Economistas
acreditam nos ajustes necessários e na recuperação da economia
A
décima primeira sessão, realizada no congresso ABVCAP 2015, sobre que país
teremos nos próximos anos deu início com ponto de vista unânime entre
os panelistas: trata-se de questão de confiança.
Segundo
a mediadora Denise Pavarina, presidente da Anbima, "Para retomar o
crescimento no país é preciso confiança, pois estamos vivendo um momento muito
complexo". E para se retomar a confiança, dependemos de dois fatores:
o primeiro é clareza de objetivos e a segunda é execução. "Pra mim
parece muito evidente que a nova equipe econômica, não só Ministério da
Fazenda, mas o Ministério do Planejamento e Banco Central tenham uma clareza
muito grande de objetivos, ainda que isso custe um pouco de insatisfação da
população, o objetivo é tornar o Brasil mais competitivo e eu tenho visto essa
equipe muito focada em relação a isso. Eles querem deixar a economia funcionar.
Essa clareza já é um passo muito grande sobre a retomada de confiança",
complementa David Becker Jordan, Economista-Chefe, Bank of America Merril
Lynch.
De
acordo com ponto de vista de Jordan, "não basta ter planejamentos, é
fundamental termos uma entrega, ter execução. E para isso, temos que ter
persistência. É necessário uma equipe econômica obstinada a cumprir
metas, desenvolver o mercado de capitais e obstinada em fazer a infraestrutura
acontecer. Vemos que as pessoas estão qualificadas para isso. Então, ainda que
no curto prazo a confiança seja pouca, pois estamos vivendo o pior momento da
nossa história, existe uma chance e os empresários e investidores apostam
nisso. Eu ousaria a dizer que estamos deixando o fundo do poço pra trás. É
arriscado, pode soar como uma provocação, mas estamos tendo uma visão um pouco
mais construtiva".
Já
o palestrante Fernando Honorato, Economista-Chefe, Bradesco Asset Management,
acredita que existe uma melhora de expectativa e de confiança na margem e
defende a ideia de que existe a diferença da foto e o filme. "A foto é
horrível. Uma foto de desaceleração, de ajustes e todo ajuste tem um custo, mas
o que deixa a gente mais confortável é que a tendência do filme é melhorar. Se
olharmos o PIB brasileiro nos últimos 60 anos, veremos que nossos períodos de
menor crescimento, ou crise, são de curta duração, de no máximo 3 anos, e que
nossa economia se recupera muito rapidamente depois ", exemplifica
Honorato.
Para
Honorato, a questão do cenário externo é fundamental, apesar de acreditar que
em parte, o câmbio mais depreciado torna alguns ativos mais atrativos.
Daniel Lavarda, economista do Credit Suisse, o fato
do governo não conseguir entregar uma meta de 2% não é relevante para vir um downgrade.
"Mas isso não vai acontecer tão breve. Se acontecer vai ser por
volta de 2017. Por isso o sentimento de pessimismo, que vem especialmente da
atividade econômica e o do aumento do índice de desemprego, ou seja,
crescimento negativo da massa salarial desde 2003.", comenta.
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