Fertivitro
alerta sobre os riscos da doença para a infertilidade
- Obesidade e o excesso de peso atingem 30% das mulheres
brasileiras em idade reprodutiva
- Nos homens, o excesso de peso pode afetar a formação e
a qualidade dos espermatozoides
- Estar acima do peso gera problemas hormonais que afetam o processo reprodutivo, explica o ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Dr. Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro
Considerada um
dos maiores problemas de saúde pública no mundo, a obesidade também é um dos
fatores de risco para a fertilidade conjugal. O excesso de gordura pode afetar
a ovulação e a qualidade dos espermatozoides, impedindo uma gestação de forma
natural.
Dados
da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam um aumento de 75% nos casos de
obesidade nos últimos 10 anos. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões
de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões serão obesos. Estudam
revelam que a maioria da população do mundo vive em países onde o sobrepeso e a
obesidade matam mais pessoas do que o baixo peso. Mudanças no estilo de vida e
hábitos alimentares podem estar relacionados ao crescimento dos números.
No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais, segundo
a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica). Alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está
acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade.
Obesidade
feminina e a infertilidade
De
acordo com os dados do Ministério da Saúde, a obesidade e o excesso de peso
(IMC maior ou igual a 25) atingem 30% das mulheres brasileiras em idade
reprodutiva (de 16 a 45 anos). No Reino Unido, a obesidade afeta um quinto da
população feminina, sendo que 18,3% dessas mulheres estão em idade reprodutiva.
“Estar acima do peso gera problemas hormonais anormais que afetam o processo
reprodutivo. Existe uma relação entre a obesidade e a ação da insulina
(resistência periférica à insulina), liberada pelo pâncreas, que pode levar a
uma condição de infertilidade, conhecida como Síndrome do Ovário Policístico
(SOP)”, explica o médico ginecologista e especialista em Reprodução Humana, Dr.
Luiz Eduardo Albuquerque, diretor da Fertivitro.
De
acordo com o especialista, a obesidade acomete de 5% a 7% das mulheres e está
associada a ciclos menstruais irregulares, problemas na ovulação e anovulação
(falha da ovulação) e níveis elevados de hormônios masculinos, diminuindo,
dessa forma, as chances de gestação.
O
excesso de gordura corporal influencia, ainda, a produção do hormônio liberador
de gonadotropina (GnRH), essencial para regular a ovulação nas mulheres.
Especificamente, o GnRH provoca a liberação dos hormônios Folículo Estimulante
(FSH) e Luteinizante (LH), ambos responsáveis pela produção dos óvulos.
Obesidade masculina e a infertilidade
A
doença gera, também, efeitos negativos nos homens, o que traz impactos no
desenvolvimento embrionário e nas taxas de gravidez. Há muitas evidências de
que a obesidade masculina implica, igualmente, na redução da fertilidade e na
qualidade embrionária.
No
homem de peso considerado normal, ou seja, dentro do índice de massa corpórea
(IMC entre 18,5 e 24,9), existe um estímulo natural dos testículos por
hormônios vindos da hipófise (chamados de LH e FSH), que induzem a produção da
testosterona (hormônio masculino), bem como estimulam o amadurecimento das
células que irão se transformar em espermatozoides. Para haver fecundidade
masculina, é preciso que o número de espermatozoides a cada ejaculação atinja
valores ideais como: concentração maior ou igual a 15 milhões/mL e 40 milhões
no ejaculado total; motilidade progressiva maior ou igual a 32% e morfologia
pelo método de Kruger maior ou igual a 4%.
Dr.
Luiz Eduardo Albuquerque explica que, quando o homem chega a um peso muito
acima do normal, elevam-se os níveis da enzima aromatase e, consequentemente,
uma maior quantidade de testosterona é transformada em estradiol (hormônio
feminino). E, assim, o excesso de estradiol irá bloquear a hipófise, diminuindo
os estímulos para o testículo produzir testosterona e espermatozoides. “Esse
excesso de estradiol pode induzir o aumento de mamas no homem, reduzir a
libido, causar disfunção erétil e a infertilidade”, ressalta.
Pesquisas
também comprovam que homens acima do peso possuem um índice maior de
fragmentação do DNA do espermatozoide, o que poderá gerar problemas na
fertilização. “A integridade do DNA espermático é importante para o sucesso da
fertilização e para o desenvolvimento embrionário normal”, explica Dr. Luiz.
Saiba
mais sobre a infertilidade
De
acordo com o último Censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), mais de 8 milhões de casais apresentam algum tipo de
infertilidade no Brasil. Cerca de 80% dos casais com vida sexual ativa, sem uso
de anticoncepcionais, têm 20% de chances de engravidar a cada mês, no período
de um ano, aponta a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os números revelam,
ainda, que a infertilidade conjugal atinge de 15% a 20% dos casais em idade
reprodutiva.
Já
no mundo, 186 milhões de mulheres casadas em idade reprodutiva, um quarto dos
casais, apresentam problemas de infertilidade, segundo estudos da WHO (World
Health Organization).
De
acordo com o especialista da Fertivitro, desses 20% de casais que apresentam
algum tipo de dificuldade para gerar filhos, cerca de 10% deles precisarão
recorrer aos tratamentos de reprodução humana.
Para
identificar quais são os problemas que causam infertilidade a um casal, é
necessário realizar um diagnóstico por meio de consulta e exames. “Na mulher,
devem ser feitas avaliações da ovulação, das trompas, do útero e verificar a
presença de doenças que possam causar o problema, como a endometriose. Nos
homens, recomenda-se a realização do espermograma. Em ambos, são feitos exames
de sangue para análise do especialista”, explica o médico.
Causas
da infertilidade
Estudos
apontam que as causas da infertilidade são 30% femininas e 30% masculinas. Em
25% dos casos, o problema atinge ambos os sexos, e em 15% dos casais, a causa é
desconhecida, casos esses chamados de Infertilidade ou Esterilidade Sem Causa
Aparente (ISCA ou ESCA).
Na
mulher, os motivos mais comuns estão relacionados ao útero, aos ovários e às
trompas, ou à idade. Já no homem, a causa mais comum é a varicocele. Fatores
nutricionais, estresse e doenças crônicas podem afetar ambos os sexos.
Tratamentos
Se
após um ano de tentativas para ter um filho de forma natural não ocorrer a
gestação, o indicado é buscar ajuda nos tratamentos de reprodução assistida.
“Antes de iniciar qualquer procedimento médico, o paciente fará uma série de
exames para que o diagnóstico seja identificado e depois adotar o tratamento
adequado”, esclarece Dr. Luiz Eduardo Albuquerque.
Existem
três tipos de tratamentos para a infertilidade: coito programado, cuja relação
sexual é programada no período fértil; Inseminação Intrauterina (IIU), que
consiste em selecionar os melhores espermatozoides e colocá-los dentro do
útero, para facilitar o encontro do óvulo com os espermatozoides; e a
fertilização in vitro (FIV), em que a fecundação dos gametas (óvulos e
espermatozoides) é feita em laboratório.
Segundo
dados da REDLARA (Rede Latino-americana de Reprodução Assistida), atualmente,
são realizados no Brasil 447 ciclos de tratamento para infertilidade ao mês.
Cerca de 30% dos tratamentos de Fertilização in vitro (FIV) e Injeção
intracitoplasmática (FIV/ICSI) geram gestações.
Dr. Luiz
Eduardo Albuquerque - diretor clínico da Fertivitro, é ginecologista
especialista em Reprodução Humana. Mestre em Ginecologia pela Unifesp e
pós-graduado em Ginecologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro
(RJ), possui o TEGO - Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia,
certificado pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia
e Obstetrícia).
Em seu
currículo internacional destacam-se: título de especialista em Reprodução
Humana pelo Instituto Dexeus, certificado em Barcelona, na Espanha;
membro da American Society for Reproductive Medicine (ASRM), nos Estados
Unidos; e membro da European Society of Human Reproductive and Embriology
(ESHRE), na Bélgica.
O profissional
atuou como diretor do Núcleo de Esterilidade Conjugal do Centro de Referência
da Saúde da Mulher, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP), durante os
anos de 2001 a 2003. Atualmente, faz parte do corpo clínico da
instituição, no setor de Reprodução Humana.
Foi médico do
setor de Reprodução Humana da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo),
entre 2004 e 2014.
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