Como a dengue é
diagnosticada? Quando a internação é necessária? Se minha dengue não é grande,
por que preciso retornar para ao pronto-socorro mais de uma vez?
Devido ao alto índice
de casos de dengue, essas perguntas estão cada vez mais comuns entre os
brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já tem 460 mil casos
notificados, sendo 100,1 mil apenas no estado de São Paulo.
Para esclarecer as
principais dúvidas, a infectologista do Hospital São Luiz, unidade Morumbi,
Raquel Muarrek Garcia explica passo a passo a doença, desde o surgimento dos
primeiros sintomas, como é feito o diagnóstico e as
formas de tratamento.
Passo a passo
Passo 1 – Primeiros sintomas
Diagnosticar a dengue
com rapidez é um dos segredos para combater a doença com maior eficácia. Aos
primeiros sintomas recomenda-se procurar atendimento médico. Segundo a
infectologista, os principais sinais de alerta são: febre alta (com duração de
até 48h), dor de cabeça, dor muscular, dor na barriga, presença de manchas
vermelhas no corpo, náusea, sinais de desmaio e dificuldade na ingestão de
líquidos.
Passo 2 – Diagnóstico
médico
No pronto socorro o
primeiro passo é o paciente responder a perguntas sobre os locais frequentados
nos últimos 15 dias, que podem ajudar na avaliação, como por exemplo, se esteve
em regiões com alto índice da doença. Em seguida, passará por um diagnóstico
clínico e a realização do exame “prova do laço” – com um aparelho de pressão, o
procedimento avalia a fragilidade do vaso sanguíneo e a tendência do paciente à
hemorragia.
Também pode ser
submetido a um exame de sangue para verificar a contagem de hematócitos e
plaquetas. Caso a contagem de hematócitos esteja acima do normal e as plaquetas
abaixo de 50 mil mm³ de sangue, há indícios de dengue.
Passo 3 – Tratamento
Dependendo do diagnóstico e da gravidade do
caso recomenda-se que o paciente faça o tratamento em casa ou que seja
internado.
Há necessidade de
internação quando o caso é sensível e mais grave. Geralmente quando o paciente
apresenta sangramento, não consegue ingerir água e/ou a contagem de hematócitos
e plaquetas não está normal. Podendo permanecer no hospital de dois a cinco
dias.
Para pacientes que não
estão dentro dos critérios considerados graves, recomenda-se voltar para casa,
repousar e beber muita água. “A dengue é uma doença que faz a pessoa
perder muito líquido, por isso a hidratação é essencial”, explica a
infectologista. Embora o paciente volte para casa após passar no pela primeira
vez no pronto-socorro, ele deverá retornar ao hospital em 24 horas ou 48 horas
para realizar um novo hemograma para acompanhar a contagem de plaquetas e
hematócitos.
Este monitoramento deve
ser constantes, principalmente nas primeiras 72 horas após o período de febre,
consideradas as mais críticas da doença. O paciente deve fazer pelo menos três
exames de sangue: o primeiro no início da dengue, o segundo após o período de
febre e o terceiro para ver se as plaquetas já voltaram ao normal.
Segundo
Raquel Muarrek Garcia, os principais sintomas da fase febril são: febre
geralmente alta (39° a 40°) com início abrupto associada à dor de cabeça,
prostração, dores musculares nas juntas e atrás dos olhos, sinais de
vermelhidão no corpo e dificuldade para tomar água. Entre o terceiro e sexto
dia, o paciente não tem mais febre. Nesta fase, os principais sintomas são dor
na barriga, vomito e hipotensão.
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