplicações na área psiquiátrica, como ação
sobre outros sintomas de esquizofrenia, transtornos ansiosos e
obsessivo-compulsivos e bipolaridade.
Também
a área neurológica tem futuro promissor nas técnicas de estimulação, com
possível ação em casos de síndromes dolorosas e recuperação pós acidente
vascular cerebral (AVC).
Indicações
e contraindicações da EMT
—
É reservada para casos em que a medicação não deu certo ou quando ocorre
metabolização rápida dos remédios.
—
Estudos mostram que a técnica tem uma eficácia comparável aos remédios. Pelo
menos 70% dos pacientes têm um bom resultado com sessões de EMT.
—
Quase ausência de efeitos colaterais. Extremamente segura, não traz danos a
órgãos colaterais, como fármacos podem causar.
—
Pessoas com dispositivo eletrônico ou metálicos na cabeça, principalmente
implante coclear (auditivos), não devem fazer as sessões. O campo magnético
pode de alguma forma interferir no funcionamento do aparelho.
—
O campo magnético chega a até 2cm de profundidade. Pacientes com implante
dentário, assim como portadores de placas de titânio, podem fazer o tratamento
sem contraindicação.
Dr.
Leonard F. Verea – CRM- 51.938 - médico psiquiatra formado pela Faculdade de
Medicina e Cirurgia de Milão, Itália. Especializado em Medicina Psicossomática,
Hipnose Dinâmica e no tratamento com Estimulação Eletromagnética Transcraniana.
Especialista em Medicina do Trabalho e Medicina do Tráfego. É membro de
entidades nacionais e internacionais. Atua como diretor do Instituto Verea e da
Unicap. Autor do livro “Eu não sou assim, estou assim”.
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