Estudo mostra problemas mais enfrentados por latinos,
afrodescendentes e asiáticos
O
processo de envelhecimento determina muitas doenças oculares. Mas as pessoas
geralmente desconhecem que sua ascendência e etnia têm um papel significativo
no aumento de vulnerabilidade para certos problemas de visão. Em recente estudo
publicado no jornal Ophthalmology, ficou comprovado que
latino-americanos com ancestrais africanos sofrem mais de pressão alta ocular –
importante fator de risco para o glaucoma. Esse é apenas um exemplo de como
determinados grupos são mais suscetíveis à perda de visão.
Nos
Estados Unidos, a American Academy of Ophthalmology está informando
cidadãos com ascendência africana, latina e asiática sobre os riscos de estarem
mais sujeitos a determinadas doenças oculares. O objetivo é encorajar as
pessoas a se prevenirem desde cedo para evitar o comprometimento da visão a
longo prazo. O documento diz que, quando comparado com americanos de origem
caucasiana, pessoas com ascendência africana ou latina têm muito mais propensão
a desenvolver retinopatia diabética, glaucoma e catarata. Já os americanos de
origem asiática são muito mais suscetíveis a desenvolver glaucoma de ângulo
fechado, que – embora menos comum que o glaucoma de ângulo aberto – pode causar
perda irreversível da visão.
De
acordo com o médico Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de
Olhos, em São Paulo, enquanto o glaucoma de ângulo aberto é mais comum e
está muito relacionado com o processo de envelhecimento, o glaucoma de ângulo
fechado costuma ocorrer quando a pressão do olho aumenta rapidamente, de uma
hora para outra, causando visão embaçada ou perda súbita de visão, dor forte no
olho, dor de cabeça, halos ao redor de luzes e incômodos como náuseas e
vômitos. “Como esses sintomas podem ser facilmente confundidos com os de
enxaqueca, é fundamental que o paciente verifique se os olhos estão vermelhos.
Em caso afirmativo, deve procurar um oftalmologista com urgência”.
Como
muitos problemas de visão não apresentam evidências logo no início, o
especialista afirma que a informação é o melhor remédio para prevenir todo tipo
de doença ocular, quer seja relacionada à etnia e ancestralidade dos pacientes,
quer tenha o fator idade como determinante. “Alguns sinais permanecem
invisíveis por muitos anos, exceto quando o paciente faz um exame minucioso,
com dilatação de pupila. Portanto, quanto mais o paciente souber sobre sua
propensão aumentada para determinadas doenças, melhor para seu prognóstico. A
partir dos 40 anos, esse tipo de exame é muito importante para prevenir doenças
oculares, tanto em relação ao componente hereditário, quanto a hábitos de vida,
alimentação e idade”.
Dr. Renato Neves - médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care
Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br
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