O Brasil detém 36% da exportação global de frango, e a
carne suína segue se consolidando e abrindo novos mercados. Ao todo, mais de
160 nações compram essas variedades de proteína animal de nosso país. Não por
obra do acaso somos referência em qualidade e status sanitário. Não seria
possível atingir esse patamar e superar adversários competitivos sem uma
reputação sólida, amparada por um trabalho sério.
Após a operação da Polícia Federal, no final da semana
passada, fomos tomados por uma avalanche de notícias, reais e fictícias, que
semearam desconfiança e temor. Como saber se é seguro consumir a carne
produzida no país diante dos fatos alardeados? Pois bem, é hora de separar o
joio do trigo. Fui ministro da Agricultura, percorri diversos países, mostrando
a qualidade dos nossos produtos. E posso atestar: casos pontuais não enterrarão
uma história construída com dedicação e competência.
A própria investigação aponta que as irregularidades
são pequeníssimas frações dentro de um universo gigantesco. Ao todo, 21 plantas
são alvo da iniciativa em um contexto de mais de 4.800. Para seguir no
raciocínio matemático, representam apenas 0,004%.
Falhas que venham a ser comprovadas não refletem o
trabalho de empresas comprometidas em oferecer produtos de excelência. Eles são
auditados continuamente, tanto por órgãos nacionais como por técnicos de mais
de 160 países importadores. Além disso, legislações internas e globais regem o
trabalho realizado pelas agroindústrias.
Nossa posição de destaque internacional não chegou à
toa. Esse é o resultado de um trabalho de toda a cadeia produtiva, desenvolvido
por organizações que investem forte em pesquisa e tecnologia e por
profissionais cada vez mais especializados. Com isso, conquistamos até as
nações mais exigentes do planeta.
A operação prestou um grande serviço ao desvendar os
crimes que estavam sendo cometidos. As vítimas são as mais diversas:
consumidores, companhias que sempre agiram com correção e mais de 4 milhões de
trabalhadores. Que os criminosos sejam punidos. Esperamos também que a
investigação aponte detalhadamente os infratores, sob pena de dar sequência a
essa injusta generalização. Com responsabilidade, corrigindo o que precisa ser
corrigido, o Brasil vai avançar.
Francisco
Turra - Presidente da Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura
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