A
exposição ao sol durante a estação pode colaborar para o desenvolvimento
de doenças que podem levar à cegueira
Segundo
a Organização Meteorológica Mundial (World Meterological Organization),
este ano, o El Niño pode provocar um dos verões mais quentes dos últimos 65
anos e a liberação de raios UV tende a ser mais intensa do que anos anteriores.
Diante desse cenário, os cuidados com a exposição da visão ao sol devem ser
redobrados.
A população brasileira acima dos 50 anos de
idade é a mais afetada e precisa estar ainda mais atenta à saúde dos olhos no
verão. Isso porque, nessa faixa etária, a visão começa a apresentar alguns
sinais do tempo, em especial, o aparecimento da vista cansada, maior
sensibilidade ocular e a DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade). Somado
a isso, os raios UV emitidos pelo sol podem contribuir para a piora da visão
visual, causando desconfortos e o agravamento de patologias já existentes.
Especialistas
alertam que exposição excessiva aos raios solares pode favorecer o
surgimento de danos, que podem ser evitados com medidas preventivas e atenção à
saúde dos olhos. "Pessoas que ficam muito expostas aos raios UVA e UVB
tem chances maiores de desenvolver doenças graves como a DMRI, por exemplo. A
utilização de óculos de sol, bonés, chapéus ou viseiras diminui o impacto
gerados por esses raios", orienta Dr. André Gomes,
oftalmologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
No
caso da DMRI, doença degenerativa da área central da retina, que provoca a
perda progressiva da visão central, o paciente vai perdendo a nitidez e foco
dos objetos. A patologia ainda pode ser classificada de duas maneiras, a DMRI
seca, que ocorre quando existe um acúmulo de proteína e gorduras (drusas),
localizadas na região macular, levando à atrofia - mais comum na
população, chegando a acometer cerca de 90% dos pacientes. Já a DMRI
úmida (exsudativa), é mais agressiva, pois progride mais rápido, formando
vasos sanguíneos que penetram e destroem a região macular. Nesse caso, a
intervenção deve ser de início imediato, para evitar a perda da visão.
Por se
tratar de uma doença degenerativa, a DMRI não tem cura, mas tem tratamento. Com
a adoção de algumas medidas é possível prevenir o problema. Tais, como:
realizar exames oftalmológicos periódicos, a prática de exercícios físicos, não
fumar, e manter uma alimentação balanceada rica em legumes, frutas, peixes e
nozes. Além disso, ter atenção aos sintomas pode impedir o desenvolvimento
acelerado da patologia e garantir uma qualidade de vida aos pacientes
portadores da doença. Em pessoas que já possuem a DMRI úmida, existe também um
tratamento com princípio ativo à base de aflibercept, um antiangiogênico, que
aplicado por meio de injeção intravítrea, inibe o crescimento de novos vasos
sanguíneos, reduzindo o fluído de sangramento, melhorando a visão.
O
desconhecimento dos sintomas da doença também é um sinal de alerta. Algumas
pessoas, em contato com a iluminação solar, sentem pequenos desconfortos na
visão, mas podem não considerar como algo relevante e, por isso, muitas vezes,
não procuram tratamento.
Há
alguns sinais que sugerem que a DMRI esteja em seu nível mais avançado como
linhas onduladas na vista, distorção de imagens, além de pontos escuros e espaços
em branco na visão central. "Ao notar algum desses sintomas, o ideal é
procurar um oftalmologista especialista em retina imediatamente", diz
Dr. André.
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