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quinta-feira, 25 de maio de 2017

8 fatos curiosos sobre azeite que quase ninguém sabe



O cultivo de oliveiras no Brasil começou a ganhar mais destaque nos anos 2000, quando regiões com temperaturas mais baixas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul passaram a exibir impressionantes exemplares de azeite de oliva extravirgem. O País acordava para o fato de que podia, sim, ser produtor de alta qualidade, contrariando uma crença enraizada num passado distante.

Essa nova realidade tem atraído interessados no universo do azeite de oliva, que pode apresentar surpresas e descobertas tão saborosas quanto as do vinho, da cerveja artesanal e do café. Apesar de os brasileiros gostarem de regar um bom prato de comida com azeite, poucos entendem o que está por trás dos quilos e mais quilos de azeitonas prensadas apenas uma vez ao ano. Nélio Weiss, produtor de oliveiras e criador da marca Olibi, que produz azeite de oliva extravirgem e ainda as primeiras azeitonas em conserva originalmente brasileiras, listou 8 fatos curiosos sobre azeite que quase ninguém sabe. 

Confira: 


1 – Azeite de oliva não melhora com a idade

O conceito de alguns vinhos tintos que melhoram com o passar do tempo não se aplica aos azeites. O grande trunfo do óleo da azeitona é seu frescor. Quanto mais jovem, melhor. Quanto menos tempo passar dentro de um caminhão ou navio até chegar ao destino final, melhor. O segredo é diminuir o tempo de transporte entre o lagar do produtor e o prato do consumidor.

Por isso, procure pela data de colheita ou envase mais recente no rótulo e consuma logo. Um bom azeite extravirgem pode ser conservado por até 24 meses contados a partir da extração, desde que a garrafa fique em um ambiente escuro e longe de temperaturas muito quentes ou frias. Depois de aberto, é bom consumir em até três meses. Esses cuidados também ajudam a preservar os preciosos polifenóis, famosos pela ação antioxidante que traz benefícios à saúde.


2 – Rótulo ajuda na escolha de um bom azeite 

Muitos consumidores chegam às gôndolas dos supermercados sem saber como escolher qual azeite levar para casa. Como já ouviram que azeite extravirgem de baixa acidez é bom, optam pelo que apresenta o menor percentual na embalagem. É bem possível que essa informação dê pistas de um bom azeite, mas está longe de ser tudo o que deve ser considerado na hora da compra. 

Saiba mais:

Data de colheita ou envase mais recente possível garante frescor;

Embalagem escura impede a entrada de luz;

Azeite produzido e engarrafado no mesmo país e pelo próprio produtor encurta as distâncias de transporte;

Azeite de oliva extravirgem escrito no rótulo atesta um óleo feito 100% de azeitonas e com acidez inferior a 10,8%. Opções com menos de 0,5% são ainda melhores. O azeite Olibi, por exemplo, foi testado e o laudo apresentou uma acidez de 0,09%, que está entre as mais baixas do mercado e mostra o grande diferencial e qualidade da colheita 2017. 


3 – Azeitona verde, roxa e preta não são variedades diferentes

Tanto a azeitona verde como a preta podem produzir bons azeites. Diferentemente do que muitos acreditam, não existe um tipo de azeitona verde e outro preto. A cor não tem relação com a variedade do fruto, mas, sim, com a fase de maturação. Todas as azeitonas nascem verdes e vão mudando de tonalidade à medida em que amadurecem: primeiro verde, depois roxa e, por último, preta. Pouco tempo depois de atingirem o tom mais escuro, caem da árvore.


4 – O Brasil já produziu azeite nos tempos de colônia

Registros históricos mostram que a cultura da oliveira era próspera na época colonial do Brasil. Pequenos olivais extraíam um óleo puro e saboroso, até que a notícia chegou aos ouvidos da corte portuguesa. Sem querer enfrentar uma possível concorrência da colônia brasileira, a família real decretou que todas as árvores fossem cortadas – e ainda espalhou boatos sobre a infertilidade das terras brasileiras para as oliveiras.

O resultado disso é que o Brasil se tornou o maior importador de azeite português e viveu longos anos acreditando que nunca poderia ter um bom azeite para chamar de seu. Essa história começou a mudar nos anos 1940 e finalmente ganhou força no século XXI. A produção ainda é pequena, mas o potencial é gigantesco. Contrariando a própria história, o País tem a geografia necessária para competir com os melhores produtores do mundo.


5 – É preciso muita azeitona para pouco azeite

Para produzir um litro de azeite de oliva extravirgem artesanal é necessário “prensar” entre 7 e 10 quilos de olivas. Como uma oliveira de 10 anos costuma produzir em média 20 quilos, cada árvore rende entre 2 e 3 litros por ano. No Brasil, a colheita acontece apenas entre os meses de fevereiro e março.


6 – Gregos são campeões de consumo

A Grécia representa o maior mercado consumidor de azeite de oliva no mundo. Cada grego consome em média 18 litros por ano. Os italianos ficam em segundo lugar no ranking, consumindo cerca de 13 litros por ano por pessoa, seguidos pelos espanhóis e pelos portugueses. Já os brasileiros consomem apenas 400 ml por ano.


7 – Oliveiras seguem muito produtivas por cem anos

Depois de plantada, regada e cuidada, uma oliveira entra no ritmo de produção entre o quinto e o décimo ano de idade. A produção de azeitonas começa a declinar apenas a partir dos cem anos, mas a qualidade do azeite é mantida ao longo de todo esse período. Mesmo com poucos frutos depois do primeiro século, as árvores são milenares. Em cidades da Grécia e em algumas regiões do Oriente Médio, por exemplo, é possível encontrar oliveiras com três mil anos de vida.


8 – Procure pelo extravirgem

Se o critério for qualidade, é fundamental abandonar qualquer azeite de oliva que não seja extravirgem. É verdade que pesquisas já desmascararam os extravirgens mentirosos, mas isso só é possível identificar na degustação. Em uma comparação simplista, podemos dizer que azeites virgens ou refinados são como refrescos de caixinha que não entregam tudo o que o consumidor espera.





Olibi
www.olibi.com.br




A criança com hemofilia: Cuidados necessários para uma vida normal



É fundamental a construção de uma relação de confiança entre pais, escola e criança, ressaltam hematologistas


A hemofilia é uma condição rara. Quem nasce com esta doença tem algumas proteínas necessárias para coagular o sangue (chamadas fatores de coagulação) em menor quantidade do que o normal. “Há 13 fatores de coagulação no sangue em nosso organismo, e quando há algum hematoma/machucado, é necessário que um vá ativando o outro para que se forme o coágulo. Se um estiver deficiente, diminuído ou ausente, esse ciclo não se fecha e a pessoa continua sangrando”, explica Claudia Lorenzato, hematologista e hemoterapeuta, responsável pelo tratamento de coagulopatias no Paraná.

Existem dois tipos de hemofilia,  que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A ocorre por deficiência do fator VIII de coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX. Nos quadros graves há menos de 1% de atividade do fator de coagulação, moderado há entre 1 e 5% e os leves acontecem quando há entre 5 e 40% de fator no sangue da pessoa.

Ana Clara Kneese, hematologista da Santa Casa de São Paulo, afirma que os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente. “Os episódios se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a cair, após vacinas ou com a primeira dentição. São pequenos traumas que em outras crianças não causaria nada, mas em crianças com a condição causam manchas roxas, dor no membro, hematoma e sangramento aumentado”. 

A médica recomenda que, vivenciando tais acontecimentos, os pais procurem atendimento médico imediatamente, mas que não necessariamente seja um especializado em hemofilia. “Os responsáveis precisam consultar um pediatra que fará a investigação inicial, uma vez que existem outros problemas de coagulação. Sendo constatada a hemofilia, a criança deve ser encaminhada ao especialista para fazer o diagnóstico correto e direcionar o melhor tratamento.” 


Como a hemofilia afeta a escolarização? 

Em grande parte, por conta da raridade da condição, o momento da criança ir para a escola pode ser de apreensão por parte dos pais, a sensação é que ninguém além da própria família vai saber cuidar corretamente, e a partir daí, criam-se barreiras. 

Como a Educação é garantida pela Constituição e regida sob o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a criança com hemofilia não pode e não deve ser privada deste direito.  E cabe à escola buscar informações para que a inclusão dessa criança seja feita de maneira gradual e positiva, uma vez que a hemofilia não é algo aparente. 

Felizmente, devido à eficácia do tratamento, atualmente a hemofilia não deve ter um impacto sério sobre a educação da criança. “O tratamento consiste na infusão preventiva do fator de coagulação deficiente, também conhecido como terapia de substituição de fator VIII ou IX, que fornece ao corpo a proteína em falta. Isso possibilita a integração social da criança com seus colegas, podendo brincar, fazer amigos e desenvolver-se plenamente”, afirma Ana Clara Kneese.

A frequência e a dosagem das infusões de fator, por exemplo, vão depender da gravidade da hemofilia, dos hábitos do paciente, de seu peso, como ele tem respondido aos fatores infundidos. O ideal é evitar que exista uma primeira lesão/sangramento antes de se iniciar o tratamento. 


Quais informações devem ser fornecidas para a escola? 

A Federação Brasileira de Hemofilia destaca que o mais importante é que seja estabelecido um bom canal de comunicação com os pais. Por esta razão, é aconselhável manter reuniões, conforme necessário, para esclarecer dúvidas, para expressar receios ou angústias ou simplesmente comentar a respeito de outros aspectos relacionados à evolução da criança. 

O coordenador da turma, o professor responsável pela criança, o professor de educação física, monitores e enfermaria (se houver) poderão identificar, em algum momento, situações de risco ou alguma ocorrência que tenha produzido um evento traumático.  

Todas as escolas têm um modelo de ficha de registro para cada criança. Além dos dados normais, é muito importante mencionar na ficha da criança com hemofilia os seguintes dados: 

1.      Número do telefone onde os pais podem ser localizados a qualquer momento;

2.      Tipo e gravidade da hemofilia;

3.      Tipo de tratamento que a criança faz;

4.      Nome e telefone do Hemocentro onde a criança é tratada;

5.      Nome do médico ou pessoa de referência no hemocentro;

6.      Indicações médicas para o tratamento na Escola, por exemplo:

·         Não dar aspirina ou qualquer medicamento com AAS, atrasa a coagulação e piora o problema;

·         Colocar gelo no local afetado após um trauma;

·         Exercer pressão sobre cortes após lavá-los e tampá-los com gaze.

·         No caso de hemorragias nasais, colocar gotas de ácido tranexâmico e aplicar tamponamento ou pressão. 


A criança pode praticar atividades físicas em casa ou frequentar as aulas de educação física?

A criança com hemofilia pode e deve. A menos que haja outra contraindicação médica, ou que ela esteja em tratamento de alguma hematrose e esteja retornando às atividades gradativamente. Além disso, a interação com os colegas nesse momento é importante para toda criança e adolescente, pois eles sentem que pertencem ao grupo e que não são discriminados.

“Os exercícios atuam no condicionamento físico e no fortalecimento da musculatura, ajudando a diminuir a dor e os sangramentos nas articulações. No entanto, apesar de todas as atividades serem potencialmente possíveis, aquelas de menor impacto são as mais indicadas”, completa Claudia Lorenzato. 

No caso de crianças pequenas, é muito importante trabalhar a psicomotricidade, já que em longo prazo ajudará a criar um bom esquema corporal, definir os seus limites, coordenação motora, lateralidade, etc. 


Com o que os responsáveis devem ter cuidado?

Muitos incidentes que você pode esperar que causassem problemas podem facilmente ser resolvidos com simples procedimentos de primeiros socorros. Outros não. Os cuidados mais específicos devem ser para o caso de uma criança com articulação alvo, ou seja, articulação que já sofreu três ou mais hemorragias no período de seis meses, ou uma articulação mais frágil.

As hematologistas explicam que no caso de uma emergência com uma criança com hemofilia, ela deverá receber a infusão do fator de coagulação, na dose usual, e ser levado a um hospital de referência. Após isto, o hematologista deve ser contatado. Somente caso o Hemocentro ou Centro de Tratamento de Hemofilia (CTH) seja próximo da escola, deverá ser levada diretamente para lá. “Qualquer sangramento ao redor da face, pescoço ou garganta deve ser considerado uma emergência, e tratado imediatamente”, ressalta Ana Clara.

É importante não perder o controle. “A criança com hemofilia não sangrará mais que os outros, nem mais rapidamente. Ela sangrará até ser medicada com o fator de coagulação. Por isso, é indicado ter uma dose na escola, com pessoas devidamente treinadas para realizar a infusão intravenosa”, completa.






Referências
1. Srivastava, A. et al. and Treatment Guidelines Working Group of the WFH.Guidelines for the management of hemophilia. Haemophilia 2013, 19(1); e8-9, e44
2.  Ministério da Saúde. Manual de Hemofilia. 2015. Brasília - DF. 2ª edição. 1ª reimpressão.
3.  World Federation of Hemophilia. About bleeding disorders. Treatment. Acessado em 09 de março de 2017. Disponível em: https://www.wfh.org/en/sslpage.aspx?pid=642
4.   Ministério da Saúde. Perfil das Coagulopatias Hereditárias no Brasil 2014. DF, 2015.

5. Escolas e pais de crianças com hemofilia devem ter relação de confiança. Acessado em 11 de Maio de 2017. Disponível em: http://www.hemofiliabrasil.org.br
6.  Frequently Asked Questions About Hemophilia. World Federation of Hemophilia. Acessado em 08 de Março de 2017. Disponível em: https://www.wfh.org/en/page.aspx?pid=637 .
7.  Manco-Johnson et al. N Engl J Med. 2007;357(6):535-544.
8.  Ferreira, AA, et al. Hemophilia A in Brazil – epidemiology and treatment developments. J Blood Med 2014; 5: 175-84.



De vilão a mocinho: nutricionista desmistifica as polêmicas sobre o glúten



Especialista lista os principais mitos e verdades a cerca da proteína


Muito se ouve falar sobre glúten, doença celíaca e dietas radicais que excluem o consumo deste nutriente. Mas, diferentemente do movimento gluten-free propagado de maneira irresponsável por alguns influenciadores de opinião, a alimentação isenta da proteína não deve estar atrelada ao controle de peso ou ser vista como prática saudável para este fim.

De acordo com Marcela Tardioli, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), “restringir o glúten deve estar relacionado ao controle de alguma doença ou condição adversa ao consumo e deve adotar esta prática somente quem possui diagnóstico e recomendação médica, para que não haja nenhuma deficiência nutricional”, alerta.

Para ajudar a esclarecer sobre os riscos que envolvem o modismo, a especialista elencou os principais mitos e verdades sobre o tema. Confira:


Retirar o glúten da dieta emagrece. 

MITO.O glúten, de forma geral, é uma proteína encontrada nos grãos de trigo, centeio, cevada e malte e consequentemente nas preparações que contém estes ingredientes. Está associado a alimentos fonte de carboidrato, que contêm vitamina B e açúcar. Na realidade, reduzir e equilibrar a ingestão destes produtos faz com que aconteça a diminuição e o controle do peso por não haver exagero no consumo de forma geral, e não pela ausência do glúten.


É indicada a retirada do glúten da dieta em caso de doença celíaca. 

VERDADE. A restrição deve ser feita após um diagnóstico médico da doença celíaca e sinais clínicos (diagnosticados) de sensibilidade ao glúten. No caso da alergia ao trigo, sua ingestão ou preparações que o contenha deve cessar. Tirar o glúten do dia a dia de forma indiscriminada ou que não seja pelos motivos citados acima, não tem respaldo da ciência. 


Há relação de rotavírus com doença celíaca. 

VERDADE. Estudos recentes apontaram que, principalmente em crianças, infecções frequentes e repetitivas com rotavírus podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença celíaca em pessoas com predisposição genética. Uma das hipóteses para esta relação é que as infecções afetam a mucosa do intestino, deixando-as mais suscetíveis à doença. 


Doença celíaca tem cura. 

MITO. A enfermidade não tem cura, mas com a exclusão do nutriente da alimentação os sintomas já começam a desaparecer. Ou seja, é uma condição controlável, mas que deve receber atenção para o resto da vida.

Cientistas australianos e americanos realizaram alguns testes para a criação de uma vacina para doença celíaca, que visa reduzir a sensibilidade dos pacientes ao glúten. A primeira fase de testes mostrou eficácia, porém ainda existe um longo caminho a ser percorrido até que seja de fato aprovada.

Por fim, Marcela ressalta que uma alimentação saudável deve incluir todos os grupos de alimentos, como cereais, frutas, verduras, legumes, entre outros. “Além disso, entender as diferenças entre a doença celíaca, sensibilidade ao glúten e alergia ao trigo pode ajudar a identificar alguns sintomas que devem ser relatados a um profissional da área de saúde, para correto diagnóstico e tratamento”.






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