No
próximo 11 de abril é celebrado o Dia Mundial do Parkinson, data em que
diversos órgãos e serviços de saúde se voltam para a divulgação da doença, suas
implicações e tratamentos. Estima-se que atualmente mais de 200 mil
pessoas no Brasil sejam acometidas pelo Mal de Parkinson, que costuma avançar
lentamente e com sintomas facilmente confundidos com os de outras doenças.
Segundo
o neurocirurgião funcional especialista em movimentos involuntários, Dr.
Claudio Fernandes Corrêa, esta semelhança de sintomas frequentemente retarda
o diagnóstico do Mal de Parkinson e, consequentemente, o seu tratamento
adequado.
O
médico destaca que os sintomas da doença mais comumente divulgados são os tremores
e a espasticidade (rigidez muscular) e que são frequentemente
encontrados em outras doenças que geram movimentos involuntários e distonias em
geral, característicos também da Doença de Huntington (DH), Coreia e
Atetose, Síndrome de Tourette e até a Esclerose Múltipla.
Mas,
além destes sintomas, existem diversos outros menos divulgados e que são
importantes para a conclusão do diagnóstico de Mal de Parkinson e que podem
surgir antes mesmo dos distúrbios do movimento, conforme esclarece Dr. Claudio.
“Diminuição do olfato, quadros de depressão, alteração do sono, constipação
intestinal e bradicinesia – que é a maior lentidão dos movimentos gerais como
andar, levantar, sentar; e micrografia – que é diminuição da caligrafia, estão
entre os demais sinais que são verificados também no estágio inicial da doença.
Em estágios mais avançados, é possível perceber diminuição da expressão facial,
dificuldade de deglutição, diminuição do tom da voz e dificuldade para realizar
movimentos finos, como abotoar botões e amarrar sapatos”.
Tratamento do Mal de Parkinson
A
doença não tem cura, mas possui tratamento para minimizar os sintomas e também
para retardar a sua evolução. Como base principal, são indicados medicamentos a
base de levodopa, que tem a função de suprir a ausência de dopamina no cérebro.
Apesar de importantes resultados, em longo prazo podem apresentar consequências
que afetam ainda mais os movimentos anormais.
Paralelo
à medicação, é imprescindível o seguimento de terapias adjuvantes,
especialmente as físicas, que visam manter por mais tempo a autonomia dos
movimentos de andar, falar e comer. O apoio de terapias da saúde mental para
trabalhar a depressão e a importância de manter a socialização também são
essenciais.
Quando
os medicamentos já não auxiliam mais no tratamento dos sintomas involuntários e
espasmos, indica-se a realização da cirurgia de DBS ( Deep Brain
Estimulation) e traduzida como Neuroestimulação Profunda do Cérebro, que
consiste no implante de eletrodos – iguais aos de marca-passo utilizados para o
coração - na região afetada pela doença. “A técnica é realizada com o paciente
acordado para que ele possa fornecer o feedback dos movimentos no ato em que o
alvo está sendo estimulado e assim garantir a efetividade dos resultados. Uma
vez implantado o eletrodo, ele passa a ser monitorado periodicamente, para
possíveis ajustes. O procedimento tem o auxílio de um software, que cruza as
imagens de ressonância magnética do paciente com mapas científicos, apontando
com precisão o local exato a ser estimulado, com a ajuda de um físico, que
permanece o tempo todo na sala de cirurgia.”, explica Dr. Claudio Corrêa, que
já operou quase 500 portadores da doença.
Entre
as vantagens da cirurgia, está o fato de não ser uma técnica que lesiona a
estrutura cerebral e por ser reversível, caso seja necessário. Além, é claro,
da qualidade de vida gerada ao paciente que volta a se integrar de forma mais
natural às suas atividades e relacionamentos sociais.
“Os
resultados da cirurgia serão melhores de acordo com o tempo da doença e avanço
dos sintomas, não devendo exceder o período de total esgotamento da terapia com
medicamentos, em que os movimentos já estejam muito debilitados; ou seja, o
paciente candidato ao procedimento operatório não deve esperar uma limitação
significativa de sua atividade física. Se a resposta com os medicamentos não
trouxer um resultado clínico satisfatório, o procedimento cirúrgico deve ser
proposto”, finaliza Dr. Claudio Corrêa.
Sobre o Mal de Parkinson
O
Mal de Parkinson foi descrito pela primeira vez pelo médico inglês James
Parkinson, em 1817, como uma enfermidade neurológica decorrente da degeneração
dos neurônios situados em região específica do cérebro, chamada substância
negra, e que é responsável pela produção da dopamina, um importante elemento da
transmissão nervosa vinculada aos músculos e controle motor do indivíduo.
Apesar da causa desta diminuição de dopamina nas células nervosas estar
relacionada com o envelhecimento, pessoas jovens também podem ser acometidas
pela doença, sendo nestes casos, com evolução mais acelerada. Um exemplo é o
ator do clássico ‘De Volta para o Futuro, Michael J. Fox, que recebeu seu
diagnóstico na faixa dos 30 anos.
O
conjunto de sintomas, também conhecido como síndrome parkinsoniana ou
parkinsonismo é formado pelos movimentos involuntários (tremores), além de
lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, instabilidade postural, caminhada em
marcha, depressão e alterações na fala/deglutição e na escrita. Os sinais
aparecem inicialmente apenas de um lado do corpo e o paciente normalmente
queixa-se do não acompanhamento deste lado com o outro. Já o tremor é presente
durante o repouso, melhorando quando o paciente movimenta o membro afetado.
Dr. Claudio Fernandes Corrêa - Com mais de 30 anos
de atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado
em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. Especializou-se no
tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou uma das
principais referências no Brasil e também no Exterior.É também o idealizador e
coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho,
serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento
multidisciplinar e integrado aos seus pacientes. www.claudiocorrea.com.br
- http://www.youtube.com.br/drclaudiocorrea
- https://www.facebook.com/dr.claudiofernandescorrea
- www.twitter.com/drclaudiocorrea
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