Brasil
tem índices alarmantes de depressão e ansiedade Segundo a organização, país
está entre os cinco mais incidentes do mundo – São mais de 18 milhões de
pessoas nessa situação
Um
levantamento sobre depressão publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
mostra que 264 milhões de pessoas no mundo sofrem com transtornos de ansiedade.
O Brasil tem mais de 9% da população com algum transtorno de ansiedade, ou
seja, quase três vezes mais que a média mundial. São mais de 18 milhões de
pessoas nessa situação.
DEPRESSÃO
NO IDOSO
Não
faz muito tempo. Dizia que o Brasil era um "país jovem", boa parte de
sua população tinha menos de 30 anos de idade. No entanto, uma rápida mudança
vem ocorrendo nos últimos anos, tanto no Brasil, como no mundo em geral. O
numero de idosos (pessoas acima de 65 anos de idade, a chamada terceira idade)
vem crescendo rapidamente na população. No Brasil havia cerca de 10 milhões em
1990; esse numero deve chegar a 15 milhões no ano 2000 e 34 milhões em 2025.
Entre
as principais doenças mentais que atingem os idosos está a depressão. É uma
doença freqüente em todas as fases da vida, estimando-se que cerca de 15% dos
idosos apresentem alguns sintomas depressivos e cerca de 2% tenham depressão
grave. Esses números são ainda maiores entre os idosos internados em asilos ou
hospitais. Idosos portadores de Depressão apresentam aumento no risco de futuro
desenvolvimento de uma demência, por exemplo Alzheimer e doença Vascular, sem
contar quer idosos com Depressão estão em maior risco de suicídio do que
jovens. Todos os transtornos depressivos são diagnosticados com base no
histórico do paciente e nos seus sintomas.
A
Depressão Maior é a forma mais grave de depressão e é aquela que pode
apresentar um grande risco de suicídio. É caracterizada pela recorrência de
episódios depressivos maiores. Um episódio depressivo maior é caracterizada por
pelo menos um dos sintomas principais e um total de pelo menos cinco sintomas
(sintomas maiores e menores somados), durante pelo menos duas semanas e, na
ausência de uma condição médica geral ou de drogas que possam explicar melhor
os sintomas. O paciente também não pode ter apresentado um episódio de mania,
uma vez que isto aponta para outro tipo de doença, o Transtorno Afetivo
Bipolar, que tem outro tipo de tratamento e evolução.
Os
sintomas também não podem ser melhor explicados por luto, caso em que eles têm
de ser prolongados por mais de dois a três meses para serem considerados um
episódio depressivo maior.
O
transtorno distímico é caracterizado por uma depressão crônica, porém menos
grave do que a depressão maior. O paciente que tem distimia relata humor
deprimido ou anedonia perceptível pelas outras pessoas na maior parte do dia na
maioria dos dias por 2 anos ou mais. Sono ou alterações do apetite, baixa
auto-estima e baixo consumo de energia são outros sintomas comuns. Sendo uma
forma menos grave de depressão, a distimia pode deixar de ser diagnosticada por
um longo tempo, causando perda da qualidade de vida sem prejudicar o
funcionamento com intensidade suficiente para uma suspeita óbvia, mas
prejudicando em muito a vida da pessoa, que pode ter seu desempenho
profissional ou pessoal gravemente prejudicados sem que ninguém suspeite de uma
doença.
Um
episódio depressivo menor é caracterizado pela presença de menos de 5 sintomas
(como no caso do episódio depressivo maior) e este também não se encaixa na
duração de pelo menos dois anos para ser caracterizada como distimia. Assim,
consideramos que um paciente apresenta um episódio depressivo menor se as
condições para um transtorno depressivo maior estão presentes, mas o número de
sintomas varia de 2 a 4, incluindo um sintoma grave.
Atualmente,
os critérios oficiais de diagnóstico do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiatria não incluem
depressão menor e este conjunto de sintomas seria caracterizado como uma
depressão inespecífica.
Também
importante quando pensamos em indivíduos idosos é considerar a questão do luto.
O luto pode provocar praticamente todos os sintomas de um transtorno depressivo
maior, mas isso é considerado uma situação normal de auto-ajuste a uma nova situação
muito difícil, uma forma como a nossa psicologia reage e se reorganiza após uma
grande perda. O luto normal, em seus sintomas exacerbados, é limitado a dois ou
três meses. A manutenção prolongada de sintomas exacerbados por um período
muito maior pode levantar a suspeita de uma situação de luto patológico
(anormal), ou mesmo da abertura de um quadro depressivo associado à experiência
do luto. Da mesma forma, sintomas depressivos gravemente incapacitantes durante
o período normal de luto podem levantar a mesma suspeita. Em todos os casos de
dúvida, o médico especialista deve ser consultado, pois o diagnóstico precoce
destas condições abrevia em muito o sofrimento de quem passa por elas.
Thiago
Monaco - geriatra, Professor Doutor da Disciplina de Geriatria da Faculdade de
Medicina da UniNove.
Al.
dos Jurupis, 452, cj 64, Moema, São Paulo - SP
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