São
muitos os benefícios de ter um animal de estimação para as crianças, mas é
necessário que os responsáveis tomem essa decisão após ponderações
Qual
criança nunca pediu um bichinho de estimação? A presença de um mascote, seja um
peixinho, um passarinho, pequenos roedores, gatos ou cachorros, muda a rotina
de uma casa e também do ambiente, mas é uma mudança benéfica. Estudos comprovam
que a convivência com animais de estimação desde cedo traz benefícios tanto
para a saúde física quanto emocional, ao estimular a criança a
desenvolver noções de responsabilidade com o outro, tornando-as mais afetuosas,
altruístas, sensíveis e sociáveis, comportamentos que permanecem na vida
adulta. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de
Estimação (Abinpet) consultou especialistas para ajudar as famílias a
entenderem o momento certo de adquirir um pet.
A
psicóloga, mestre em psicologia da Saúde e doutora em psicologia clínica, Déria
Oliveira, explica que o contato com animais ajuda no processo de
desenvolvimento da criança. “Os pequenos ampliam suas habilidade sociais,
apresentam um melhor desenvolvimento motor, aprendem valores como cuidar e amar
incondicionalmente, além de ter ganhos na autoestima”.
Para colher os bons frutos dessa
relação, é preciso considerar que o mascote ideal requer atenções especiais, e
vale inserir a criança nessa rotina, dividindo responsabilidade nos cuidados
conforme a idade. A partir dos 3 anos, elas podem ajudar em tarefas simples,
como participar da hora da alimentação e, conforme o amadurecimento, os pais
podem e devem passar outros tipos de responsabilidades. “É importante
perceber que a decisão real não é sobre ter um pet, mas sim ensinar a criança a
ter empatia, já que ela aprende muito sobre si mesma por espelhamento.
Reconhecer o animalzinho como outro ser com necessidades diferentes, mas que
assim como ela sente fome, frio, alegria, solidão, é fundamental para seu
desenvolvimento”, explica Luciana Kie, psicóloga e psicanalista.
Com a proximidade do Dia das Crianças,
presentear os pequenos com um pet pode ser uma opção, se houver, na família, um
consenso sobre a aquisição após avaliar se há condições afetivas, de tempo e
financeiras para receber esse novo membro. “Não existem prós e contras a se
pesar em relação à perspectiva da criança, mas é preciso que haja uma plena
concordância dos responsáveis. Se esse animal de estimação for para estimular o
desenvolvimento sócio afetivo da criança e for bem acolhido, sem dúvida é um
ótimo presente. Mas se esse animal for para alguma barganha, como qualquer
outro presente que não deveria ser dado, é melhor repensar” orienta a psicóloga
Patrícia Serra Cypriano.
Vale
lembrar que, após datas comemorativas, o número de animais abandonados costuma
aumentar. “A posse responsável é muito importante, já que os animais não são
brinquedos descartáveis”, lembra Sophia Porto Kalaf, voluntária da ONG
Vira-Lata é Dez. Graduanda em psicologia, Sophia endossa o coro sobre a
importância do convívio das crianças com animais, mas resalta que a decisão de
adotar um amiguinho é uma responsabilidade que pode durar, em média, 12 anos, e
cabe aos pais decidir se a criança está preparada para ter um bichinho ou não,
e que eles não devem atender o desejo do filho de ter um pet caso não estejam
de total acordo.
Segundo Déria Oliveira, optar por ter um pet é uma decisão que precisa ser bem pensada. “O tutor precisa gostar do animal, porque ele levará um tempo para se adaptar à residência e à dinâmica familiar. Requererá afeto e muitos cuidados com alimentação adequada, vacinação, consultas veterinárias, passeios - dependendo da espécie do animal, entre outros. No entanto aqueles que gostam e os possuem têm fiéis companheiros e compreendem o significado do termo amor incondicional”.
Sobre a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para
Animais de Estimação
A
Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
(Abinpet) representa a indústria Pet, que congrega os segmentos Pet Food
(alimento e ingredientes), Pet Vet (medicamentos veterinários) e Pet Care
(equipamentos, acessórios e produtos para higiene e beleza). A entidade
fortalece o setor por meio de ações que contribuem para o desenvolvimento de
seus associados e também para aumentar a percepção de que os benefícios da
relação entre seres humanos e animais de estimação se estendem a toda a
sociedade.
A
Abinpet desenvolveu a ferramenta de coleta de dados mais confiável do mercado:
o Painel Pet, que é mantido atualizado por dados e informações enviados pelos integrantes
do setor. Em 2015, o faturamento da Indústria Pet chegou aos R$ 18 bilhões. É
cada vez maior a participação desse setor na economia nacional e, por isso, é
parte relevante do agronegócio: cerca de 67,3% do faturamento de 2015 veio dos
produtos para nutrição animal, cuja composição é 95% agropecuária, com
ingredientes como milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes.
Todos
os produtos da indústria de alimentos e medicamentos veterinários
são fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), na Secretaria de Defesa Agropecuária (DFIP, DIPOA e Vigiagro).
A Associação é referência
técnica para o setor e publica há nove anos o Manual Pet Food Brasil, adotado
pelas principais fabricantes de alimento como guia de boas práticas. O Manual
contém informações sobre os padrões técnicos e de qualidade de matérias-primas,
parâmetros nutricionais, metodologias analíticas aplicáveis e condições ideais
de produção para garantir alimentos seguros aos mercados nacional e
internacional. Sua atualização ocorre a cada dois anos, considerando o
desenvolvimento do setor.
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