Escolhas
saudáveis e inteligentes durante a gestação podem contribuir para uma boa saúde
do bebê até a fase adulta
Os acontecimentos da vida moderna que preenchem agendas de
trabalho e acabam deixando as ações voltadas para a qualidade de vida em
segundo plano podem afetar o bom funcionamento do organismo e potencializar o
surgimento de algumas doenças. Durante a gestação, o cuidado com a saúde
deve ser redobrado, principalmente quando o assunto é a alimentação. Neste
período, o importante é esquecer o mito de comer por dois, e sim manter-se
firme em uma alimentação saudável e equilibrada.
Para um bom funcionamento do nosso sistema imunológico, os genes
do corpo dependem de fontes de energia, vitaminas, minerais e antioxidantes,
que mantém intacta a integridade do material genético, responsável pela
formação do bebê. Sendo assim, uma dieta pobre em nutrientes pode diminuir a
ação dos genes de proteção ou causar mau funcionamento dos responsáveis pelo
reparo de mutações, fabricando proteínas defeituosas.
Os alimentos ricos em ácido fólico, como o espinafre, couve,
brócolis, lentilhas, grão de bico, feijão, castanhas, por exemplo, são
responsáveis por evitar as malformações do tubo neural, como espinha bífida e
anencefalia, além de diminuir em 40% a incidência de autismo.
O bom funcionamento da flora intestinal é outro ponto fundamental
que deve ser avaliado durante a gestação, pois é neste sistema que são
produzidas as células de defesa. Alimentos como o açúcar refinado e as farinhas
brancas prejudicam a mucosa intestinal, alterando sua permeabilidade e
capacidade de absorver as vitaminas e minerais dos alimentos. Esses efeitos dos
alimentos sobre o DNA são mecanismos conhecidos como nutrigenômica.
Para a Dra. Mariana Halla, ginecologista, obstetra e nutrologa do
Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, no primeiro trimestre de gestação é
essencial que as futuras mamães façam ingestão de porções maiores de proteínas
magras e menores de carboidratos refinados, como açúcar e a farinha branca
principalmente. “Durante todo o período restante, é importante se manter uma
dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, cereais integrais, proteínas magras
e não fazer consumo de alimentos processados”, observa.
Durante a gestação, o açúcar refinado é considerado um grande
vilão, pois provoca o aumento da insulina – hormônio altamente inflamatório
para o nosso organismo -, que piora as chances de desenvolver diabetes
gestacional, aumento da pressão arterial, além da obesidade materna e
crescimento excessivo do feto. Para a médica, o ideal é evitar adoçantes
artificiais como o ciclamato, sacarina, aspartame e sucralose, priorizando o
stevia e o xylitol. “O bebê quando exposto a grandes quantidades dessas
substâncias por meio da alimentação da mãe tem maior probabilidade de ser
um adulto obeso, diabético e com doenças cardiovasculares”, explica.
A gestante deve evitar ainda o consumo de gorduras trans,
presentes em alguns biscoitos, sorvetes e outros industrializados, que devem
ser riscados do cardápio, bem como as carnes embutidas e defumadas.
A dieta ideal para uma gestante deve ser rica em proteínas magras,
como peixes e aves com poucos carboidratos refinados principalmente no primeiro
trimestre, que pode diminuir o risco de trabalho de parto prematuro,
baixo peso ao nascimento e suas complicações.
As folhas verdes escuras são ricas em vitaminas do complexo B e as
frutas frescas tem vitaminas e outros antioxidantes que combatem os radicais
livres e evitam danos ao DNA. Alimentos como sardinha, salmão, chia, linhaça e
as castanhas são ótimas fontes de ômega 3, que além de proteger a saúde da mãe,
auxiliam na boa formação da retina e do cérebro do bebê. Ovos, peixes e
cogumelos são ricos em vitamina D e ajudam no desenvolvimento dos ossos e
funcionamento do sistema imunológico da futura criança.
Carnes magras são ótimas fontes de ferro, com exceção ao fígado,
que por sua vez tem muito acúmulo de toxinas. Cereais integrais, nabo,
brócolis, couve e frutas como o caju, a laranja, a acerola, e o kiwi são ricos
em vitamina C - antioxidante que aumenta as defesas do organismo.
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