Especialista indica quais são os melhores
horários e locais de passeios, além de oferecer dicas para cuidados especiais
com o pet durante o período
A chegada do verão não exige cuidados especiais
apenas para crianças e adultos. Os animais de estimação também precisam de
atenção redobrada, pois não controlam a temperatura corporal como os humanos. O
calor intenso e o grau de umidade do ar interferem diretamente no mecanismo de
defesa dos pets, o que pode gerar a hipertermia, ou seja, aumento extremo de
temperatura corporal. “Caninos e felinos não possuem glândulas sudoríparas,
transpiram apenas pelos coxins (almofadinhas das patas) e narinas e realizam a troca
de calor pela língua. Por isso, ficam mais ofegantes em dias quentes,” explica
o professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera de
Dourados, Walderson Zuza Barbosa.
Entre as raças que mais sofrem com os efeitos
estão: Bernese, Husky Siberiano, Malamute do Alasca e Chow Chow, devido à
abundante pelagem. Cães com o focinho curto - como Boxer, Buldogue Inglês,
Buldogue Francês e Pug - e gatos persas também são menos tolerantes ao calor.
Alguns animais sem pigmentação ou de pelagem mais clara são sensíveis aos raios
solares. Neste caso, a sugestão do especialista é utilizar protetores solares
específicos para pets.
Para evitar a hipertermia, o médico veterinário
indica deixar água fresca e limpa em vários locais. “Vale ainda acrescentar
poucos cubinhos de gelo”. Gatos também merecem fontes de água, o que influencia
na hidratação e na frequência de banhos.
Para refrescar os caninos, principalmente os de
raça com muito pelo, a sugestão é aumentar a quantidade dos banhos: dois por
semana caso seu animal já esteja habituado a um banho a cada sete dias, ou um
por semana para outras situações.
Se passear com seu cãozinho também faz parte da
rotina diária, a chegada do verão exige atenção redobrada aos horários e
locais. O professor aconselha evitar ao máximo trafegar em asfalto muito
quente. “Para saber a temperatura, faça um teste: fique descalço. Se você não
suportar o calor, com seu animal não será diferente”, complementa. Os períodos
mais indicados para a caminhada são: antes das 10h e após às 18h, com
preferência para locais com grama. “Caso contrário, os coxins podem ser
lesionados, gerando dor e, secundariamente, uma infecção bacteriana nas
patinhas”, explica.
Outro alerta importante do veterinário é não deixar
o animal dentro do carro, já que a temperatura no interior do veículo se eleva
rapidamente. “Como não transpiram e não fazem as trocas de temperatura
adequadamente, ficam ofegantes e com dificuldade respiratória, um quadro que
pode evoluir para parada cardiorrespiratória”, revela o profissional.
A tosa também colabora indiretamente. É
interessante manter a pelagem um pouco mais curta que a habitual. “Isso não vai
regular a temperatura, mas diminui a retenção de calor na superfície corporal
tanto de caninos, como de felinos”, esclarece Walderson. Essa atitude também
colabora para a redução de parasitas como pulgas, carrapatos, piolhos, fungos e
bactérias no verão.
Tão úteis para o lazer em dias de calor, as
piscinas oferecem riscos, principalmente para os cachorros. Sozinho, o animal pode
se cansar e não conseguir sair da água. Cuide também para que ele jamais beba
desta água, pois a alta concentração de cloro pode ocasionar lesões na mucosa
gástrica, desencadeando uma gastrite, quando o animal apresentara vômitos e até
mesmo diarreia.
Sentiu que algo está errado? Utilize um termômetro para
avaliar a temperatura retal dos animais. Nos caninos a variação deve ser
de 38ºC a 39,2ºC e em felinos 37,8ºC a 39,2ºC. “Se as temperaturas estiverem
acima do indicado e caso a coloração da língua fique cianótica (roxa) deve-se
procurar um médico veterinário mais próximo”, alerta o professor.
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