Método de
imunização que defende o organismo humano, principalmente, de enfermidades como
caxumba e H1N1, ainda precisa de atenção no país
As vacinas
são um dos mecanismos mais eficazes na defesa do organismo humano contra
agentes infecciosos e bacterianos, e consiste na proteção do corpo por meio de
resistências às doenças que o atingiriam. Elas são compostas por substâncias e
microrganismos inativados ou atenuados que são introduzidos no organismo para
estimular a reação do sistema imunológico quando em contato com um agente
causador de doenças.
Em 1776, há
mais de 200 anos, foi produzida a primeira vacina, contra o vírus da varíola –
hoje erradicado. Nessa época, o médico britânico Edward Jenner elaborou as
vacinas a partir de lesões em vacas e, hoje em dia, por meio de avanços
tecnológicos na medicina, existem vacinas para diversas doenças como contra
gripe, hepatite, febre amarela, sarampo, tuberculose, rubéola,
difteria, tétano, coqueluche, meningite, poliomielite,
diarreia por rotavírus, caxumba e pneumonia causada por pneumococos
entre muitas outras que estão em constante evolução e estudo.
Para caxumba,
por exemplo, de acordo com o dr. Lívio Dias, infectologista do Hospital e
Maternidade Santa Joana, a vacina a ser utilizada é a tríplice viral que
protege contra sarampo caxumba e rubéola, ou a chamada quádrupla que confere
proteção contra estes três vírus e ainda para varicela (catapora). A tríplice
viral foi incluída no calendário vacinal oficial do estado de São Paulo há mais
de 20 anos, em 1992. “A caxumba é uma doença viral de transmissão respiratória.
Sua principal característica é causar o inchaço das glândulas salivares, mais
comumente as glândulas parótidas. Já foi muito comum no passado, ocorrendo em
surtos principalmente no início da primavera e inverno”, relata o profissional.
Já contra a
gripe H1N1, há duas vacinas disponíveis, a trivalente e a tetravalente ou
quadrivalente. De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de
Imunização, para as crianças com mais de nove anos e adultos, uma dose anual é
suficiente para conferir a proteção desejada. Para crianças de seis meses a
nove anos de idade são recomendadas duas doses na primeira vez em que forem
vacinadas, a chamada primovacinação e, posteriormente, uma dose anual. “A
vacinação é a principal estratégia para a prevenção do H1N1 e outros tipos de
influenza, mas para atingir seu objetivo deve ser repetida anualmente. Outras
medidas também são de grande importância, como cobrir a boca e o nariz ao
espirrar ou tossir, higienizar as mãos com frequência, evitar grandes
aglomerações, lugares fechados e mal ventilados e não compartilhar objetos de
uso individual”, afirma o infectologista.
O tratamento
para o H1N1 é baseado em medidas de suporte, como hidratação, medicamentos
sintomáticos e o uso do antiviral fosfato de oseltamivir, principalmente, para
aqueles indivíduos com condições e fatores de risco para complicações.
“Importante ressaltar que, quando o antiviral está indicado, o seu uso deve ser
iniciado o mais precocemente possível”, diz o especialista.
Para a dra.
Rosana Richtmann, médica infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana,
apesar de apresentar bons níveis de vacinação, o Brasil ainda tem que
melhorar. “Com a evolução da medicina e das vacinas, temos uma boa
cobertura no Brasil. Tradicionalmente, o país apresenta boas e elevadas taxas
vacinais e os brasileiros acreditam e confiam nesse método.
Recentemente, tivemos questionamentos sobre algumas vacinas mais novas
introduzidas no PNI (Programa Nacional de Imunizações), e assim as coberturas
ficaram fora do esperado. Portanto, temos ainda muito que trabalhar para
garantir taxas ainda mais elevadas de vacinação para toda a população”, afirma.
No Brasil o
Programa de Imunizações (PNI) criado e gerenciado pelo Ministério da
Saúde, tem como principal objetivo manter o controle de todas as doenças
que podem ser erradicadas ou controladas com o uso da vacina. Por ser de
extrema importância para a saúde da população, os pequenos logo ao
nascer, já recebem duas vacinas ainda na maternidade - a BCG vacina contra
a tuberculose e a vacina contra a hepatite B. “A vacina é feita com os próprios
microrganismos que causam as doenças, mas esses sem poder de ataque” explica
dra. Rosana.
Em relação a
efeitos adversos, a infectologista comenta que são raros casos considerados
graves e que não existe nada mais recomendável do que as vacinas. “Os efeitos
colaterais mais comuns são dor no braço, vermelhidão e inchaço onde foi
aplicada a vacina. Também pode ocorrer febre ou mal-estar passageiro. Em alguns
casos, e dependo do tipo de vacina, é possível apresentar sintomas parecidos
com os da própria doença. Isso acontece pelo fato de a vacina ter em sua
composição um vírus enfraquecido, mas incapaz de transmitir a enfermidade. Em
casos mais extremos, porém muito raros, pode causar choque anafilático. Não
existe nada mais eficaz em saúde pública do que imunização. Por isso, ela
é a melhor opção”, enfatiza dra. Rosana.
Dra. Rosana
Ritchmann lembra, porém, que as vacinas não “fazem milagre” e não garantem
imunização completa. “Praticamente nenhuma tem 100% de eficácia para todas as
idades. O grande objetivo das vacinas é deixar a população protegida contra
determinadas doenças ou diminuir o risco de doença natural e, consequentemente,
mais grave. A vacinação não erradica a chance de contrair a doença em 100%.
Cada uma tem um potencial de proteção diferenciado”.
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